Espanha prepara-se para adotar plano de isolamento a partir de segunda-feira
MADRI (Reuters) - O governo espanhol planeja colocar os 47 milhões de habitantes do país sob isolamento a partir da segunda-feira, como parte de um plano que prevê um estado de emergência por 15 dias para combater o coronavírus, segundo um decreto oficial em preparação visto pela Reuters.
O governo dirá a todos espanhóis que mantenham-se em casa exceto se precisarem comprar comida, ir à farmácia e hospitais, trabalhar ou lidar com outras emergências, de acordo com o rascunho da medida.
Os transportes públicos serão restringidos, e operações de linhas aéreas, trens, ônibus e embarcações deverão reduzir seus serviços ao menos pela metade, enquanto qualquer avião, trem, ônibus ou outros meios de transporte só poderão circular com um terço da capacidade.
O decreto, no entanto, não prevê o fechamento das fronteiras do país.
Empresas serão obrigadas a deixar seus funcionários trabalhares de forma remota, enquanto procedimentos judiciais serão suspensos.
O ministério do Interior da Espanha controlará todas forças policiais, inclusive locais e regionais, durante o período de emergência de 15 dias.
Os ministérios de saúde e de transportes também poderão se sobrepor a algumas autoridades locais e regionais.
O rascunho do decreto afirma que o isolamento entraria em vigor a partir das 8 da manhã de segunda-feira, enquanto todas outras medidas terão validade imediata com a publicação da medida no Diário Oficial do governo.
Uma reunião de governo sobre a implementação do decreto ainda está em andamento e algumas medidas podem mudar. O governo não comentou os detalhes das informações vazadas, que também foram publicadas pela mídia espanhola, mas disse que apenas a versão final será válida.
A Espanha é o segundo país da Europa mais atingido pelo coronavírus depois da Itália, com 5.753 casos registrados neste sábado, alta de um terço ante sexta-feira, mesmo após autoridades em Madri, que tem o maior número de casos, terem parado de realizar testes em pessoas com sintomas de média intensidade.
Mortes por coronavírus na Itália disparam e Lombardia busca restrições mais duras
ROMA (Reuters) - O número de mortos por coronavírus na Itália aumentou 250 nas últimas 24 horas, o maior aumento diário já registrado em qualquer país, enquanto a região mais afetada da Lombardia pede o fechamento completo de fábricas e escritórios.
Esta semana, o governo impôs restrições drásticas em todo o país, fechando bares, restaurantes e a maioria das lojas e proibindo viagens não essenciais, em um esforço para deter o pior surto da doença fora da China.
As medidas até agora não apontam sinais de desaceleração no número de mortes, que subiram 25% em um dia para 1.266, disse o chefe da Agência de Proteção Civil nesta sexta-feira.
O número total de casos subiu de 15.113 para 17.660 em relação ao dia anterior, um aumento de cerca de 17%.
O chefe de saúde da Lombardia, Giulio Gallera, disse que as restrições do governo não são suficientes para a região que circunda a capital financeira Milão e é responsável por três quartos de todas as mortes no país.
"Estamos pedindo uma exceção para a Lombardia", afirmou ele à televisão RAI 3, solicitando o fechamento de fábricas, escritórios e transportes públicos na região. "Se conseguirmos resistir por pelo menos oito dias, talvez vejamos as coisas mudarem."
Não havia indicação de que o primeiro-ministro Giuseppe Conte concordaria em restringir ainda mais o coração dos negócios da Itália, com o governo cada vez mais preocupado com as cicatrizes de longo prazo que o vírus deixará na economia já frágil.
Algumas empresas, como a montadora Fiat Chrysler, decidiram fechar parte de suas operações, enquanto a fabricante de sistemas de freios Brembo anunciou na sexta-feira que interromperia temporariamente o trabalho nas quatro fábricas italianas.
"Hoje temos dois objetivos: cuidar dos doentes e prevenir infecções e cuidar de nossa economia", disse o ministro das Relações Exteriores, Luigi Di Maio, nesta sexta-feira.
Catalunha pede bloqueio regional por coronavírus
MADRI (Reuters) - O governo regional da Catalunha, na Espanha, pediu às autoridades centrais espanholas que o ajudem a bloquear o acesso aéreo, ferroviário e aquático para garantir o confinamento de toda a região devido à epidemia de coronavírus, disse o líder regional Quim Torra.
"Acreditamos que toda a Catalunha precisa ser confinada", disse ele em entrevista coletiva na sexta-feira, acrescentando que esse pedido se deve a razões preventivas para evitar uma crise de saúde maior.
Ao mesmo tempo, a chefe regional de Madri, Isabel Diaz Ayuso, recomendou que os moradores de Madri não deixassem suas casas para ajudar a conter a propagação do vírus. Antes, o governo regional ordenou o fechamento de todos os bares, restaurantes e lojas da cidade, com a exceção de mercados e firmas de prestação de serviços essenciais.
A resposta da Espanha ao coronavírus, com grandes diferenças entre as regiões, decorre de um intrincado sistema de compartilhamento de poder entre o Estado e as regiões centrais, que decide sobre questões de saúde e educação.
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