Bolsonaro culpa governadores pela onda desemprego "que está vindo aí"

Publicado em 07/06/2020 13:06 e atualizado em 07/06/2020 15:00

LOGO estadao

O presidente da República, Jair Bolsonaro, conversou com apoiadores na entrada do Palácio da Alvorada neste domingo, 7, mas evitou fazer comentários sobre as manifestações que ocorrem em Brasília e outras cidades do País.

Bolsonaro, que tem participado de aglomerações aos fins de semana, voltou a dizer aos apoiadores que as medidas de isolamento social são de responsabilidade dos prefeitos e governadores e vão causar desemprego.

"O Supremo Tribunal Federal decidiu que governadores e prefeitos são responsáveis por essa política, inclusive, de isolamento. Agora está vindo um maior desemprego, enorme aí, de formais e pessoal informal também. Não queiram botar no meu colo", disse. "Isso compete aos governadores, a solução desse problema que está acontecendo quase que no Brasil todo", acrescentou.

Em novo ataque a meios de comunicação, o presidente disse que "a imprensa é desonesta". "Tem imprensa ouvindo aqui e eu não posso ficar muito à vontade. Você entende o que estou fazendo aqui e o que eu não estou fazendo", disse a um apoiador.

A um grupo de eleitores que vieram do estado da Amazônia que criticavam a atuação do Ibama, Bolsonaro disse que o governo está "preocupado". Ele voltou a dizer que índios são utilizados como "massa de manobra" por organizações não-governamentais e que países interessados na região.

"A Amazônia é visada pelo mundo todo, não é à toa que tem várias ONGS lá, não é de hoje. Pretendem nos tornar mais fracos na Amazônia. O que vários países que estão de olho é na riqueza e diversidade que tem lá. Eu dei um freio de arrumação. Todo mundo aqui é favorável a índio, que é nosso irmão, mas o índio sempre foi massa de manobra nessas questões aí", disse Bolsonaro.

Bolsonaro comentou, ainda, a prisão de um ex-secretário estadual em Santa Catarina, Douglas Borba, em uma operação que investiga a compra, sem licitação e com pagamento adiantado de R$ 33 milhões, de 200 respiradores usados no tratamento da covid-19. "Roberto Jefferson falou do Covidão", disse o presidente, citando o ex-deputado condenado no mensalão e, agora, seu aliado

O presidente rebateu um apoiador que falou sobre preocupações da sociedade civil. "Vou corrigir. Não tem sociedade civil, é sociedade. Isso (sociedade civil) inventaram para tirar militar de fora. Quando quer sacanagem, tira militar de fora", disse o presidente.

Manifestações foram  pacificas neste domingo de manhã em Brasília, diz Estadão

Manifestantes ocuparam, na manhã deste domingo, parte da Esplanada dos Ministérios, em protesto contra o presidente Jair Bolsonaro e outro a favor do presidente também marcou presença em um dos lados da via central de Brasília.

A Polícia Militar fez um cordão de isolamento para impedir que os manifestantes avancem até a Praça dos Três Poderes, onde fica o Palácio da Alvorada.

A exemplo das manifestações ocorridas em 2016, durante o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, os dois grupos de dividiram entre os dois lados da Esplanada. 

Os policiais isolaram o canteiro central da Esplanada, como forma de evitar o contato entre os dois grupos. Diferentemente do que se viu três anos atrás, o governo do Distrito Federal não ergueu um muro de lata no canteiro central da Esplanada para separar os manifestantes.

Um contingente de 300 policiais da Força Nacional de Segurança Pública está de prontidão na Esplanada, caso tenham de entrar em ação.

Durante a semana, Bolsonaro chegou a pedir, em sua "live", que manifestantes pró-governo evitassem ir às ruas. Esse pedido, no entanto, não foi atendido por algumas pessoas que apoiam o governo e que marcam no ato.

Heleno agradeceu trabalho de policiais 

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, negou que tenha participado, neste domingo, 7, de um ato pró-Bolsonaro, em Brasília.

Heleno estava presente entre os poucos manifestantes que estiveram na Esplanada do Ministério na manhã de hoje, em apoio ao presidente da República.

No Twitter, o general disse que foi até a via central de Brasília para agradecer pelo trabalho das Forças Armadas. O ministro fez referência ao canal de TV CNN, dizendo que não teria ido ao local para se manifestar.

-- "POR FAVOR,CNN. NÃO FUI PARTICIPAR DE MANIFESTAÇÃO. As imagens mostram. Fui à Esplanada dos Ministérios agradecer aos integrantes das F Seg, pelo trabalho abnegado e competente que realizam, em prol de manifestações pacificas. É atitude de camaradagem, comum entre nós, militares."

Durante a semana, o presidente Jair Bolsonaro chegou a pedir a manifestantes pró-governo que não fossem à Esplanada neste domingo, como forma de evitar atritos com os manifestantes contra o governo, que estiveram presentes em maior volume na Esplanada. Os atos em Brasília se encerraram por volta do meio-dia e ocorreram de forma pacífica.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Estadão Conteúdo

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário