Bolsonaro volta a criticar medidas contra Covid e diz que "guerra não é política"

Publicado em 03/04/2021 18:03

(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar neste sábado as medidas de restrição impostas por governadores para conter a disseminação do coronavírus no momento em que o Brasil enfrenta seu pior momento da pandemia, e disse que o efeito colateral do combate à Covid-19 não pode ser pior do que a própria doença.

Apesar de o Brasil ter se tornado o novo epicentro da pandemia no mundo, com mais de 3 mil mortes por dia em média nos últimos sete dias, Bolsonaro tem se mantido firme contra as medidas de isolamento social, que são recomendadas por autoridades sanitárias para conter a circulação do vírus.

O presidente tem travado uma disputa acirrada com governadores que impuseram o fechamento de atividades econômicas mediante o colapso de seus sistemas de saúde, e chegou a apresentar ação ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra chefes de Executivos estaduais.

"Cada vez mais, com mais desemprego, a política do fecha tudo e fica em casa, mais gente está comendo menos, alguns passando necessidades seríssimas, e nós temos que vencer isso. A guerra da minha parte não é política, é a guerra que tem a ver com o futuro de uma nação. Não podemos esquecer a questão do emprego", disse Bolsonaro em vídeo transmitido nas redes sociais durante visita a uma associação beneficente no entorno de Brasília que oferece refeição para pessoas necessitadas.

O presidente estava acompanhado do novo ministro da Defesa, Walter Braga Netto, que deixou a Casa Civil para assumir a Defesa esta semana como parte de uma reforma ministerial em que Bolsonaro mexeu no comando de seis ministérios. Os dois estavam sem máscara.

"A política de lockdown tem um efeito colateral muito grave, muito danoso, que é o desemprego", acrescentou Bolsonaro em entrevista a repórteres na volta ao Palácio da Alvorada. "O efeito colateral não pode ser mais danoso do que o próprio vírus."

O presidente também anunciou que o Ministério da Defesa colocará as Forças Armadas à disposição do Ministério da Saúde para apoiar a campanha de imunização contra a Covid-19. No entanto, o maior entrave à vacinação não tem sido a falta de pessoal, mas sim a escassez de imunizantes, uma vez que o Brasil demorou a fechar contrato com fornecedores.

Ao longo da pandemia, que já matou mais de 328 mil pessoas no Brasil, Bolsonaro disse diversas vezes que não tomaria vacina contra a Covid-19, mas recentemente mudou de discurso e admitiu a possibilidade de ser vacinado. Neste sábado, ele voltou a afirmar que pode tomar o imunizante.

"Eu já estou imunizado com o vírus. Se acharam que eu devo me vacinar eu vacino, sem problema nenhum. Mas acho que essa vacina minha tem que ser dada a alguém que ainda não contraiu o vírus e corre um risco muito maior do que eu. Da minha parte não tem problema nenhum buscar um posto de saúde e me vacinar agora que chegou a minha idade", disse.

Bolsonaro, de 66 anos, poderia ser vacinado contra a Covid-19 em Brasília a partir de sábado, quando a capital federal passou a imunizar a faixa etária dele. Na quinta-feira, o presidente disse que decidiria sobre receber ou não a vacina contra Covid depois que "o último brasileiro for vacinado".

Lula recebe 2ª dose da vacina contra covid-19 em SP (Coronavac)

A 1ª dose foi em 13 de março; Aplicou a CoronaVac, do Butantan; Usou hashtag #VacinaParaTodosJá (Poder360)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu a 2ª dose da CoronaVac, do Instituto Butantan, no sábado (3.abr.2021).

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu a 2ª dose da vacina anticovid neste sábado (3.abr.2021) em São Bernardo do Campo, em São Paulo. Lula tem 75 anos de idade e foi vacinado com a 1ª dose da CoronaVac em 13 de março.

O imunizante é desenvolvido pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac.

Ele usou a hashtag #VacinaParaTodosJá em sua publicação no Twitter. No vídeo, Lula reforça a necessidade do uso de máscara para reduzir o contágio do coronavírus.

CANDIDATURA

Em entrevista ao canal de TV português RTP, nesta 6ª feira (2.abr), Lula disse que pode ser candidato a presidente em 2022. Depois de ter sido preso no âmbito da operação Lava Jato, as condenações do ex-presidente foram anuladas no início de março pelo ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), o que tornou o petista novamente ficha limpa. Dessa forma, ele pode ser candidato em 2022.

