Bolsonaro critica OMS e diz que ninguém quer maquiar números da pandemia no Brasil

Publicado em 19/06/2020 03:34

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quinta-feira e disse que ninguém deseja maquiar números da pandemia no Brasil, depois das contestações sobre a divulgações de informações pelo governo.

"Ninguém quer esconder números, muito pelo contrário, nós queremos é mostrar os números reais", disse o presidente em sua live semanal em uma rede social.

No início do mês, o Ministério da Saúde reduziu as informações divulgadas sobre mortes e casos do novo coronavírus, mas retomou a divulgação mais completa após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Nesta quinta-feira, segundo dados do ministério, o Brasil chegou a 978.142 casos confirmados da Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus, e 47.748 mortes. O Brasil é o segundo país do mundo com maior número de casos e óbitos, atrás apenas dos Estados Unidos.

Na live, no entanto, Bolsonaro voltou a colocar em dúvida a veracidade dos números da pandemia no país.

"A questão dos números deixa muita gente em dúvida ainda, morreu de Covid-19 ou com Covid-19?", questionou o presidente.

Bolsonaro também aproveitou a transmissão para mais uma vez criticar a OMS.

"Com todo o respeito, o que menos tem de ciência é a nossa OMS. Parece que não acerta nada, fica num vaivém o tempo todo", disse o presidente, que já ameaçou retirar o Brasil da organização após a pandemia.

Brasil passa de 978 mil casos de Covid-19; ministério vê possível estabilização

SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Brasil registrou nesta quinta-feira 22.765 novos casos de coronavírus, o que eleva o total no país para 978.142, além de mais 1.238 mortes, fazendo com que a contagem de óbitos atinja 47.748, informou o Ministério da Saúde, que apontou uma tendência de estabilização da epidemia.

O Brasil é o segundo país do mundo com maior número de infecções e óbitos em decorrência da Covid-19, atrás apenas dos Estados Unidos, que possuem cerca de 2,2 milhões de casos e 117 mil mortes, e pode superar na sexta-feira a emblemática marca de 1 milhão de casos confirmados da Covid-19.

Em comparação, o terceiro país do mundo com maior número de casos é a Rússia, com pouco mais de 560 mil infecções.

Pelo terceiro dia seguido o Brasil registrou mais de 1 mil óbitos em 24 horas, repetindo tendência das últimas semanas. De acordo com o Ministério da Saúde, a epidemia se encaminha para uma estabilidade, ainda que com números altos.

"Quando você olha a inclinação da curva epidemiológica de novos casos de Covid-19 por semana epidemiológica, dá a entender que nós estamos entrando em um platô. A inclinação da curva se encaminha para uma estabilidade", disse o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Correia, em entrevista coletiva.

Segundo ele, será necessário confirmar essa tendência nas próximas duas semanas.

Na quarta-feira, o chefe do programa de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), Mike Ryan, já havia indicado que a situação está se estabilizando no Brasil, mas alertou que a pandemia ainda é "severa" e exige "extrema precaução". [nS0N2D101B]

Apesar dos números permanecerem altos, muitas cidades e Estados já promovem reaberturas econômicas e flexibilizam as medidas de distanciamento social --entre eles estão São Paulo e Rio de Janeiro, os dois Estados mais afetados pela pandemia no país, segundo dados do Ministério da Saúde.

Pelos números compilados pela pasta às 17h30 desta quinta-feira, São Paulo possui 192.628 casos confirmados e 11.846 mortes. Após o recorde diário de 389 óbitos na véspera, o Estado notificou 325 mortes nas últimas 24 horas.

O Rio de Janeiro, por sua vez, conta com 87.317 infecções e 8.412 óbitos, sendo acompanhado de perto pelo Ceará na lista do ministério, uma vez que o Estado nordestino contabiliza até este momento 87.273 casos e 5.377 mortes.

Ainda de acordo com a pasta, o país possui 482.102 pacientes recuperados da doença e 448.292 em acompanhamento.

Veja um gráfico de casos pelo mundo: https://graphics.reuters.com/CHINA-HEALTH-MAP/0100B59S43G/index.html

Bolsonaro: 'Queiroz não estava foragido; foi feita uma prisão espetaculosa'

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O presidente Jair Bolsonaro afirmou, em live nesta quinta-feira, 18, que a prisão de Fabrício Queiroz foi "espetaculosa" e parecia que estavam prendendo "o maior bandido da face da terra". O ex-assessor de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) foi detido preventivamente na manhã desta quinta em Atibaia, interior de São Paulo. Ele é investigado em um suposto esquema de rachadinha na Assembleia Legislativa do Rio e por lavagem de dinheiro. "O Queiroz não estava foragido e não havia nenhum mandado de prisão contra ele. Foi feita uma prisão espetaculosa", disse o mandatário em transmissão ao vivo no Facebook.

