Brasil tem recorde diário de 1.179 mortes por coronavírus; Bolsonaro vai entrar com a cloroquina nos protocolos de saúde

Publicado em 19/05/2020 20:29

SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil registrou nesta terça-feira novos recordes diários de casos e mortes por coronavírus, informou o Ministério da Saúde, um dia depois de o país se tornar o terceiro do mundo com maior número de infecções confirmadas.

Segundo o ministério, foram 1.179 novos óbitos contabilizados, o que eleva o total para 17.971. Já os casos confirmados saltaram em 17.408, para 271.628.

As máximas diárias anteriores eram de 881 mortes, nível verificado em 12 de maio, e de 15.305 infecções, de 15 de maio.

A divulgação diária dos números pelo Ministério da Saúde não indica que as infecções e óbitos tenham necessariamente ocorrido nas últimas 24 horas, mas sim que os registros foram inseridos no sistema no período.

Depois de ultrapassar Alemanha e França na semana passada, o Brasil superou Espanha e Reino Unido em número de casos na segunda-feira, segundo números da Reuters, o que coloca o país atrás apenas de Estados Unidos e Rússia na contagem global.

Bolsonaro diz que novo protocolo da cloroquina será assinado na quarta por Pazuello

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira que o ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, vai assinar na quarta-feira novo protocolo para ampliar a recomendação do uso da cloroquina por pacientes da Covid-19, apesar da falta de comprovação científica de eficácia do medicamento.

Bolsonaro disse ter uma "caixinha" do remédio guardada caso sua mãe de 93 anos necessite, e citou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na véspera utilizar a medicação de forma preventiva contra o novo coronavírus.

O novo protocolo do Ministério da Saúde vai ampliar a recomendação do uso da cloroquina para pacientes na fase inicial da Covid-19, enquanto o atual protocolo diz que o remédio deve ser utilizado apenas em casos graves da doença provocada pelo novo coronavírus.

O presidente afirmou ainda, em entrevista pela internet ao Blog do Magno, que pretende deixar Pazuello à frente da pasta por enquanto, após o pedido de demissão de Nelson Teich na semana passada em meio a diferenças com Bolsonaro quanto ao protocolo da cloroquina.

Mais cedo esta terça-feira, o diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Marcos Espinal, reiterou que não há evidência científica até o momento para recomendar o uso da cloroquina contra a Covid-19, e disse que a recomendação da agência é que não se utilize o remédio para tratar a doença respiratória provocada pelo novo coronavírus.

Trump defende decisão de usar cloroquina mesmo sem comprovação para coronavírus

WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu nesta terça-feira o uso que tem feito da hidroxicloroquina, medicamento prescrito para o tratamento da malária, como forma de tentar evitar o novo coronavírus, apesar de alertas de especialistas da área médica, dizendo que cabe aos indivíduos tomar suas próprias decisões. 

Sem oferecer nenhuma evidência, Trump disse a jornalistas durante uma visita ao Capitólio que acredita que o medicamento "garante um nível adicional de segurança", acrescentando: "Pessoas terão que tomar suas próprias decisões". 

A Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) alertou sobre os possíveis e sérios efeitos colaterais do uso do medicamento em pacientes com a Covid-19. 

O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, cuja secretária de Imprensa, Katie Miller, contraiu o coronavírus, disse ao Canal Fox News em entrevista que não estava tomando o medicamento. 

"Eu não estou, mas eu nunca cercearia a possibilidade de que qualquer americano aceitasse o conselho de seu médico", disse Pence, de acordo com a transcrição da entrevista. Ele notou que a FDA havia aprovado o "uso fora da bula" do medicamento quando prescrito por um médico. 

"Meu médico não me recomendou, mas eu não hesitaria em ouvir o conselho dele. Qualquer americano deveria fazer o mesmo", disse. 

Semanas atrás, Trump havia promovido o medicamento como um tratamento possível para a Covid-19 baseado em um relatório positivo sobre seu uso contra o vírus, mas estudos subsequentes concluíram que o uso do remédio não ajuda. 

O médico da Casa Branca, Sean Conley, disse em nota publicada na noite de segunda-feira que ele e o presidente haviam discutido as evidências pró e contra o uso do medicamento e concordaram que "o potencial benefício do tratamento compensava os riscos relativos".

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Fonte:
Reuters

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