Na 5ª (1.abr), Lula concedeu entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, da BandNews FM, no mesmo horário que a tradicional live de Jair Bolsonaro. A entrevista do petista teve ao menos 5 vezes mais audiência que a aparição do atual presidente.

Ciro Gomes é vacinado contra a covid em Fortaleza e cobra auxílio de R$ 600

Publica vídeo do ato da aplicação; Agradece cientistas por imunizante (Poder360)

Ciro Gomes (PDT) durante aplicação de vacina contra a covid-19 em posto de saúde de Fortaleza (CE)

O ex-ministro e ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), 63 anos, foi vacinado contra a covid-19 na manhã deste sábado (3.abr.2021), no Posto de Saúde Guiomar Arruda, no bairro de Pirambu, em Fortaleza.

Depois de chegar ao local, o pedetista publicou nas redes sociais uma foto em que exibe o Cartão Nacional de Saúde do SUS (Sistema Único de Saúde). Na legenda, afirmou que aguardaria sua vez na fila.

Poucos minutos depois, Ciro foi às redes sociais novamente e compartilhou um vídeo mostrando a aplicação da vacina. Na peça, uma enfermeira aplica o imunizante no ex-ministro, que agradece aos profissionais de saúde e cientistas.

Assista ao momento (1min22s):

“Quero agradecer do fundo do meu coração aos cientistas que desenvolveram essa vacina que vai salvar vidas e, com uma emoção muito forte no coração, aos profissionais de saúde que estão na linha de frente se arriscando para proteger o nosso povo com toda delicadeza, carinho e profissionalismo”, declarou.

Na sequência, o potencial candidato à Presidência da República em 2022 cobrou que a campanha de imunização do governo federal se fortaleça e que a gestão do presidente Jair Bolsonaro retome o auxílio emergencial ao valor de R$ 600, como nas primeiras parcelas do benefício, em 2020.

“Quero exigir ou lutar no limite para que essa vacina não seja só para quem completou 63 anos, como eu, mas que seja vacina já para todos e que haja socorro de R$ 600 para quem, não podendo ser vacinado, precisa se proteger”, disse Ciro.

A nova fase do programa terá prestações mensais que variam de R$ 150 a R$ 375. Saiba se você pode ou não receber o novo auxílio emergencial.

PRESIDENTE DO PDT OSCILA SOBRE CANDIDATURA

O presidente do PDT, Carlos Lupi, oscilou neste feriado entre manter a candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República em 2022 ou rifar o nome em apoio a outro que considere mais viável contra Jair Bolsonaro. Ele deu declarações nos 2 sentidos na 5ª feira (1.abr).

Em um 1º momento, em entrevista ao jornal Valor Econômico, Lupi afirmou que o PDT poderia apoiar outro nome. Ele ponderou, porém, que a ideia de candidatura própria continua sendo a prioridade do partido.

“Se houver a ameaça de continuidade de Bolsonaro, é uma hipótese que admito”, disse a respeito de recuar em uma candidatura própria.  “Se surgir nessa 3ª via um outro nome, que apresente um bom projeto, podemos conversar”, prosseguiu, a respeito da carta assinada por 6 presenciáveis, entre eles o próprio Ciro, em defesa da democracia na última 4ª (31.mar).

O manifesto se identificou como uma reação ao “autoritarismo” e uma defesa da “liberdade”. O texto foi divulgado na data que marcou o 57º aniversário do golpe militar de 1964, que é elogiado pelo atual presidente.

“É preciso ver o melhor nome, quem poderá derrotar Bolsonaro. Não podemos entrar nessa conversa com uma conversa com um projeto hegemônico, de fazer aliança desde que o candidato seja o meu”, argumentou.

No fim do dia, porém, o dirigente pedetista disse à revista Carta Capital que a candidatura é uma “decisão tomada”. “Queremos conquistar aliados para nosso projeto nacional de desenvolvimento que é personalizado pelo Ciro”, disse Lupi.

CANDIDATURAS

Ciro Gomes foi candidato a presidente em 2018 e ficou em 3º lugar. Ele teve 13.344.366 votos, ou 12,47% do total. O ex-governador do Ceará e ex-ministro de Itamar Franco e Luiz Inácio Lula da Silva também foi candidato em 1998 e em 2002 pelo PPS.

Em 1998, ficou em 3º lugar, atrás de Fernando Henrique Cardoso (que foi reeleito) e Lula. Teve 7 426 190 votos, 10,97% do total. Em 2002, tentou novamente, encerrando em 4º lugar, com 10 170 882 votos, atrás de Lula, José Serra e Anthony Garotinho. Teve 11,97% dos votos.

