Parlamento do Reino Unido aprova acordo comercial do Brexit à medida que ambos os lados olham para o futuro
Por William James e Gabriela Baczynska
LONDRES (Reuters) - Os parlamentares britânicos aprovaram o acordo comercial pós-Brexit do primeiro-ministro Boris Johnson com a União Europeia nesta quarta-feira, à medida que os dois lados procuram iniciar um novo capítulo nas suas relações poucos dias antes do divórcio se tornar realidade.
O Reino Unido e a União Europeia assinaram o acordo na quarta-feira, e o Parlamento britânico finalizará a implementação, encerrando mais de quatro anos de negociações e protegendo quase 1 trilhão de dólares em comércio anual.
Ambos os lados disseram que essa é uma chance de começar um novo capítulo em um relacionamento iniciado na reconstrução da Europa após a Segunda Guerra Mundial, mas que muitas vezes viu o Reino Unido como um participante relutante em uma integração política e econômica cada vez mais próxima.
Johnson, em uma sessão parlamentar especialmente convocada, disse que espera trabalhar "lado a lado" com a UE quando seus interesses estiverem alinhados, usando a nova soberania do Reino Unido para remodelar a economia britânica.
"O Brexit não é um fim, mas um começo", disse Johnson. "A responsabilidade agora recai sobre todos nós para fazer o melhor uso dos poderes que recuperamos, as ferramentas que colocamos de volta em nossas mãos."
A Câmara baixa do Parlamento votou por 521 contra 73 a favor do acordo. A Câmara alta agora debaterá a medida, e ela deve se tornar lei por volta da meia-noite (horário local).
O acordo foi criticado em várias frentes desde que foi fechado, em 24 de dezembro. O Partido Trabalhista de oposição disse que ele é muito fraco e não protege o comércio de serviços, os pescadores se enfureceram porque Johnson cedeu em relação a seus interesses e o status da Irlanda do Norte permanece sujeito a muitas incertezas.
Ainda assim, Johnson conquistou o apoio dos defensores do Brexit linha-dura de seu partido -- proporcionando uma ruptura com a UE muito mais radical do que muitos imaginavam quando o Reino Unido chocou o mundo em 2016 ao votar pela saída do bloco.
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