2a. onda de coronavírus na China: Pequim registra 79 novos casos e retoma restrições

Publicado em 14/06/2020 08:38 e atualizado em 15/06/2020 12:44
Primeiro caso foi registrado numa tábua de salmão no Xinfadi, maior mercado de alimentos de Pequim

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PEQUIM (Reuters) - Vários distritos de Pequim montaram postos de verificação, fecharam escolas e ordenaram que as pessoas passem por exames de coronavírus nesta segunda-feira após uma disparada inesperada de casos ligados ao maior mercado atacadista de alimentos da Ásia.

Depois de quase dois meses sem infecções novas, autoridades de Pequim relataram 79 casos nos últimos quatro dias, o maior foco de infecções desde fevereiro.

A volta do coronavírus mergulhou Pequim, sede de muitas grandes corporações, na incerteza no momento no qual a China tenta espantar o torpor econômico causado pela doença.

"Os esforços de contenção entraram rapidamente em um modo de tempos de guerra", disse Xu Ying, uma autoridade municipal de alto escalão, em uma coletiva de imprensa.

Xu disse que 7.200 bairros e quase 100 mil agentes de controle epidemiológico entraram no "campo de batalha".

O surto foi localizado no amplo mercado de Xinfadi, onde milhares de toneladas de vegetais, frutas e carne trocam de mãos todos os dias.

Um complexo de armazéns e centros comerciais que se estende por uma área quase igual a 160 campos de futebol, Xinfadi é quase 20 vezes maior do que o mercado de frutos do mar da cidade de Wuhan, onde o surto foi identificado.

Os casos novos fizeram com que autoridades de muitas partes de Pequim reinstaurassem medidas duras para conter a disseminação do vírus, como postos de verificação 24h, o fechamento de escolas e centros esportivos e a readoção das medições de temperatura em shoppings centers, supermercados e escritórios.

Os moradores da capital também foram aconselhados a evitar multidões e agrupamentos ao se alimentarem.

Alguns distritos até enviaram agentes a conjuntos residenciais, o que descreveram como uma operação "toc-toc" para identificar pessoas que visitaram Xinfadi ou tiveram contato com pessoas que visitaram.

Nenhum dos 16 distritos de Pequim foi submetido a um isolamento generalizado, mas o acesso aos bairros de pessoas que foram infectadas foi interrompido enquanto exames de ácido nucleico são administrados aos moradores.

Os 11 bairros ao redor de Xinfadi e 10 outros próximos de outro mercado também foram interditados enquanto 90 mil moradores são examinados, e a capital começou a realizar exames em massa no domingo.

No mesmo dia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que foi informada do surto e de uma investigação das autoridades chinesas.

Até domingo o n.o de casos já tinha atingido 51 pessoas, diz Reuters

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PEQUIM (Reuters) - Depois de semanas sem quase nenhum novo caso confirmado de coronavírus, Pequim registrou dezenas de novas infecções nas últimas horas, todas ligadas a um importante mercado de alimentos, levantando preocupações sobre o ressurgimento da doença no país (2a. onda).

Na última quinta-feira, dia 12 de junho, foi registrado um caso na vigiadíssima capital do País,  e desde então o número total subiu para 51, incluindo mais oito nas primeiras sete horas do domingo.

De acordo com a autoridade de saúde da cidade, o rastreamento de contatos mostrou que todas as pessoas infectadas haviam trabalhado ou comprado em Xinfadi, considerado o maior mercado de alimentos da Ásia, ou esteve em contato com alguém que estava lá.

O surto em Pequim já se espalhou para a província de Liaoning, no nordeste do país.

Segundo a autoridade sanitária da província, dois novos casos confirmados em Liaoning neste domingo eram de pessoas que tiveram contato próximo com casos confirmados em Pequim.

Pelo menos 10 cidades chinesas, incluindo Harbin e Dalian, pediram aos moradores que não viajem para a capital ou que relatem às autoridades caso tenham feito a viagem recentemente.

"Pequim entrou em um período de atenção extraordinário", disse o porta-voz da cidade, Xu Hejian, em entrevista coletiva neste domingo.

O mercado foi fechado antes do amanhecer no sábado e o distrito onde ele fica se colocou em "estado de emergência de guerra".

Dow Jones: Novos casos de coronavírus em Pequim reforçam temores de retorno da doença

Autoridades de saúde da China fecharam partes de Pequim e adotaram o que um funcionário qualificou como medidas do tempo da guerra, após a capital registrar número recorde de novos casos da covid-19, provocando crescentes preocupações sobre a ressurgência da doença. No sábado, Pequim confirmou 36 novas infecções de coronavírus, máxima diária já vista na cidade, informou a Comissão Nacional de Saúde. A cidade descobriu mais oito casos até a manhã de domingo, elevando o total nos últimos três dias para 51.


Todos os casos foram de transmissão local e estavam ligados ao Xinfadi, um mercado atacadista de carne e vegetais no distrito de Fengtai, sudoeste da cidade, que fornece esses alimentos para boa parte da cidade. Antes de um caso no mercado ter sido descoberto na quinta-feira, Pequim estava havia 56 dias sem nenhum caso de transmissão local.

