EUA: Banco Central (FED) corta juros para faixa de 0% a 0,25% neste domingo
O Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) cortou os juros da faixa de 0% a 0,25% em uma reunião extraordinária neste domingo. A decisão foi por 9 votos a 1. As consequências econômicas da pandemia de coronavírus foram apontadas como justificativa para a decisão.
"Os efeitos do coronavírus irão pesar na atividade econômica no curto prazo e representar riscos para as perspectivas econômicas", diz a instituição. "O surto de coronavírus prejudicou comunidades e interrompeu a atividade econômica em muitos países, incluindo os Estados Unidos. As condições financeiras globais também foram significativamente afetadas. Os dados econômicos disponíveis mostram que a economia dos EUA entrou neste período desafiador em uma base sólida."
O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) disse que continuará monitorando as implicações das informações recebidas para as perspectivas econômicas, incluindo as relacionadas à saúde pública, desenvolvimentos globais e pressões inflacionárias.
A instituição se comprometeu ainda a usar suas ferramentas e atuar conforme apropriado para apoiar a economia.
"Ao determinar o momento e o tamanho dos ajustes futuros na orientação da política monetária, o Comitê avaliará as condições econômicas realizadas e esperadas em relação ao seu objetivo máximo de emprego e ao seu objetivo simétrico de 2% da inflação", diz o comunicado.
O voto dissidente foi da presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester.
Fed zera taxa de compulsório bancário nos EUA
O Federal Reserve (Fed) reduziu a zero a taxa de compulsório bancário nos Estados Unidos. A medida, que passa a valer a partir de 26 de março, acompanha a decisão da instituição de baixar o juro dos Fed Funds para a faixa de 0% a 0,25% e de anunciar um programa de compra de bônus de US$ 700 bilhões.
"Essa ação elimina os requisitos de reserva para milhares de instituições depositárias e ajudará a apoiar empréstimos a famílias e empresas", diz o comunicado da instituição.
Goldman reduz projeção de crescimento dos EUA no 1° e 2° tri, mas projeta forte expansão no segundo semestre (Reuters)
NOVA YORK (Reuters) - O Goldman Sachs reduziu sua projeção para o crescimento dos Estados Unidos no primeiro e no segundo trimestre devido aos impactos econômicos da epidemia de coronavírus.
Em nota neste domingo, o banco norte-americano disse que agora vê expansão do produto interno bruto (PIB) de 0% nos primeiros três meses do ano, contra crescimento de 0,7% esperado antes.
Para o segundo trimestre, o banco agora vê o PIB contraindo para -0,5%, contra projeção inicial de estabilidade (0%).
O Goldman, por outro lado, elevou a previsão para o PIB dos EUA no terceiro trimestre para 3%, de 1% anteriormente.
"Nós esperamos que a atividade econômica dos EUA se contraia significativamente no restante de março e em abril, à medida que o medo do vírus leva consumidores e empresas a continuarem a cortar gastos em coisas como viagens, entretenimento e refeições em restaurantes", disse o Goldman em nota.
Além dos impactos com gastos dos consumidores, o Goldman também revisou as projeções devido a significativas interrupções em cadeias de suprimento.
O banco espera que a atividade econômica dos EUA se recupere depois de abril, com forte expansão no segundo semestre.
Mas essa expectativa, ressaltou o Goldman, depende de certos fatores, como o nível de distanciamento social que será aplicado para combater a epidemia, bem como temperaturas, que podem reduzir as infecções em caso de mais calor, além da possibilidade de surgimento de bons tratamentos para a doença.
O Goldman projetou ainda uma expansão maior no quarto trimestre, de 4%, em comparação com estimativa inicial de 2,25%.
A previsão geral para o PIB em 2020 caiu para 0,4%, ante 1,2% originalmente.
"A incerteza sobre todos esses números é muito maior que o normal", ressaltou o banco.
Powell diz que banco americano tem ainda muitas outras ferramentas de liquidez
O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou neste domingo, 15, em entrevista coletiva que o Fed tem muito poder em ferramentas de liquidez.
-- "Usamos agressivamente as ferramentas que temos à disposição", afirmou. "Esperamos manter as taxas próximas de zero até que a economia americana reaja."
O presidente do Fed se esquivou ainda de chamar o programa de US$ 700 bilhões em compra de bônus de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês). "O rótulo de uma ação é menos interessante para mim do que o efeito dela", disse.
Jerome Powell disse ainda que não vê a adoção de taxas de juros negativas como uma política apropriada aos Estados Unidos. A declaração foi dada após a instituição baixar os juros para a faixa de 0% a 0,25%.
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