Dólar dispara acima de R$ 5,20 de olho em nova cepa mutante de Covid-19

Publicado em 21/12/2020 09:28

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SÃO PAULO (Reuters) - O dólar disparava mais de 2% contra o real na manhã desta segunda-feira, superando a marca de 5,20 reais depois que o Reino Unido anunciou renovadas restrições em meio a uma nova cepa da Covid-19 que se espalha rapidamente, elevando a cautela entre os investidores internacionais.

Enquanto isso, no cenário doméstico, a pauta fiscal e o plano de vacinação do governo dominavam o radar dos mercados.

Às 9:11, o dólar avançava 2,60%, a 5,2165 reais na venda, enquanto o dólar futuro negociado na B3 subia 2,24%, a 5,215 reais.

Na última sessão, na sexta-feira, o dólar teve leve alta de 0,12%, a 5,0845 reais.

O Banco Central fará neste pregão leilão de swap tradicional de até 16 mil contratos com vencimento em maio e setembro de 2021.

Preços do petróleo caem mais de 5% com temor sobre demanda após nova cepa da Covid

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LONDRES (Reuters) - Os preços do petróleo recuavam mais de 5% nesta segunda-feira, na maior queda diária desde junho, em meio a uma nova cepa do coronavírus que tem se disseminado rapidamente e levou ao fechamento de grande parte do Reino Unido, além de maiores restrições pela Europa, levantando temores de uma recuperação mais lenta na demanda por combustíveis.

O petróleo Brent recuava 2,96 dólar, ou 5,66%, a 49,3 dólares por barril, às 8:00 (horário de Brasília). O petróleo dos Estados Unidos caía 2,83 dólar, ou 5,76%, a 46,27 dólares por barril.

"Notícias de uma nova cepa do coronavírus pesaram sobre o sentimento de risco e o petróleo. Novas restrições à mobilidade pela Europa também não estão ajudando, uma vez que a demanda européia vai sofrer", disse o analista do UBS, Giovanni Staunovo.

"Os investidores precisam estar cientes de que o caminho rumo a uma demanda maior e preços mais elevados seguirá instável", acrescentou.

O Brent se recuperou para acima de 50 dólares por barril na semana passada pela primeira vez desde março, em meio ao otimismo decorrente do lançamento de vacinas contra Covid-19.

Mas uma nova cepa do vírus, considerada até 70% mais transmissível do que a original, levou países europeus, Israel e Canadá a fecharem suas fronteiras com o Reino Unido. Hong Kong deve proibir todos os voos que chegam do Reino Unido a partir da meia-noite.

"A mensagem é clara: os preços do petróleo ainda estão e continuarão muito à mercê da pandemia", disse Stephen Brennock, da corretora de petróleo PVM.

Cepa britânica do coronavírus chega à Austrália e cancela voos em Hong Kong

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CINGAPURA (Reuters) - A Austrália anunciou nesta segunda-feira que detectou casos da nova cepa mais virulenta do coronavírus identificada no Reino Unido, e Hong Kong disse que suspenderá voos britânicos.

A nova variante do vírus, que o Reino Unido disse poder ser até 70% mais contagiosa, foi encontrada em dois viajantes que iam deste país ao Estado australiano de Nova Gales do Sul. Ambos estão em quarentena, e o pico recente de infecções de Sydney não tem relação com este fato, disseram autoridades.

A nova cepa levou os vizinhos europeus do Reino Unido e vários outros países, como Canadá e Irã, a fecharem as portas a viajantes britânicos.

Pouco se sabe sobre a variante, mas especialistas disseram que as vacinas atuais devem se eficientes contra ela.

Nações asiáticas como o Japão e a Coreia do Sul disseram que estão monitorando a nova cepa enquanto combatem um pico de infecções em casa.

Hong Kong se tornou a primeira cidade da região a proibir voos britânicos na tentativa de conter os números de casos já em crescimento no denso pólo financeiro.

A região administrativa especial da China disse nesta segunda-feira que as pessoas que chegarem do Reino Unido antes de 22 de dezembro terão que ficar em quarentena durante três semanas, ao invés de duas.

A Coreia do Sul, que impõe uma quarentena de 14 dias a qualquer pessoa que entra no país, disse que está estudando novas medidas para voos do Reino Unido e que examinará duas vezes as pessoas vindas de lá antes de liberá-las da quarentena.

Os casos novos passaram de mil por dia na Coreia do Sul várias vezes na semana passada. No domingo, o país relatou um surto em uma prisão de Seul, onde 188 detentos e funcionários foram infectados.

Taiwan, que também adota uma quarentena de 14 dias, disse no domingo que no momento não tem planos para impedir os voos britânicos.

A Índia anunciou uma suspensão de todos os voos vindos do Reino Unido até o final do ano e disse que todos os passageiros que chegarem do Reino Unido antes disso serão testados ao desembarcarem nos aeroportos.