Agora, foram impostas em Pequim restrições de viagem, lockdowns nas residências e uma grande mobilização para testar a temperatura das pessoas e garantir as quarentenas. Autoridades também fecharam cinco outros mercados na capital no fim de semana e impuseram lockdown em várias escolas e áreas residenciais próximas de Xinfadi.

Fonte: Dow Jones Newswires.

Xinhua informava de madrugada: Pequim está em alerta com a 2a. onda de coronavírus; 36 novos casos foram registrado neste domingo

Beijing, 14 jun (Xinhua) -- A capital chinesa relatou 36 novos casos de COVID-19 transmitidos domesticamente e um novo caso assintomático no sábado, informou neste domingo a comissão municipal de saúde.

Até o momento, foram notificados 174 casos importados de COVID-19 na capital chinesa.

Todos os hospitais foram exigidos a realizarem testes de ácido nucléico e de anticorpos, exames de TC e de sangue de rotina em pacientes com febre, revelou Gao Xiaojun, porta-voz da comissão municipal de saúde.

A cidade já havia tornado obrigatório os testes de ácido nucleico para pacientes que estiveram nas clínicas de febre.

Gao disse em uma coletiva de imprensa neste domingo de manhã que as clínicas de febre estão proibidas a recusar pacientes. Eles devem monitorar o número de pacientes e reportar às autoridades caso um aumento anormal seja detectado.

O porta-voz também informou que os hospitais foram requeridos a reforçar a proteção dos profissionais de saúde, desinfetar as instalações e os rastrear médicos nos hospitais que receberem pacientes com COVID-19.

A série de medidas foi lançada após Beijing confirmar na quinta-feira um novo caso de COVID-19, comunicou Gao. A capital chinesa relatou na sexta-feira seis novos casos. No sábado, o número subiu para 36, juntamente com um novo caso assintomático.

As autoridades reportaram que todos os 36 casos confirmados estavam relacionados ao Xinfadi, um mercado atacadista de alimentos no sul da cidade.

Até o momento, sete casos estão relacionados ao mercado de carne de Xinfadi, seis deles confirmados no sábado, segundo funcionários. O responsável pelo mercado disse a repórteres que o vírus foi detectado em tábuas usadas para manipular salmão importado.

O professor Cheng Feng, do Centro de Pesquisa de Saúde Pública da Universidade Tsinghua, disse que as pessoas devem se manter alertas sobre ocorrência de casos esporádicos, mas não há necessidade de pânico.

MERCADO SUSPENSO

Como todos os novos casos de COVID-19 tinham conexão com Xinfadi, o maior mercado atacadista de frutas, vegetais e carnes de Beijing, o estabelecimento foi fechado no sábado.

Para garantir o suprimento do mercado, áreas específicas foram designadas para a venda de frutas e vegetais, de acordo com um comunicado emitido no sábado. 

Cobrindo uma área de 112 hectares, o mercado de Xinfadi possui cerca de 1.500 funcionários de administração e mais de 4 mil lojistas.

Todo o pessoal que teve contato próximo com o mercado desde 30 de maio será submetido a testes de ácido nucleico, disse no sábado Gao Xiaojun, porta-voz da Comissão Municipal de Saúde de Beijing.

Segundo Gao, a cidade agora possui 98 instituições qualificadas para testes de ácido nucléico, com capacidade de teste diária superior a 90 mil.

Chen Yankai, vice-diretor do Departamento Municipal de Regulação do Mercado de Beijing, disse que a cidade fortalecerá a inspeção nos mercados de alimentos com produtos frescos, carnes suína congelada, bovina, ovina e aviária.

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Novos casos de COVID-19 em Beijing foram restreados no mercado de Xinfadi

Beijing, 14 jun (Xinhua) -- Os 36 novos casos confirmados de COVID-19 em Beijing foram todos associados ao Xinfadi, um grande mercado atacadista de frutas, vegetais e carnes, reportou no domingo o centro de controle e prevenção de doenças de Beijing.

A capital chinesa relatou no sábado 36 novas transmissões locais e um novo caso assintomático, de acordo com a comissão municipal de saúde.

Pang Xinghuo, vice-diretora do centro de controle e prevenção de doenças de Beijing, disse em uma coletiva de imprensa que todos os casos confirmados estão relacionados ao mercado Xinfadi no sul de Beijing.

Pang fez uma descrição detalhada de cada caso, mostrando que todos os contágios tiveram exposição direta ou indireta ou trabalhavam no mercado.

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Foto tirada por celular mostra um supermercado no distrito de Haidian em Beijing, capital da China, neste sábado, 13 de junho de 2020. (Xinhua/Ren Chao)

RASTREAMENTO EM MASSA

Após os relatos de novos casos de COVID-19, a equipe de controle e prevenção de doenças realizou na sexta-feira testes de ácido nucléico em 1.940 pessoas nos mercados atacadistas de produtos agrícolas e supermercados da cidade. Quarenta e seis deles deram positivo para COVID-19.

