Carnes e açúcares se destacam na indústria de alimentos brasileira em 2020, segundo ABIA
No balanço divulgado nesta quarta-feira (24) pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA), o desempenho dos setores de açúcares e de carnes foram os que mais se destacaram no ano de 2020. No caso dos açúcares, a disparada foi mais evidente, tanto em produção física quanto nas exportações.
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A perspectiva, segundo o relatório, é de que em 2021 as vendas reais da indústria de alimentação aumentem em 3% a 4%, e as exportações se mantenham entre US$ 38 bilhões ou cheguem à casa dos US$ 40 bilhões.
Especificamente sobre os açúcares, o crescimento da produção brasileira em 2020 foi de 42,2%, e nas exportações, o faturamento passou de US$ 5.340 milhões para US$ 8.915 milhões, o que representa avanço de quase 67%.
De acordo com o presidente executivo da associação, João Dornellas, a razão foi o gap deixado neste mercado em âmbito global pela Índia e que foi parcialmente ocupado pelo Brasil .
No caso das carnes, o crescimento da produção física em 2020 no Brasil foi na ordem de 3,3%, e a arrecadação com as vendas no mercado externo passou de US$ 16.724 milhões para US$ 17.198 milhões, alta de 3%.
A China foi o principal parceiro comercial do Brasil nas importações de alimentos e bebidas industrializados, passando de US$ 5.343 milhões gastos em 2019 para US$ 8.266 milhões em compras em 2020, o que representa uma ampliação de mercado em 54,7%.
Para Dornellas, além do mercado asiático de maneira geral ser muito favorável, o setor de alimentos industrializados olha para os países do Oriente Médio e União Europeia como promissores neste ano de 2021.
"Em relação às carnes, por exemplo, a China, que sofreu com a redução de metade do rebanho suíno devido a Peste Suína Africana, vem se recuperando, e era esperado. Mas esse crescimento será gradual, e durante este período, precisamos destacar a atuação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) na abertura de novos mercados para o Brasil continuar exportando bons volumes", disse o presidente executivo.
RESULTADOS DE 2020
Ainda no relatório de balanço do ano de 2020 feito pela ABIA, se destaca o crescimento do faturamento da indústria de alimentos, 12,8%, atingindo R$ 789 bilhões, o que representa 10,5% do PIB brasileiro.
No mercado interno, as vendas cresceram 16,2% no setor de varejo durante o ano passado, tendo em vista os períodos de lockdown em várias regiões do país e as restrições de funcionamento da cadeia de foodservice; esta, apresentou recuo médio de 24,3%.
"Ainda que tenha encerrado o ano em queda, o setor de foodservice teve uma recuperação durante o ano, já que chegou a atingir retração de 80% no início da pandemia", apontou Dornellas.
Nas exportações, o crescimento da participação dos produtos alimentícios industrializados manteve o compasso de crescimento visto desde 2018, com alta de 44,5%, avanço de 16,1% em 2019 e incremento de 47,6% em 2020.
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