Eficácia geral da CoronaVac fica abaixo de 60% em testes, diz portal UOL; vacinação em 20 de janeiro

Publicado em 11/01/2021 20:10

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(Reuters) - A taxa de eficácia geral da CoronaVac ficou abaixo de 60%, mas acima dos 50% necessários para aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso no país, de acordo com reportagem do portal UOL nesta segunda-feira.

O Instituto Butantan afirmou em nota que quaisquer informações sobre a eficácia da vacina da chinesa Sinovac contra o coronavírus que não sejam as apresentadas pela instituição na última semana são "meramente especulativas".

Na semana passada, o Butantan anunciou que a CoronaVac tem eficácia clínica de 78% para casos leves e de 100% para casos graves e moderados, mas não anunciou os números de eficácia geral. O instituto foi responsável pelos testes do imunizante no Brasil e está encarregado da produção nacional da CoronaVac.

O Butantan afirmou que novos dados sobre a vacina serão divulgados em coletiva de imprensa na terça-feira.

Em entrevista ao UOL mais cedo nesta segunda, o presidente do Butantan, Dimas Covas, disse que a eficácia clínica da CoronaVac é o dado que importa para o combate à pandemia.

"A eficácia clínica da CoronaVac é essa que foi anunciada. É isso! Se você quer saber qual o efeito da vacina na população que será vacinada, é este efeito que foi anunciado. Quer dizer, 78% de eficácia para casos leves, 100% para casos graves e moderados. Essa é a eficácia, esse é o dado que importa nessa vacina, que é a eficácia clínica", disse ele ao portal.

A CoronaVac faz parte do plano nacional de imunização contra a Covid-19, ao lado da vacina Oxford-AstraZeneca, que será produzida no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Os dois imunizantes estão sendo avaliados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para possível uso emergencial no país.

No fim de semana, a Anvisa pediu mais informações ao Butantan em relação ao pedido de uso emergencial da CoronaVac. Na entrevista ao UOL, Covas disse ser normal pedidos de esclarecimentos como o feito pela Anvisa.

Governo reconduz Nísia Trindade para o comando da Fiocruz por mais 4 anos

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BRASÍLIA (Reuters) - O governo do presidente Jair Bolsonaro decidiu reconduzir Nísia Trindade para o comando da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) pelos próximos quatro anos, segundo portaria assinada nesta segunda-feira pelo ministro da Casa Civil, Braga Netto, em meio ao processo de compra e produção pela entidade da vacina contra Covid-19 da AstraZeneca-Oxford.

Nísia Trindade foi a mais votada em uma lista tríplice formulada em novembro com nomes para ocupar a presidência da fundação e entregue ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Na ocasião, ela obteve 87% dos votos válidos.

A atual presidente da Fiocruz participou de uma agenda oficial com o ministro-chefe da Casa Civil na manhã desta segunda-feira. Posteriormente, foi levada por Braga Netto para conversas --que foram registradas em fotos oficiais-- com o próprio Bolsonaro e com o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco.

O titular da Saúde, Eduardo Pazuello, cumpre agenda oficial nesta segunda-feira em Manaus.

A Fiocruz lidera os esforços da principal aposta do governo Bolsonaro para começar a vacinação contra Covid-19, o imunizante da AstraZeneca. Já foi pedido o registro para uso emergencial da vacina na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a expectativa do governo é começar a imunização, no cenário mais otimista, até 20 de janeiro.

Brasil registra 480 novas mortes por Covid-19 e total atinge 203.580

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SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil registrou nesta segunda-feira 480 novos óbitos em decorrência da Covid-19, o que eleva o total de mortes pela doença no país a 203.580, informou o Ministério da Saúde.

Também foram notificados 25.822 novos casos da doença provocada pelo coronavírus, com o total de infecções confirmadas no país atingindo 8.131.612, segundo o ministério.

Assim como aos domingos, os números de casos e óbitos informados pelo ministério costumam registrar quedas às segundas-feiras, em função do represamento de testes durante os finais de semana.

Em meio a um avanço da doença, o Brasil é o segundo país com maior número de mortes por coronavírus no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, e o terceiro em casos, abaixo dos EUA e da Índia.

Estado brasileiro mais afetado pela Covid-19, São Paulo atingiu as marcas de 1.549.142 casos e 48.379 mortes.

"O aumento da epidemia no mundo não foi diferente tanto no Brasil como também no próprio Estado de São Paulo", disse o secretário de Saúde paulista, Jean Gorinchteyn, em entrevista coletiva nesta segunda.

"Tivemos um aumento, nas últimas quatro semanas, de todos os índices da saúde --tanto de internações, de óbitos, como também de casos", acrescentou, destacando que o Estado atingiu a maior média móvel de internações e mortes desde agosto de 2020.

Minas Gerais é o segundo Estado com maior número de infecções pelo coronavírus registradas (595.007 casos, 12.736 mortes), mas o Rio de Janeiro é o segundo com mais óbitos contabilizados (461.561 casos, 26.771 mortes).

Ainda segundo o Ministério da Saúde, o Brasil possui 7.207.483 pessoas recuperadas da Covid-19 e 720.549 pacientes em acompanhamento.

Pazuello diz que governo pretende iniciar vacinação da Covid-19 com uma dose

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BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou nesta segunda-feira que o governo pretende iniciar a vacinação contra Covid-19 aplicando uma única dose, em um primeiro momento, de forma a ampliar o número de pessoas vacinadas e reduzir a pandemia, e somente mais adiante realizar a segunda aplicação do imunizante.

