S&P 500 fecha em queda com ressurgimento do Covid-19 lançando sombra sobre confiança

Publicado em 19/06/2020 19:17

NOVA YORK (Reuters) - O índice S&P 500 encerrou em queda nesta sexta-feira, ao fim de uma sessão de altos e baixos, com investidores confrontando saltos em casos do Covid-19 e anúncio pela Apple de novos fechamentos de lojas com expectativa de estímulos e contínua recuperação econômica.

Por fim, o S&P 500 estabeleceu-se em território negativo, junto ao Dow Jones, enquanto o Nasdaq, com forte peso de papéis do setor de tecnologia, fechou em alta nominal.

"Você tem esse duelo de forças, com o estímulo do Fed e o consumidor gastando novamente de um lado e do outro lado a ressurgência de bolsões de Covid-19 ao redor do mundo", disse Matthew Keator, sócio-gestor da Keator Group, empresa de gestão de patrimônio em Lenox, Massachusetts.

A Apple anunciou que vai temporariamente fechar de novo algumas lojas na Flórida, no Arizona, na Carolina do Sul e na Carolina do Norte, Estados que têm registrado salto em casos de coronavírus nos últimos dias.

"A Apple é o canário da mina de carvão em relação a outros negócios", acrescentou Keator. "Você começará a ver outras empresas fazendo coisas semelhantes em alguns Estados onde estamos vendo o vírus ressurgir."

"(Mas) há também a sensação de que o Fed está ciente do que está acontecendo e ajudará onde e quando necessário", disse Keator.

Em videoconferência, o chair do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), Jerome Powell, alertou que a recuperação econômica da pandemia é desafiadora e não haverá solução rápida.

Nesta sexta, o Dow Jones recuou 0,8%, para 25.871,46 pontos, o S&P 500 perdeu 0,56%, para 3.097,81 pontos e o Nasdaq teve variação positiva de 0,03%, a 9.946,12 pontos.

Mesmo com a queda desta sessão, S&P 500, Dow e Nasdaq registraram sólidos ganhos percentuais na semana.

Bolsas de NY fecham em baixa, com cautela sobre tensões EUA-China e covid-19

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As bolsas de Nova York chegaram a subir, com notícia positiva para o comércio entre Estados Unidos e China e ações do setor de energia apoiadas pela força do petróleo. Ao longo do pregão, porém, perderam fôlego, após o governo americano voltar a atacar Pequim e em meio a temores de uma nova onda de casos da covid-19, que poderia atrapalhar a recuperação econômica, o que resultou em fechamento misto nesta sexta-feira, 19.

O índice Dow Jones fechou em queda de 0,80%, a 25.871,46 pontos, o S&P 500 caiu 0,56%, a 3.097,74 pontos, e o Nasdaq registrou alta modesta, de 0,03%, a 9.946,12 pontos. Na comparação semanal, o Dow Jones subiu 1,04%, o S&P 500 avançou 1,86% e o Nasdaq teve alta de 3,73%.

Os relatos de que a China atuava para aumentar as compras de produtos agrícolas americanos apoiaram o humor, no início do dia Mas o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, mostrou tom de desafio duro em relação a Pequim, dizendo que os americanos poderiam "desafiar qualquer ameaça militar" da China e voltando a criticá-la por supostamente esconder dados sobre o novo coronavírus.

Em meio às declarações, as bolsas de Nova York perderam força. Além disso, Apple caiu 0,57%, após a empresa informar que terá de fechar temporariamente 11 lojas em alguns Estados americanos por causa da disseminação da covid-19. Isso reforçou temores sobre novas ondas de contágio e seus impactos na atividade. Operadoras de cruzeiro também foram penalizadas, após terem estendido por mais três meses a suspensão de suas atividades, a ação da Carnival em baixa de 5,26%, Royal Caribbean de 6,72% e Norwegian Cruise, de 5,64%.

O comando da Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou hoje que a pandemia entra em uma "fase perigosa", com países desejosos de reabrir suas economias, mas ainda riscos de que a doença se dissemine mais e faça novas vítimas, com grande parte da população mundial ainda suscetível. Com isso, a entidade disse que, se houver riscos aos sistemas de saúde, os países precisarão agir, sugerindo que podem ser necessárias em alguns casos mais medidas para controlar a situação.

