Bolsas de NY fecham em forte queda com temores de nova onda de covid-19

Publicado em 11/06/2020 18:13 e atualizado em 11/06/2020 23:43

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As bolsas de Nova York tiveram hoje o pior pregão em quase três meses, em meio a preocupações de que uma nova onda de coronavírus possa atrasar a já incerta recuperação da economia.

O índice Dow Jones encerrou em queda de 6,90%, a 25.128,17 pontos, o maior recuo percentual desde 16 de março. O S&P 500 cedeu 5,89%, a 3.002,10 pontos, enquanto o Nasdaq perdeu 5,27%, a 9.492,73 pontos. As perdas foram generalizadas, mas a ação da Boeing apareceu como destaque negativo, com tombo de 16,42%. Os bancos também registraram baixas consideráveis, com o Bank of America recuando 10,04%, o Citigroup caindo 13,37% e o Goldman Sachs desabando 9,08%.

Desde o início do dia, o quadro foi de aversão ao risco, ainda repercutindo as previsões pessimistas do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) para a atividade econômica norte-americana. Ontem, após decisão de política monetária, a autoridade monetária projetou que o Produto Interno Bruto (PIB) do país encolherá 6,5% este ano e que a taxa de desemprego ficará acima de 9%.

Pela manhã, o Departamento de Trabalho dos EUA informou que os pedidos de auxílio-desemprego tiveram queda de 355 mil na semana passada, a 1,595 milhão, prosseguindo movimento descendente, mas ainda na casa do milhão.

À tarde, os principais índices acionários aprofundaram o mergulho, em meio a novos dados sobre a pandemia de coronavírus. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos EUA revelou que o número de novos casos teve alta de 20 mil, mais que o avanço de cerca de 17 mil na atualização anterior. Texas, Califórnia e Flórida são alguns dos Estados que vêm registrando aumentos mais consideráveis nos diagnósticos.

"Os ganhos do mercado de ações estão lentamente sendo aniquilados à medida que a segunda onda de coronavírus atinge os EUA", explica o analista de mercado financeiro da Oanda, Edward Moya.

Com a piora no cenário, o índice VIX, espécie de termômetro do medo em Wall Street, 47,95%, a 40,79 pontos.

Wall Street despenca e fecha com maior perda em um dia desde 16 de março

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NOVA YORK (Reuters) - Wall Street despencou nesta quinta-feira, conforme os investidores reagiam a novos temores de uma nova onda da pandemia e digeriam previsões econômicas duras do Federal Reserve.

Todos os três principais índices de ações dos Estados Unidos perderam mais de 5%, registrando a pior queda percentual em um dia desde 16 de março, quando os mercados foram lançados em queda livre pelos abruptos lockdowns criados para conter a pandemia.

As vendas foram generalizadas, com todos os 11 principais setores do S&P 500 caindo de quase 4% a mais de 9%.

"Não há realmente nenhum ponto de compra", disse Paul Nolte, gerente de portfólio da Kingsview Asset Management em Chicago. "É praticamente vender o tempo todo."

Tim Ghriskey, estrategista-chefe de investimentos do Inverness Counsel em Nova York, foi na mesma linha.

"Tudo está à venda", acrescentou Ghriskey.

As mortes de norte-americanos com a Covid-19 podem chegar a 200.000 em setembro, resultado sombrio da reabertura econômica dos Estados Unidos antes conseguir que o crescimento de novos casos caísse a um nível controlável, de acordo com um importante especialista em saúde.

O índice Dow Jones <.DJI> caiu 1.861,82 pontos, ou 6,9%, para 25.128,17, o S&P 500 <.SPX> perdeu 188,04 pontos, ou 5,89%, para 3.002,1, e o Nasdaq <.IXIC> caiu 527,62 pontos, ou 5,27%, para 9.492,73.

Entre os principais setores do S&P 500, energia <.SPNY > e financeiro <.SPSY> sofreram as maiores quedas percentuais, caindo 9,5% e 8,2%, respectivamente.

Ações caem nos mercados globais em meio a perspectivas sombrias do Fed

NOVA YORK (Reuters) - Os mercados globais de ações caíram acentuadamente nesta quinta-feira em sua pior negociação desde o colapso de meados de março, enquanto ativos de refúgio tiveram alta, após perspectivas do Federal Reserve colocarem em dúvida as esperanças de recuperação em "V" depois da pandemia do coronavírus.

Todos os três principais índices de ações dos EUA despencaram mais de 5%, a série vitoriosa de 10 dias da Ásia terminou e as principais bolsas europeias caíram cerca de 4%.

O declínio encerrou uma recente alta que recuperou grande parte das profundas perdas do mercado e levou a Nasdaq a atingir recordes de alta no início desta semana.