Em pronunciamento durante visita a Manaus, que passa por uma grave segunda onda da doença, Pazuello afirmou que o ministério avalia adotar essa estratégia com a vacina da AstraZeneca/Oxford, que será produzida no país em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Segundo o ministro, a aplicação de uma única dose permitiria a proteção de 71% e de duas doses acima de 90%.

"Talvez a gente entre para imunização em massa, é uma estratégia que a SVS (Secretaria de Vigilância em Saúde) vai fazer para reduzir a pandemia. Talvez o foco não seja na imunidade completa e sim na redução da contaminação, e aí a pandemia diminui muito, podendo aplicar a segunda dose na sequência e vai para imunização de 90 e tantos por cento alto", disse.

A estratégia de dar um intervalo maior entre as aplicações da duas doses já está sendo adotada no Reino Unido, que decidiu estipular um prazo de 3 meses entre a primeira e a segunda doses da vacina da AstraZeneca. Inicialmente as duas doses da vacina teriam intervalo de 21 dias.

No pronunciamento, Pazuello reforçou que o governo trabalha com três períodos de início da vacinação no país, sendo o mais otimista com começo a partir de 20 de janeiro e o mais demorado de 10 de fevereiro ao início de março.

O ministro disse que o governo federal já adquiriu 2 milhões de doses da AstraZeneca e outras 6 milhões da CoronaVac, que tem o Instituto Butantan como parceiro no país, para uso emergencial, pendente a autorização de uso pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No caso da vacina da AstraZeneca, o governo ainda aguarda a chegada de doses da Índia, enquanto as doses da CoronaVac estão em São Paulo.

Mesmo sem o Brasil ter iniciado sua vacinação e ostentando altos índices de contaminação e mortes por Covid-19, Pazuello fez um discurso otimista. Disse que todos os Estados vão receber simultaneamente as vacinas e que o país vai dar "exemplo para o mundo".

"Todos os Estados receberão simultaneamente as vacinas, no mesmo dia. A vacina vai começar no dia D, na hora H. No dia D, na hora H, no Brasil. No primeiro dia que chegar a vacina ou que a autorização for feita, a partir do terceiro ou quarto dia já estará nos Estados e municípios para iniciar a vacinação no Brasil. A prioridade já está dada, o Brasil todo e vamos fazer como exemplo para o mundo", disse.

"Os grupos prioritários já estão distribuídos, os números já estão distribuídos pelas hipóteses 2, 6 ou 8 (milhões) agora para janeiro. Se começar que for 8 (milhões de doses emergenciais), vamos ser o país que mais vai vacinar no mundo. E aí eu quero ver o que vão dizer, qual vai ser a próxima etapa", emendou ele, numa referência a críticas que o governo tem recebido ao programa de imunização do governo.

O ministro defendeu a estratégia de se adquirir vacinas que possam ser fabricadas no país e o tratamento precoce contra o Covid-19.

Anvisa inicia analise de dados de Butantan e Fiocruz para uso emergencial de vacinas

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BRASÍLIA (Reuters) - A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou nesta segunda-feira que técnicos do órgão regulador começaram a análise dos dados enviados pelo Instituto Butantan e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para o uso emergencial das vacinas CoronaVac e AstraZeneca-Oxford, respectivamente, contra a Covid-19.

Essa análise ocorre após o período de checagem inicial da documentação. Butantan e Fiocruz apresentaram na sexta-feira à Anvisa os pedidos de uso emergencial das vacinas.

"Durante a análise dos documentos, a agência continuará a habitual comunicação com os dois solicitantes da autorização de uso emergencial das vacinas Covid-19. Esta comunicação visa esclarecer e aprimorar as informações presentes nos processos sanitários que subsidiarão a decisão técnica e regulatória da Anvisa", informou o órgão, em comunicado.

Na atual etapa, a Anvisa avalia os documentos técnicos capazes de comprovar se as vacinas são eficazes para prevenir morbidade e mortalidade. "Ou seja, a agência avalia as evidências diretas de Boas Práticas de Fabricação, qualidade, eficácia, segurança e imunogenicidade. A análise também inclui o plano de minimização dos riscos das vacinas", explicou.

Na hipótese mais otimista, o governo federal pretende iniciar a vacinação nacional contra Covid-19 no país no dia 20 de janeiro, mas depende do aval da Anvisa e do posterior envio dos imunizantes a Estados e municípios.

No comunicado, a agência disse ainda que não vai realizar qualquer comunicação através de notas ou dar detalhes adicionais dos processos até a reunião pública da Diretoria Colegiada que definirá a decisão sobre os pedidos de uso emergencial.

No sábado, a Anvisa informou que havia pedido ao Butantan a apresentação de informações complementares, após concluir triagem inicial de documentação apresentada na véspera pelo instituto.

Dentre as informações e resultados que ainda devem ser apresentados, a Anvisa solicitou as características demográficas e basais críticas da população do estudo e outras características.

Já documentação apresentada pela Fiocruz para autorização de uso emergencial da vacina da AstraZeneca-Oxford foi aprovada pela Anvisa, disse a agência.

Segundo o painel de acompanhamento da análise das vacinas para uso emergencial, disponibilizado no site da Anvisa, consta que, na documentação do pedido, o Butantan deixou de enviar 5,47% dos documentos necessários e tem 48,14% de pendência de complementação. No caso da Fiocruz, toda a documentação foi entregue e há apenas 5,47% pendente de complementação.

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Fonte:
Reuters

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