Entre algumas ações importantes, Boeing caiu 2,74%, pressionando o Dow Jones, Caterpillar recuou 0,10% e Citigroup, 0,23%. Alphabet perdeu 0,66%, mas Amazon subiu 0,79%.

Na semana, a LPL Financial comenta que o quadro nas bolsas americanas foi positivo, citando dados fortes recentes, mas também lembra em relatório que os números da economia partem agora de uma base bastante deprimida pelo choque dos últimos meses.

 

Moody's reafirma rating "Aaa" dos EUA

(Reuters) - A agência de classificação de risco Moody's reafirmou nesta sexta-feira o rating de crédito "Aaa" dos Estados Unidos, citando força econômica "excepcional".

A Moody's também manteve a perspectiva estável para o país. (https://bit.ly/3fKyB07).

Preços do petróleo sobem com apoio da Opep+, mas coronavírus pressiona mercado

NOVA YORK (Reuters) - Os preços do petróleo fecharam em alta nesta sexta-feira, mas distantes das máximas registradas no início da sessão, com o mercado preocupado pela possibilidade de que a disseminação contínua do novo coronavírus possa estagnar a recuperação econômica dos Estados Unidos.

Os valores de referência do petróleo acompanharam os movimentos de outros ativos, afastando-se de picos da sessão depois de o presidente do Federal Reserve de Boston, Eric Rosengren, afirmar que provavelmente será necessário maior apoio fiscal e monetário à economia norte-americana.

Rosengren repetiu sua opinião de que de que a taxa de desemprego nos EUA provavelmente estará "em níveis de dois dígitos" ao final de 2020. Ele ainda alertou contra a reabertura muito rápida da economia após o fim dos "lockdowns" que visaram conter o vírus.

Ampliando ainda mais os temores, a Apple anunciou que voltará a fechar algumas lojas nos EUA por causa da disseminação do vírus.

"Isso assustou todo mundo nas Carolinas do Norte e do Sul", disse John Kilduff, sócio do fundo de hedge Again Capital em Nova York.

O petróleo Brent fechou em alta de 0,68 dólar, a 42,19 dólares por barril. Já o petróleo dos EUA (WTI) terminou o dia com o barril cotado a 39,75 dólares, alta de 0,91 dólar.

O WTI acumulou alta de 8,7% na semana, enquanto o Brent subiu 9% no período.

As máximas do início da sessão vieram depois de Iraque e Cazaquistão, durante um painel da Opep+ na quinta-feira, se comprometerem com uma melhor adesão aos cortes de bombeamento promovidos pelo grupo, segundo fontes.

Kashkari, do Fed, diz que recuperação econômica dos EUA pode demorar mais que o esperado

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  • Neel Kashkari, presidente do Federal Reserve de Mineápolis, durante entrevista em São Francisco, California 18/05/2009

  • (Reuters) - A recuperação econômica da crise provocada pelo novo coronavírus nos EUA pode ocorrer de forma mais lenta do que os formuladores de política monetária inicialmente previam, incluindo com uma possível segunda onda de contaminações no outono no país e outro aumento na taxa de desemprego, afirmou nesta sexta-feira o presidente do Federal Reserve de Minneapolis, Neel Kashkari.

    "A recuperação vai demorar mais do que havíamos esperado há alguns meses", disse Kashkari durante uma conversa no Twitter moderada pela CBS News. "Muitos empregos levarão muito tempo para voltar."

    O governo federal precisa continuar apoiando os norte-americanos que perderam o emprego por causa da crise provocada pela pandemia do coronavírus e podem não voltar ao trabalho por um tempo, disse.

    Os pedido de auxílio-desemprego podem ajudar a levar dinheiro para pessoas desempregadas que precisam de ajuda para pagar suas contas, e limitar esses benefícios à remuneração anterior dos trabalhadores poderia "eliminar o desincentivo em voltar ao trabalho", disse.

    Kashkari também alertou que os bancos podem sofrer um impacto se a desaceleração for prolongada. "Estou preocupado que, quanto mais isso durar, mais perdas os bancos enfrentarão", afirmou.

    Os grandes bancos possuem mais capital do que antes da crise financeira de 2008, mas pode não ser suficiente, disse Kashkari, solicitando às instituições financeiras que parem de pagar dividendos e aumentem capital.

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Fonte:
Reuters/Estadão Conteúdo

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