Pesquisa PoderData divulgada em 17 de março deste ano mostra que Ciro Gomes é um dos favoritos na corrida presidencial, sendo um dos poucos que poderiam derrotar Jair Bolsonaro nas urnas.

De acordo com o levantamento, ele ficaria atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de Bolsonaro no 1º turno, caso os 3 concorressem juntos. No entanto, se for um 2º turno com o chefe do Executivo, Ciro aparece com 39% das intenções de voto, contra 34% do atual presidente.

Bolsonaro diz que desemprego é efeito colateral da “política de lockdown”

O presidente Jair Bolsonaro falou com jornalistas no Palácio da Alvorada depois de visitar comunidade carente no Itapoã, região administrativa do DF

O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar medidas restritivas adotadas por governadores e prefeitos para conter a disseminação da pandemia de covid-19. Deu as declarações neste sábado (3.abr.2021) a jornalistas no Palácio da Alvorada.

Ao comentar sobre o assunto, Bolsonaro citou, com imprecisões, pesquisa realizada pelo PoderData, divisão de estudos estatísticos do Poder360. Segundo o presidente, “em torno de 20% das pessoas estão comendo mal ou quase não comendo depois da pandemia”.

“A política de lockdown tem efeito colateral muito grave, muito danoso, que é o desemprego. Uma pesquisa do PoderData, se não me engano, agora há pouco, [diz que] em torno de 20% das pessoas estão comendo mal ou quase não comendo depois da pandemia”, disse.

A pesquisa mencionada pelo presidente foi divulgada nessa 5ª feira (1º.abr) e mostrou que 36% dos brasileiros disseram ter passado fome ou comido menos durante a pandemia do novo coronavírus. Essa é a soma do percentual dos que dizem ter deixado de fazer refeições (7%) com o dos que passaram a comer menos do que o de costume (29%) nesse período.

Os que dizem não ter passado fome ou comido menos são 61% (soma dos 17% que afirmam comer mais durante a pandemia, com os 44% que dizem ter “comido como sempre”). A pesquisa nacional PoderData foi realizada de 29 a 31 de março, com 3.500 pessoas, nas 27 unidades da Federação.

“Sabemos da questão do vírus, mas não concordo particularmente com a política do feche tudo e fique em casa. Essas pessoas, em grande parte, não têm como sobreviver ficando em casa. E a fome tem batido forte a porta dessas pessoas”, disse o presidente.

A fala de Bolsonaro no Palácio da Alvorada aconteceu depois de uma visita do presidente à Associação Beneficente Cristã Casa de Maria Beth Myriam, no Itapoã, região administrativa do Distrito Federal. O chefe do Executivo despistou a imprensa para visitar o local.

“Estou aqui na comunidade Itapõa I, conversando com a população. Parei aqui na Casa de Maria Beth Myriam, conversando com as senhoras que estão fazendo um sopão e que distribuem para a população. Elas têm me dito que é impressionante o número de crianças que vêm receber sopa aqui. No passado, era uma média de 40 pessoas diariamente e vem crescendo na pandemia, em torno de 130 pessoas vêm receber a sopa”, disse em transmissão ao vivo feita em sua página no Facebook.

O ministro da Defesa, Walter Braga Netto, visitou a comunidade com Bolsonaro. Ambos tomaram a sopa preparada pela associação cristã.

Nas visitas de Bolsonaro às regiões carentes o presidente reforça as críticas que tem feito a medidas restritivas de circulação. O mandatário afirma que a situação econômica deficitária dessas regiões é resultado direto das políticas adotas por governadores e prefeitos que buscam conter o alastramento da pandemia de covid-19.

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Fonte:
Reuters/Poder360

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1 comentário

  • jakson scherer Unai - MG

    Nossa, essa mídia aqui tá virando um lixo tb ! Porque não colocam que o governo federal já distribuiu mais de 40 milhões de doses e os estados e municípios não aplicaram nem a metade ainda , pq estados e municípios não estão aplicando as vacinas que o governo federal já mandou , vcs querem fazer notícia para abalar o governo ,não vão conseguir , só vão perder seu público ! Eu mesmo já tô ficando cansado dessa mídia que só distorce as coisas !!!!! Mídia mal caráter não merece o tempo do leitor não !!!!

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    • jakson scherer Unai - MG

      Eu vivo no Brasil , mas vc pelo jeito vive no mundo de Bob né ! Acorda cidadão !!! Bolsonaro está e faz um ótimo trabalho , apesar de vcs torceram contra ! Fica na sua aí !!!!

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