A nova cepa surgida em solo britânico coincide com um aumento de casos em vários países asiáticos que anteriormente contiveram a pandemia com sucesso. A disparada levou a lockdowns localizados em alguns deles e a campanhas de exames mais agressivas.

Seul proíbe reuniões de mais de quatro pessoas devido a aumento de mortes de coronavírus

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SEUL (Reuters) - Seul, a capital da Coreia do Sul, e áreas vizinhas proibiram reuniões de mais de quatro pessoas nos feriados do Natal e do Ano Novo, já que o país registrou seu maior número diário de mortes de coronavírus nesta segunda-feira.

O governo nacional vem resistindo a apelos de imposição de um lockdown de âmbito nacional rígido, mas os governos de Seul, da província de Gyeonggi e da cidade de Incheon ordenaram restrições inéditas a reuniões entre 23 de dezembro e 3 de janeiro.

"Não podemos superar a crise atual sem reduzir os focos de infecções que estão se disseminando através de reuniões particulares com famílias, amigos e colegas", disse o prefeito interino de Seul, Seo Jung-hyup, em uma entrevista coletiva.

"Esta é a última chance de interromper o surto."

A proibição a reuniões se aplica a todos os eventos em locais fechados e abertos, exceto velórios e casamentos. Atualmente ela proíbe aglomerações de mais de nove pessoas.

Combinadas, as duas cidades e a província representam cerca de metade dos 51 milhões de habitantes da Coreia do Sul.

Dentro de Seul, restaurantes e estabelecimentos semelhantes responderam por 41,4% dos focos de infecções ao longo das últimas quatro semanas, seguidos por 16,9% de escritórios, 15,5% de locais de culto e 12,3% de instalações médicas e casas de repouso, de acordo com dados do governo local.

A polícia realizou buscas em locais suspeitos de violarem as regras de distanciamento social na sexta-feira e acusou 35 pessoas, disse a capital em um comunicado.

Até a meia-noite de domingo ocorreram mais 24 mortes, elevando o total do país a 698, informou a Agência de Controle e Prevenção de Doenças da Coreia.

No domingo, só existiam quatro leitos de unidades de tratamento intensivo disponíveis na área da grande Seul, segundo dados da cidade.

O governo ordenou que hospitais particulares liberem mais de 300 leitos para pacientes de coronavírus e contingenciou 4,5 milhões de dólares para compensar tais instalações.

Até a meia-noite de domingo surgiram mais 926 casos de coronavírus, menos do que a alta recorde de 1.097 do dia anterior. No total, o país registrou 50.591 casos desde que a pandemia começou.

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Fonte:
Reuters

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1 comentário

  • Elton Szweryda Santos Paulinia - SP

    Os bancos ja aproveitaram a colher de cha do banco central com esse dolar baixo pra fazer o hedge, agora é ladeira acima de novo...nao temos nenhum motivo pra baixa do dolar...

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    • GERALDO JOSE DO AMARAL GENTILE Ibaiti, Parana, Brasil - PR

      Não existem motivos concretos para o Real ter se desvalorizado tanto. Basta ver países sem superavit comercial, sem reservas externas, com maiores deficits fiscais, maior inflação, menor capacidade de recuperação econômica e de geração de empregos do que o Brasil -- que tiveram uma desvalorização da ordem de 20%/25% de sua moeda -- enquanto que o Brasil teve de 40%. Claro que a desvalorização foi ótima para o País nestes meses aziagos de Quarentena e, possivelmente, foi um dos responsáveis pela rápida retomada econômica do Brasil. Mas, no fundo, é muito mais especulação (aliada à retirada de U$ 60 bilhões de fundos especulativos) que causaram esta desvalorização tão brutal

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    • Elton Szweryda Santos Paulinia - SP

      Os paises desenvolvidos, paises milenares e sem potencial de novo crescimento podem se acomodar com moedas mais valorizadas ... exemplo, USA, Reino Unido, porem veja a China com moeda em 7 por 1, Japao com 105 por 1 dolar, sendo paises que conseguiram atraves da moeda desvalorizada um crescimento invejavel atraves da exportacao. Ao Brasil só resta esse caminho, pois nao consegue competir la fora com moeda valorizada por uma razao muito simples, um dolar se transforma em mais reais possibilitando superar o custo Brasil que todos nos conhecemos, esses custos sao imutaveis inclusive alguns estao na nossa constituicao, outros no poder judiciario etc. Quando se desvaloriza a moeda, existe um custo inflacionario inicial, havendo acomodaçao em seguida. Senao vejamos, o que melhorou no nosso país nesse ano para que haja uma queda no valor do dolar, eu penso que nada melhorou, e sim ao contrario, deficit fiscal esta monstruoso. E todos nós sabemos que só ira piorar...a unica saida que resta é a exportacao.

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