Das 517 amostras coletadas no mercado de Xinfadi, 45 deram positivo nos testes de cotonete na garganta. Outro caso positivo foi em um mercado de produtos agrícolas no distrito de Haidian, que era um contato próximo de um caso confirmado em Xinfadi, disse Pang em uma entrevista coletiva no sábado.

Todas as 46 pessoas não apresentaram sintomas e estão sob rigorosa observação.

Ao mesmo tempo, os centros de controle e prevenção de doença de Beijing nos níveis municipal e distrital mobilizaram profissionais para realizarem investigações nos mercados atacadistas de produtos agrícolas e grandes supermercados em toda a cidade.

Resultados positivos foram relatados nos testes de ácido nucleico a partir de amostras ambientais externas relacionadas aos casos confirmados. As descobertas preliminares sugerem que esses casos tiveram contato com um local poluído no mercado ou com pessoas infectadas, disse Pang.

Um total de 139 contatos próximos dos novos casos no distrito de Fengtai foi colocado sob observação médica coletiva, de acordo com o governo distrital.

MEDIDAS REFORÇADAS

As autoridades decretaram lockdown em mais de 11 condomínios residenciais nas proximidades do mercado Xinfadi, com três escolas primárias e seis jardins de infância nos arredores suspendendo as aulas.

Na sexta-feira, Beijing suspendeu o plano de retomada das aulas nas escolas primárias, que seria em 15 de junho.

A cidade suspenderá também competições esportivas, segundo o centro de administração de competições esportivas de Beijing.

Além isso, o Centro Nacional de Artes Cênicas e o Centro de Artes Cênicas de Beijing Tianqiao foram fechados para visitantes no sábado.

Os serviços de ônibus entre Beijing e algumas áreas da Província de Hebei, que antes estavam planejados para voltar em 15 de junho, continuarão suspensos, de acordo com a Corporação de Transporte Público de Beijing.

Parte continental da China registra 57 novos casos confirmados de COVID-19

Beijing, 14 jun (Xinhua) -- A autoridade sanitária chinesa divulgou neste domingo que recebeu relatos de 57 novos casos confirmados de COVID-19 na parte continental da China neste sábado, dos quais 38 foram transmitidos internamente e 19 foram importados.

Entre todos os casos transmitidos internamente, 36 foram relatados em Beijing e dois na Província de Liaoning, informou a Comissão Nacional de Saúde em seu relatório diário.

Não foram notificados óbitos relacionados à doença ou novos casos suspeitos no sábado, segundo a comissão.

No sábado, duas pessoas tiveram alta hospitalar após recuperação.

Até sábado, os casos acumulados na parte continental da China haviam chegado a 83.132, incluindo 129 pacientes que ainda estavam em tratamento, e um em estado grave.

Ao todo, 78.369 pessoas tiveram alta após a recuperação e 4.634 pessoas morreram da doença, segundo a comissão.

Até sábado, a parte continental da China havia relatado 1.827 casos importados. Dos casos, 1.744 tiveram alta hospitalar após recuperação, e 83 permanecem internados, sem ninguém em estado grave. Não foram relatadas mortes dos casos importados. Havia dois casos suspeitos, disse a comissão.

De acordo com a comissão, 3.358 contatos próximos ainda estavam sob observação médica depois que 542 pessoas foram liberadas na sexta-feira.

Também no sábado, nove novos casos assintomáticos, incluindo seis vindos do exterior, foram registrados na parte continental da China. Dois casos assintomáticos foram recategorizados como casos confirmados, e dois foram liberados da observação médica, de acordo com a comissão.

A comissão relatou que 103 casos assintomáticos, incluindo 53 casos importados, ainda estavam sob observação médica.

Até sábado, 1.109 casos confirmados, incluindo quatro mortes haviam sido notificados na Região Administrativa Especial (RAE) de Hong Kong, 45 casos confirmados na RAE de Macau e 443 em Taiwan, incluindo sete mortes.

Um total de 1.061 pacientes  de Hong Kong, 45  de Macau e 431 em Taiwan tiveram alta de hospitais após a recuperação.

Vôos da China Southern Airlines é suspenso devido a casos de COVID-19

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Beijing, 14 jun (Xinhua) -- A Administração de Aviação Civil da China (AACC) comunicou no domingo que o voo da China Southern Airlines entre Dhaka, capital de Bangladesh, e Guangzhou será suspenso, depois que 17 passageiros testaram positivo para COVID-19 em um voo de 11 de junho.

A suspensão do voo CZ392, com duração de quatro semanas a partir de 22 de junho, foi a primeira do tipo após a introdução de um mecanismo de recompensa e suspensão pela AACC em 4 de junho.

De acordo com a política da AACC, no caso de todos os passageiros de entrada de uma companhia aérea testarem negativo para novo coronavírus por três semanas seguidas, a companhia aérea em operação poderá aumentar seu número de voos para dois por semana.

Se o número de passageiros com teste positivo atingir cinco, os voos da companhia aérea serão suspensos por uma semana. A suspensão durará quatro semanas se o número atingir 10.

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Fonte:
Reuters/Xinhua (estatal chinesa)

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