“Sem voto impresso em 2022, pode esquecer a eleição”, diz Bolsonaro (no Poder360)

Publicado em 23/12/2020 01:10 e atualizado em 23/12/2020 10:32

Em conversa com apoiadores nesta 3ª feira (22.dez.2020) em Santa Catarina, o presidente Jair Bolsonaro afirmou: “Se a gente não tiver voto impresso em 2022 pode esquecer a eleição”.

A declaração foi feita enquanto cumprimentava e tirava fotos com apoiadores. Na ocasião, Bolsonaro estava sem máscara, e diversas outras pessoas também. O momento foi transmitido em live em página no Facebook do presidente.

O presidente não deixou claro se queria dizer que não seria reeleito em 2022 sem o voto impresso ou que tentaria impedir a disputa, caso o projeto que defende não seja aprovado pelo Congresso.

“Se Deus quiser o senhor será reeleito”, disse um dos apoiadores. “Bolsonaro 2100”, disse outro.

 
Pesquisa XP/Ipesperealizada de 7 a 9 de dezembro, mostra que Bolsonaro é o favorito de 29% dos eleitores para a disputa presidencial de 2022, seguido por Fernando Haddad (PT), com 12% das intenções de voto. Os 2 disputaram o 2º turno da eleição presidencial de 2018.
 

Crítico da urna eletrônica, Bolsonaro defende a volta do voto impresso para as eleições de 2022. Para o presidente, o atual sistema de voto brasileiro não é confiável.

Em 5 de novembro, o chefe do Executivo disse que apresentará ao Congresso Nacional em 2021 uma proposta para a implementar a mudança no sistema eleitoral. Em 22 de novembro, o presidente voltou a falar que o voto eletrônico possibilita o risco de manipulação dos resultados.

“Que nós possamos ter em 2022 um sistema seguro que possa dar garantias ao eleitor que em quem ele votou, o voto foi efetivamente para aquela pessoa. A questão do voto impresso é uma necessidade, está na boca do povo. Desde há muito eu luto no tocante a isso. E as reclamações são demais”, disse após votar no 2º turno das eleições municipais, no Rio de Janeiro.

MEDIDA BARRADA PELO SUPREMO

A adoção do voto impresso foi barrada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em setembro de 2020. A Corte entendeu que a medida viola o sigilo e a liberdade do voto.

O voto impresso era uma das mudanças estabelecidas pela minirreforma eleitoral em 2015. Foi vetado pela então presidente, Dilma Rousseff (PT). No entanto, em novembro daquele ano, o Congresso derrubou o veto. A proposta era do então deputado federal Jair Bolsonaro.

Em 29 de novembro, após o resultado das eleições municipais, o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Luís Roberto Barroso, disse que o sistema eleitoral brasileiro se mostrou imune a fraudes desde que foi implantado, em 1996.

“Para além da retórica sob a qual ninguém tem controle, jamais se comprovou qualquer aspecto fraudulento no sistema…ele até hoje se revelou imune à fraude”, afirmou.

BOLSONARO EM SANTA CATARINA

O chefe do Executivo está em Santa Catarina desde o último sábado (19.dez.2020), quando sobrevoou áreas atingidas pelas fortes chuvas que deixaram 15 mortos no Estado. Desde então, o chefe do Executivo não teve compromissos oficiais e tem aproveitado o período de férias no litoral catarinense para passear, cumprimentar apoiadores e encontrar amigos.

Na 2ª feira, Bolsonaro promoveu um jantar em São Francisco do Sul (SC). Participaram da confraternização o apresentador do SBT Ratinho, o empresário e dono de rede de lojas Luciano Hang, o senador Jorginho Mello (PL-SC) e outros conhecidos do presidente. Nenhum deles também usava máscara.

Ao encontrar os apoiadores nesta 3ª feira, Bolsonaro ganhou diversos presentes, entre perfumes, um rádio, camisas de time de futebol, entre outros.

Bolsonaro avançará na “pauta emperrada” após eleição na Câmara, diz Carlos Bolsonaro (no Poder360)

O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) escreveu nesta 3ª feira (22.dez.2020) que o presidente Jair Bolsonaro, seu pai, “aguarda decisão da eleição da presidência da Câmara para avançar nas pautas até então emperradas há dois anos“. A declaração foi feita em sua conta oficial no Twitter.

 

O filho “Zero Dois” esteve com o presidente em Santa Catarina, onde Bolsonaro passa alguns dias de férias. Segundo ele, com a eleição do novo presidente da Câmara dos Deputados em fevereiro, a “possibilidade de conferência do voto eletrônico, reformas, pautas caducadas e muitas outras” proposições poderão ser analisadas. A publicação é uma crítica à condução do atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

DISPUTA PELA CÂMARA

O deputado Arthur Lira (PP-AL) é o favorito do Palácio Planalto, porque Rodrigo Maia, ao longo de sua gestão, entrou em conflito com o governo e impediu que pautas caras ao bolsonarismo fossem adiante. É importante para o Executivo ter aliados nas presidências de Câmara e Senado, porque é prerrogativa dos cargos decidir quais projetos as Casas analisarão.

Do outro lado, o candidato de Maia ainda não foi divulgado. Os mais cotados são Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e Baleia Rossi (MDB-SP). Os partidos de oposição também pretendem ter candidato, mas já declaram adesão ao bloco de Maia e tendem a convergir pelo nome ungido pelo atual presidente no 2º turno.

Maia precisou se aproximar dos partidos de esquerda para manter sua influência, o que aumentou ainda mais seus conflitos com o Planalto. O ministro da Economia, Paulo Guedes, acusa o deputado de atrasar votações de privatizações para agradar aos partidos de oposição. Maia nega.

A disputa entre os 2 grupos tem tido os seguintes eixos:

  • Governismo – Maia tem afirmado que eventual presidência de Lira retiraria a independência da Câmara. Isso porque o deputado do PP se aproximou de Jair Bolsonaro ao longo de 2020 e é o favorito do Planalto.
  • Centralismo – Lira tem dito que Maia centralizou as decisões na Casa e retirou dos demais deputados as possibilidades de ter algum protagonismo. E também tem negado que sua gestão faria da Câmara um “puxadinho” do Planalto.
 
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Fonte:
Poder360

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