Sobre o motivo de Queiroz ter sido encontrado em imóvel em Atibaia pertencente a Frederick Wassef, advogado de Flávio Bolsonaro, o presidente falou apenas que o local era próximo ao hospital onde o ex-assessor faz tratamento de câncer. "E por que estava naquela região de São Paulo? Porque é perto do hospital onde faz tratamento de câncer. Então, esse é o quadro e da minha parte está encerrado o caso Queiroz", afirmou.

Segundo Bolsonaro, Queiroz já deve estar no Rio de Janeiro sendo assitido por um advogado."Mas parecia que estavam prendendo o maior bandido da face da terra. Que a Justiça siga seu caminho", declarou o presidente.

As investigações do Ministério Público do Rio apontaram que o ex-assessor estava atrapalhando a apuração sobre uma organização criminosa que envolveria Flávio Bolsonaro. A obstrução desse tipo de investigação é também um crime, definido na lei das organizações criminosas. A pena para esse delito é de três a oito anos de prisão.

O presidente não mencionou o argumento do Ministério Público. Após reforçar que não havia mandado de prisão contra o ex-assessor, Bolsonaro disse que, se tivessem solicitado, Queiroz teria comparecido a qualquer local. "Repito: não estava foragido e não tinha nenhum mandado de prisão contra ele. Tranquilamente, se tivessem pedido ao advogado, creio eu, acredito, o comparecimento dele a qualquer local, ele teria comparecido", afirmou.

Queiroz foi preso às 6 horas desta quinta-feira, 18. Ele é investigado em um suposto esquema de rachadinha na Assembleia Legislativa do Rio e por lavagem de dinheiro. A operação foi coordenada pelo Ministério Público do Rio e executada pela polícia e pelo MP de São Paulo. Segundo o delegado da Polícia Civil de São Paulo que efetuou a prisão de Fabrício Queiroz, Oswaldo Nico Gonçalves, o ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro afirmou, ao ser detido, que iria se entender com a Justiça.

A transmissão tradicionalmente realizada às quintas-feiras pelo presidente durou cerca de 25 minutos. Bolsonaro só se referiu ao principal assunto do dia ao longo dos três primeiros minutos. Na oportunidade, aproveitou para criticar a imprensa que, segundo ele, tentava vinculá-lo ao caso Queiroz.

Cuba começa reabertura, mas trabalhadores independentes se queixam de falta de produtos

FIla de pessoas para comprar alimentos em Artemisa, Cuba
  • FIla de pessoas para comprar alimentos em Artemisa, Cuba
  • ARTEMISA, Cuba (Reuters) - O governo de Cuba deu sinal verde nesta quinta-feira para um plano inicial de reabertura do comércio, com a exceção das províncias de Havana e Matanzas, depois de três meses de restrições impostas pela pandemia de coronavírus, mas uma parte dos trabalhadores autônomos se queixa da falta de produtos básicos.

    Trezes províncias e o município de Isla de la Juventud não reportam mais novos casos diagnosticados da Covid-19 há várias semanas, e receberam autorização do governo para iniciar a primeira fase de recuperação pós-coronavírus, mas mantendo o uso obrigatório de máscaras e o isolamento social. 

    Havana e Matanzas são as províncias que ainda mantém uma taxa elevada de contágios da doença e não cumpre os requisitos sanitários para controlar o vírus. 

    "Estamos enfrentando outra experiência. Abrimos o comércio e praticamente não temos o que oferecer, pois há poucos produtos", disse Raúl Jiménez, proprietário da La Colada, uma cafeteria particular em Artemisa, 40 quilômetros a oeste de Havana.

    Jiménez, que vende pizzas e sanduíches, disse que a cidade está mais animada desde a reabertura, embora "tenhamos algumas frutas para os sucos, mas não temos presunto e a carne de porco está muito cara. Espero que tudo melhore", apontou. 

    O governo afirma que controlou o vírus e que os novos casos foram reduzidos a uma média de diária de menos de 15 desde o pico de cerca de 50 em abril. A ilha registrou desde março 2.295 casos da doença e um total de 85 mortes, com 2020 pacientes curados. 

    (Reportagem da Reuters TV)

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Fonte:
Reuters/Estadão Conteúdo

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