Faesp defende renovação de convênio interestadual para evitar aumento do ICMS
Fábio de Salles Meirelles, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (FAESP), explica que o acordo vigente entre os estados e Distrito Federal, que estabelece a carga tributária do ICMS incidente sobre os insumos, expira em 31 de março deste ano. "Sua renovação é imprescindível, pois a descontinuidade aumentaria os custos da produção e, por consequência, os preços dos alimentos aos consumidores. Portanto, seu impacto transcende ao setor e afeta toda a sociedade".
Estima-se que o custo agropecuário possa aumentar de 5% a 15%, dependendo da cadeia produtiva, com reflexos diretos nas margens dos produtores e na capacidade de investimento, justamente em um momento em que o setor vem dando contribuição inestimável para o enfrentamento da Covid-19. O nível de demanda e os preços dos alimentos poderão ser ajustados, prejudicando principalmente a população de mais baixa renda, que destina maior parte do seu orçamento à alimentação.
O impacto da não renovação do Convênio 100/97, poderá atingir o montante de R$ 16 bilhões, afetando negativamente a cadeia de oferta de alimentos, inflação, comércio internacional, emprego e arrecadação fiscal.
"Considerando todos esses fatores, preocupa-nos o fato de que, a cada nova discussão no Confaz, surjam intenções de unidades da federação de vetar a extensão do benefício ou até mesmo alterá-lo, por conta da crise fiscal, em uma tentativa de aumentar a arrecadação", pondera Meirelles, lembrando: "A última prorrogação do convênio foi obtida em 29 de novembro de 2020, por apenas três meses, com muita dificuldade".
O dirigente da Faesp cita, ainda, iniciativas unilaterais, como a do Estado de São Paulo, que, no final de 2020, promoveu ajustes em sua legislação, tributando em 4,14% as vendas internas de insumos agropecuários. Somente após intensa negociação e mobilização do setor, o governo paulista reviu sua decisão, voltando a conceder a isenção.
"Ante a premência de renovação do Convênio 100/97, estamos nos mobilizando, articulados com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em sintonia com a Frente Parlamentar da Agropecuária no Congresso Nacional. Nosso propósito é demonstrar aos secretários de Fazenda e de Agricultura dos estados e do Distrito Federal a necessidade de manter as condições de competitividade dos produtos agropecuários e a sustentabilidade das unidades de produção", enfatiza Meirelles.
Para o dirigente da Faesp, é preciso que os estímulos à produção sejam considerados políticas prioritárias pelo poder público, para viabilizar a retomada do crescimento. Além disso, os riscos aos quais a agropecuária está exposta exigem políticas fiscais condizentes. "Reiteramos, assim, nossa convicção de que não é o momento de alterar instrumento tributário de tamanho impacto econômico, sob pena de questões fiscais transitórias suplantarem o objetivo primordial de garantir à população condições de acesso à alimentação. A economia precisa de incentivos para a obtenção de ganhos de produtividade e eficiência, a fim de gerar oportunidades, investimentos, empregos e renda. Elevar tributos não estimulará o nível de atividade, nem contribuirá para o abastecimento da população", conclui.
0 comentário
Ações sobem após dados de inflação, mas acumulam queda na semana
Dólar cai após BC vender US$7 bi e Senado aprovar pacote fiscal
Taxas futuras de juros voltam a ceder com aprovação do pacote fiscal e comentários de Lula
Transição com Galípolo mostra que BC técnico permanece, diz Campos Neto
Ações europeias têm pior semana em mais de três meses, com queda no setor de saúde
Presidente do Fed de NY diz que BC dos EUA segue no caminho certo para cortes de juros