Trump quebra silêncio e volta a questionar votos por correspondência da Pensilvânia; haverá recontagem em Wisconsin e Geórgia

Publicado em 08/11/2020 12:32

LOGO estadao

Após horas de silêncio, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump voltou se manifestar nas redes sociais sobre o resultado da eleição norte-americana, com vitória do democrata Joe Biden. No post, disse que há histórico de fraudes no processo eleitoral do País.

Em sua conta no Twitter, Trump falou que é necessário olhar os votos, e que o estágio de tabulação estaria apenas começando. "Estamos vendo uma série de declarações de que houve fraude eleitoral. Temos neste país uma história de problemas eleitorais", disse.

O atual presidente dos Estados Unidos disse também que há um processo em andamento na Pensilvânia, no qual a Justiça já havia obrigado a separação das cédulas recebidas após o prazo legislativo, e falou que é necessário verificar como as cédulas foram autenticadas. "É necessária a intervenção do ministro Alito. Esse é um grande grupo de cédulas".

Trump afirmou, ainda, que está preocupado com o fato de ter uma grande quantidade de votos por correspondência em cidades como Filadélfia e Detroit. "E o que me preocupa é que tivemos mais de cem milhões de votos por correspondência em cidades como a Filadélfia e Detroit com uma longa série de problemas eleitorais".

A recontagem é certa em pelo menos dois Estados: Wisconsin e Geórgia

LOGO estadao

O presidente dos EUA, Donald Trump, não aceitou a derrota para Joe Biden. Neste sábado, ele acusou o democrata de ter se "precipitado" ao anunciar a vitória nas urnas e prometeu contestar o resultado nos tribunais. "O simples fato é que esta eleição está longe de terminar", disse Trump em comunicado.

"Todos nós sabemos por que Joe Biden está se apressando em fingir que é o vencedor e por que seus aliados da mídia estão se esforçando tanto para ajudá-lo: eles não querem que a verdade seja exposta", escreveu Trump em um comunicado na página de sua campanha.

"Joe Biden não foi certificado como o vencedor de nenhum Estado, muito menos de nenhum dos Estados contestados onde haverá recontagens obrigatórias, nem Estados onde nossa campanha tem ações legais válidas e legítimas que podem determinar a vitória final", afirmou o presidente.

Trump montou uma equipe de advogados para entrar com medidas judiciais no Arizona, em Michigan, Pensilvânia e Nevada. Relatos de assessores da Casa Branca indicam que o presidente estaria furioso com seus advogados, exigindo mais ação e resultados. A campanha republicana pretende atrair juristas de peso para uma batalha legal em múltiplos Estados.

A recontagem é certa em pelo menos dois: Wisconsin e Geórgia - mas não em razão de uma vitória de Trump nos tribunais. Em ambos, a diferença foi menor que 0,5 ponto porcentual, o que automaticamente dispara a recontagem. A Pensilvânia também tem o mesmo mecanismo, mas a diferença vem aumentando e deve ultrapassar o mínimo estabelecido por lei para uma nova apuração

Após o anúncio da vitória de Biden, alguns aliados prestaram solidariedade ao presidente. "Alguns republicanos estão prontos para jogar a toalha e lutar em uma futura eleição", disse o deputado Matt Gaetz. "Mas não há futuro para o Partido Republicano se não lutarmos por Donald Trump neste momento crítico."

Além das ações legais, os republicanos estudam outras formas de impedir a presidência de Biden. Parte dos aliados de Trump, capitaneados pelo apresentador Sean Hannity, pelo advogado Mark Levin e pelo estrategista Seteve Bannon, defendeu nos últimos dias que o próximo passo seja dado pelos Congressos estaduais.

Em muitos Estados, o poder Legislativo é dominado pelos republicanos. Pela Constituição, são eles que devem designar os 538 representantes que se reunirão para votar, no dia 14 de dezembro, no colégio eleitoral. Historicamente, o poder dos congressistas foi sempre repassado para os eleitores. Agora, o que Bannon e Levin defendem é que eles retomem o poder de indicar esses eleitores, ignorando o vencedor nas urnas.

Há também entre os aliados do presidente quem defenda que ele permaneça como uma força política dentro do Partido Republicano. Com milhões de seguidores nas redes sociais e ponta de lança de um movimento de fiéis que ele criou, Trump seria porta-voz dos conservadores no governo Biden - e novamente o favorito para ser candidato do partido em 2024.

Normalmente, um ex-presidente americano, ao se aposentar, adota uma abordagem discreta, aparecendo pouco e atrapalhando o menos possível o sucessor. Trump faria o oposto.