Os títulos do Tesouro dos EUA e do governo da zona do euro se recuperaram depois que o Fed sinalizou que planeja anos de apoio extraordinário para combater as consequências econômicas de uma pandemia ainda em expansão.

Matt Miskin, co-estrategista-chefe de investimentos da John Hancock Investments, disse que os investidores, particularmente aqueles que compraram ativos de risco, estavam prevendo uma "recuperação econômica otimista e rápida".

O Fed projetou na quarta-feira que a economia dos EUA encolherá 6,5% em 2020 e o desemprego ainda estará em 9,3% no final do ano.

O sentimento do mercado também foi afetado com o aumento de novas infecções por coronavírus nos Estados Unidos e depois de um especialista em saúde afirmar que as mortes nos EUA poderiam chegar a 200.000 em setembro.

BOLSA EUROPA-Ações europeias recuam com projeções do Fed e medo de segunda onda de Covid

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(Reuters) - As ações na Europa tiveram o pior dia em mais de 11 semanas nesta quinta-feira, depois de sóbrias projeções econômicas do Fed que forçaram um choque de realidade e por preocupações sobre uma segunda onda de casos de coronavírus.

O índice pan-europeu STOXX 600 recuou 4,1%, no quarto dia consecutivo de perdas, com os papéis do setor automotivo liderando as baixas.

Fiat Chrysler perdeu 7,7% e a Peugeot PSA recuou 10% após notícia de que as montadoras enfrentarão uma longa investigação antitruste da União Europeia sobre seus planos de uma fusão de 50 bilhões de dólares.

O STOXX 600 se distanciou ainda mais de máximas de três meses após o Fed ter indicado que uma recuperação econômica total demandará mais do que o simples relaxamento de medidas de isolamento adotadas contra o coronavírus, minando o otimismo que vinha impulsionando os mercados recentemente.

O banco central dos EUA também projetou uma contração de 6,5% na maior economia do mundo em 2020.

A possibilidade de uma nova alta nos casos de Covid-19 nos EUA também apagou esperanças de alívio nas medidas de isolamento, após análise da Reuters mostrar que infecções confirmadas cresceram após cinco semanas de queda, em parte devido à ampliação de testes.

Ações dos setores de viagens e lazer foram pressionadas pela perspectiva de novas infecções, com a operadora de cinemas britânica Cineworld aparecendo como maior perdedora no STOXX 600, ao despencar 17,1%.

A Lufthansa caiu 9,1% após sinalizar que deve cortar mais vagas.

As ações europeias ainda ampliaram as perdas ao final da sessão depois que os índices em Wall Street abriram em baixa, com o S&P 500 caindo 3%.

Os papéis da gigante de bens de consumo Unilever listados no Reino Unido caíram quase 1% depois de a empresa propor a combinação de duas unidades legais na Holanda e no Reino Unido em uma única companhia com sede britânica.

Os papéis de empresas europeias de saúde tiveram a menor queda.

Governo Trump estuda segunda injeção de recursos na economia, diz secretario

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O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, afirmou nesta quinta-feira, 11, que o governo Trump está avaliando uma segunda rodada de estímulos para os americanos como parte de um pacote de ajuda econômica que o Congresso deve apreciar no próximo mês.

Mnuchin disse que debateu com o presidente Donald Trump a proposta de estímulos adicionais, embora ainda não tenha sido tomada uma decisão sobre o benefício. "É algo que estamos considerando seriamente", afirmou.

O governo e o Congresso estão avaliando qual o valor a ser oferecido nos próximos meses, uma decisão que depende da rapidez com que a economia dos Estados Unidos se recupere nas próximas semanas. Dados recentes, incluindo o relatório de empregos de maio e uma queda constante dos pedidos de seguro-desemprego, sugerem que a recuperação já começou, embora muitos economistas apontem para recuperação longa e lenta.

Mnuchin enfatizou que o alívio econômico na próxima medida deve ser direcionado a indústrias e negócios que enfrentam uma recuperação mais difícil, mas o governo não descarta o auxílio para trabalhadores e famílias em dificuldades, apesar das preocupações de alguns republicanos quanto a gastos adicionais que aumentariam ainda mais os déficits.

O Congresso já forneceu cerca de US $ 3,3 trilhões em gastos e incentivos fiscais, incluindo pacotes de estímulo, empréstimos emergenciais para pequenas empresas e aumento dos seguros-desemprego. Mnuchin disse que é prematuro especular sobre o tamanho do novo pacote. "Antes de voltarmos a gastar mais dinheiro, seja um trilhão de dólares ou mais, queremos ter cuidado ao saber quanto mais precisamos gastar", afirmou. 

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Fonte:
Reuters/Estadão Conteúdo

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