Chefe do FMI exorta G20 a adotar piso de preço de carbono para cumprimento de metas climáticas
WASHINGTON (Reuters) - A chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI) exortou nesta quinta-feira o G20 a adotar um piso internacional para preço de carbono para ajudar no alcance de um acordo sobre a precificação do carbono, o que ela diz ser essencial para combater a mudança climática.
A diretora-gerente do organismo, Kristalina Georgieva, disse em uma cúpula virtual de dois dias que a mudança climática representas riscos enormes para o desenvolvimento econômico, mas também oferece "oportunidades incríveis para investimentos transformadores e empregos verdes".
Um preço firme de carbono é necessário para fazer com que as emissões globais desse elemento sejam reduzidas em consonância com os objetivos do acordo climático de Paris de 2015, disse Georgieva, observando que mais de 60 estruturas de precificação já foram adotados.
Mas o preço médio global de carbono, hoje só de dois dólares por tonelada, precisa chegar a 75 dólares por tonelada até 2030 para conter as emissões em sintonia com esses objetivos, ponderou.
"Por causa da urgência de se agir, propomos um piso de preço de carbono internacional entre grandes emissores, como o G20. O foco em um preço de carbono mínimo entre um grupo pequeno de grandes emissores poderia facilitar um acordo, cobrindo até 80% das emissões globais", disse ela em comentários preparados.
Um piso de preço de carbono deveria incluir precificações diferenciadas para países em níveis diferentes de desenvolvimento econômico e poderia ser implantado através de impostos de carbono, sistemas de troca de carbono ou outras medidas, propôs Georgieva.
Estabelecer um piso de preço poderia evitar contenciosos e menos eficientes ajustes de carbono na fronteira --caso alguns países adotassem uma precificação robusta e outros, não.
Georgieva também pediu uma taxonomia verde e relatos padronizados de riscos financeiros relacionados ao clima para que sejam destravados trilhões de dólares de investimentos privados necessários.
O apoio a países em desenvolvimento também é crucial, disse ela, para tornar possível desassociar crescimento e emissões de carbono.
(Por Andrea Shalal)
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