Após início explosivo, EUA concluem negociações "difíceis" com a China no Alasca

Publicado em 20/03/2021 10:12

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ANCHORAGE, Alasca (Reuters) - Autoridades norte-americanas e chinesas concluíram nesta sexta-feira o que os Estados Unidos chamaram de negociações "difíceis e diretas" no Alasca, que revelaram a profundidade das tensões entre as duas maiores economias do mundo no início do governo Biden.

Os dois dias de reuniões, as primeiras conversas presenciais de alto escalão desde que o presidente dos EUA, Joe Biden, assumiu o cargo, terminaram depois de um inflamado começo de conversa na quinta-feira, quando os dois lados cutucaram publicamente as políticas um do outro na frente das câmeras de TV.

A preparação para as discussões em Anchorage, que ocorreram após as visitas de autoridades norte-americanas aos aliados Japão e Coreia do Sul, foi marcada por uma série de ações dos EUA para mostrar que estava assumindo uma posição firme, assim como por comentários contundentes de alerta da China, avisando aos Estados Unidos para descartar as ilusões de que iria ceder.

"Esperávamos conversas difíceis e diretas sobre uma ampla gama de questões, e foi exatamente isso que tivemos", disse a repórteres o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, momentos depois que a delegação chinesa deixou a sala de reuniões do hotel.

Integrantes da delegação chinesa deixaram o hotel sem falar com repórteres, mas o principal diplomata da China, Yang Jiechi, disse mais tarde à mídia estatal chinesa que as discussões foram construtivas e benéficas, "mas, é claro, ainda há diferenças".

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, ao lado de Sullivan, afirmou não estar surpreso com o fato de os Estados Unidos terem recebido uma "resposta defensiva" da China após levantar suas preocupações sobre os abusos dos direitos humanos em Xinjiang, Tibet e Hong Kong, bem como sobre ataques cibernéticos e pressão sobre Taiwan.

Mas Blinken disse que os dois lados também têm interesses que se cruzam sobre Irã, Coreia do Norte, Afeganistão e mudança climática, e que os Estados Unidos concretizaram nas reuniões o que queriam fazer.

"Sobre economia, comércio, tecnologia, dissemos aos nossos homólogos que estamos revisando essas questões em estreita consulta com o Congresso, com nossos aliados e parceiros, e vamos avançar nelas de uma forma que proteja totalmente e promova os interesses dos nossos trabalhadores e nossos negócios", disse Blinken.

De acordo com a rede de televisão chinesa CGTN, o conselheiro de Estado da China, Wang Yi, que participou das reuniões, disse que os chineses avisaram aos EUA que a soberania da China é uma questão de princípio e que não subestimem a determinação de Pequim em defendê-la.

Depois dos comentários de abertura na quinta-feira de Blinken sobre o desafio da China a uma ordem internacional baseada em regras, Yang atacou com um discurso criticando a democracia dos EUA e as políticas externas e comerciais.

Os Estados Unidos chegaram a acusar a China de "arrogância", e ambos os lados sugeriram que o outro havia quebrado o protocolo diplomático.

Kremlin diz esperar o melhor, mas se preparar para o pior ao ser indagado sobre nova Guerra Fria

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MOSCOU (Reuters) - O Kremlin disse nesta sexta-feira que Moscou sempre espera o melhor, mas se prepara para o pior quando indagado sobre a possibilidade de uma nova Guerra Fria entre os Estados Unidos e a Rússia.

Os laços diplomáticos atingiram uma nova baixa nesta semana depois que o presidente norte-americano, Joe Biden, disse achar que o presidente russo, Vladimir Putin, é "um assassino" em uma entrevista, o que levou a Rússia a convocar seu embaixador nos EUA. Mais tarde, Putin propôs conversas virtuais com Biden nos próximos dias.

Nesta sexta-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a oferta de Putin continua de pé, mas que a proposta não será mantida por tempo indeterminado.

"Putin disse que, apesar de tudo, não faz sentido ter uma diplomacia de megafone e trocar farpas. Existe um motivo para se manter as relações", disse Peskov aos repórteres em uma teleconferência.

Ele foi indagado sobre uma nova Guerra Fria entre os dois países.

"Nós, é claro, sempre esperamos o melhor, mas sempre estamos preparados para o pior. No que diz respeito à Rússia, o presidente Putin expressou claramente seu desejo de manter os laços...", disse.

"Mas, é claro, não podemos levar em conta os comentários de Biden", acrescentou, referindo-se à entrevista de Biden à rede ABC News transmitida na quarta-feira.

Biden disse "acho" ao ser indagado se acredita que o presidente russo é um assassino. Ele também descreveu Putin como alguém que não tem alma, e disse que ele pagará um preço por uma suposta intromissão da Rússia nas eleições presidenciais norte-americanas de 2020, algo que o Kremlin nega.

Exército chinês proíbe carros da Tesla em suas instalações

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BANGALORE, Índia (Reuters) - Militares chineses proibiram os carros da Tesla de entrar em seus complexos habitacionais, alegando preocupações com a segurança das câmeras instaladas nos veículos, de acordo com duas pessoas que viram as notificações da diretiva.

O Wall Street Journal relatou que o governo chinês está restringindo o uso de carros da Tesla por militares, empresas estatais em setores sensíveis e agências importantes, pois eles poderiam ser uma fonte de vazamentos de segurança nacional. Não ficou claro se a medida vale para todas as instalações.

O Escritório de Informações do Conselho de Estado da China e a Tesla não responderam de imediato pedidos de comentários. Representantes do Ministério da Defesa da China puderam ser contatados.

Os carros Tesla têm várias pequenas câmeras externas para ajudar no estacionamento e na direção autônoma. O Model 3 e o Model Y também têm câmeras embutidas no espelho retrovisor que podem ser desativadas.

As restrições surgem após altos funcionários chineses e norte-americanos terem uma reunião no Alasca, na primeira interação presencial no governo do presidente dos EUA, Joe Biden.

Segundo o Wall Street Journal, autoridades chinesas descobriram que os sensores da Tesla podem registrar imagens visuais de locais próximos.

Veículos de todos os tipos estão sendo equipados com câmeras, sensores de radar e sensores de captura de imagens que podem montar e transmitir informações detalhadas sobre o que está ao redor e quem está dentro dele.

Quem controla como essas imagens são usadas e para onde são enviadas e armazenadas é um desafio para a indústria automotiva e reguladores em todo o mundo.

O presidente da Tesla, Elon Musk, tem falado sobre o valor dos dados que os veículos podem capturar e que podem ser usados ​​para desenvolver funções de direção autônoma. Outras montadoras, incluindo chinesas, também têm equipando os veículos com câmeras e sensores para capturar imagens de objetos ao redor do carro.

A China é um mercado estratégico para a Tesla. A fábrica de Xangai foi a primeira de produção da companhia fora dos EUA. A unidade fabrica o sedã Model 3 e o utilitário esportivo compacto Model Y.

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Fonte:
Reuters

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