O que pode atrapalhar os planos do presidente é a Justiça. Ele é alvo de investigações criminais e civis nos níveis federal e estadual e vinha usando a imunidade do cargo para não prestar depoimento e entregar documentos. O passo mais radical de Trump, um dos mais comentados em Washington, seria evitar o risco legal perdoando a si mesmo.

Outra possibilidade seria renunciar para que seu substituto, Mike Pence, o perdoasse preventivamente. No entanto, o perdão presidencial só pode ser usado para crimes federais.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

Bolsonaro ignora vitória de Biden "e Brasil fica isolado", opina o Estadão

LOGO estadao

O presidente Jair Bolsonaro optou neste sábado pelo silêncio após a vitória do democrata Joe Biden na disputa pela Casa Branca contra Donald Trump. Horas depois do resultado projetado pela mídia americana em razão do triunfo de Biden no Estado da Pensilvânia, nem o Palácio do Planalto nem o Ministério das Relações Exteriores haviam se pronunciado. A postura do governo brasileiro deixou o País isolado no plano internacional. Diversos outros chefes de Estado e de governo reconhecerem a vitória do ex-vice de Barack Obama.

De acordo com fontes do Planalto, Bolsonaro reagiu com "tranquilidade" ao resultado e reforçou que vai esperar um "quadro concreto" para se pronunciar. Ainda segundo integrantes do governo, o presidente considerava qualquer pronunciamento "uma afobação" e iria aguardar o término dos processos judiciais movidos por Trump - que não reconhece a derrota e contesta o resultado alegando, sem provas, fraudes no processo eleitoral.

O comportamento de Bolsonaro segue recomendações de sua assessoria para o cenário de vitória com margem apertada de votos e a contestação judicial por parte do aliado, o republicano Donald Trump. Esse era o conselho dado ao presidente nesta hipótese. Havia uma preocupação de evitar o que poderia ser considerado uma precipitação na comunicação virtual.

Conforme apurou o Estadão, caso Bolsonaro decidisse romper o silêncio, a Presidência estaria pronta para fazer contato com o vencedor. Porém, não está descartado que Bolsonaro se manifeste apenas via Twitter. O chefe do Executivo também pode determinar que o contato seja feito pelo embaixador brasileiro nos Estados Unidos, Nestor Forster.

Imprensa

Integrantes do Planalto argumentam que nenhum Estado encerrou oficialmente a apuração, e, portanto, a vitória do democrata está sendo declarada pela imprensa. O silêncio de Bolsonaro, no entanto, não estava atrelado a uma expectativa de reviravolta nas urnas, mas a uma "prudência" de que a imprensa, alvo frequente de Trump e de Bolsonaro, tenha errado. A militância bolsonarista seguia reproduzindo que há fraude no processo eleitoral, o que não tem respaldo das autoridades americanas.

O silêncio de Bolsonaro contrasta com o estilo do presidente, que costuma usar as redes sociais para rebater ou felicitar adversários. Foi o que ocorreu, por exemplo, em 30 de setembro, quando Biden fez críticas à preservação da Amazônia e ameaçou com sanções econômicas o governo brasileiro. Bolsonaro não demorou a responder ao democrata nas redes.

Ontem, embora não tenha reconhecido a vitória de Biden, o presidente brasileiro se manteve ativo nas redes sociais. Nos perfis oficiais, comentou o envio de militares em socorro ao apagão no Amapá. Fez, ainda, uma live surpresa nas redes. Durante a transmissão, que durou 30 minutos, além de ignorar a eleição americana, disse que não decidiu se vai tentar a reeleição em 2022, pediu a apoiadores para que não desperdicem o voto nas eleições para prefeito e vereador no País, marcadas para 15 de novembro, e lamentou que a América do Sul esteja sendo "pintada de vermelho". Hoje, Luis Arce, apoiado pelo ex-presidente Evo Morales, toma posse como presidente da Bolívia

"É um apelo que eu faço. Votem. O pior voto é aquele que é neutro, que é nulo, que é branco. O voto é muito importante. E vocês estão vendo as questões no mundo, como está a política no mundo", disse Bolsonaro, que também pediu votos a candidatos alinhados a ele.

O Estadão entrou em contato com o Ministério das Relações Exteriores e o Palácio do Planalto sobre o resultado das eleições nos EUA, mas o governo não se pronunciou.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi uma das primeiras autoridades do Brasil a reconhecer o triunfo do democrata. "A vitória de Joe Biden restaura os valores da democracia verdadeiramente liberal, que preza pelos direitos humanos, individuais e das minorias", publicou Maia, minutos após o anúncio pela imprensa dos Estados Unidos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Estadão Conteúdo

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário