OMS mostra grande preocupação com casos de coronavírus na Itália, Irã e Coreia
O aumento de casos de coronavírus registrado na Itália, no Irã e na Coreia do Sul foi considerado "profundamente preocupante" pelo diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus. Em pronunciamento nesta segunda-feira, 24, ele disse que há especulação de que esses casos em novos países podem significar que o avanço do vírus já caracteriza uma pandemia. "No momento, não vemos avanço global incontido do vírus e não vemos mortes em alta escala", disse ele. "O vírus tem potencial pandêmico? Com certeza. Estamos lá? Achamos que ainda não."
O diretor executivo da OMS, Michael J. Ryan, disse que em países europeus, os sistemas de saúde já operam em quase 100% da capacidade, portanto haveria poucos leitos vagos em hospitais caso haja um avanço forte de coronavírus. "Em países desenvolvidos, os sistemas de saúde podem ter pressão extra. Mas se desacelerarmos o avanço do vírus na Europa em algumas semanas, já haverá muita capacidade extra porque o "flu season" (época em que a gripe costuma atingir o continente com mais força) termina."
Tedros afirmou que a OMS está encorajada com a "contínua queda" de novos casos registrados na China. De acordo com o diretor-geral, a organização concluiu visita à China e preparou relatório sobre a missão, incluindo detalhes sobre a transmissibilidade do vírus, a gravidade da doença e o impacto das medidas tomadas. "A equipe observou que não houve mudança significativa no DNA do vírus, que a taxa de fatalidade está entre 2% e 4% em Wuhan e 0,7% fora de Wuhan", disse. "Observou também que para pessoas com doenças leves, o tempo de recuperação é de cerca de 2 semanas; para pessoas com doenças severas ou críticas, a recuperação dura entre 3 e 6 semanas."
Ele disse ainda que a epidemia alcançou pico em 23 de janeiro e que, desde 2 de fevereiro, vem caindo constantemente. "A mensagem chave é que este vírus pode ser contido", concluiu, ressaltando que diversos países estão conseguindo a contenção.
Durante a coletiva, a organização agradeceu também à ajuda de 232 milhões de euros disponibilizada pela União Europeia para combater o vírus.
De acordo com executivos, nos próximos dias a entidade já deve ter condições de usar parte dos recursos doados.
Coronavírus se espalha fora da China mas "mundo está em dívida com Wuhan" por suas ações, diz OMS
PEQUIM/SEUL (Reuters) - Itália, Coreia do Sul e Irã relataram aumento acentuado nas infecções por coronavírus nesta segunda-feira, mas a China relaxou algumas restrições a viagens já que taxa de novas infecções lá diminuiu e uma equipe da Organização Mundial de Saúde disse o ponto de virada foi alcançado no epicentro, Wuhan.
O vírus colocou cidades chinesas em isolamento, interrompeu o tráfego aéreo e bloqueou as cadeias de suprimentos globais, de carros e peças a smartphones.
Mas as ações da China, especialmente em Wuhan, provavelmente impediram centenas de milhares de casos, disse o chefe da delegação da OMS na China, Bruce Aylward, pedindo ao resto do mundo que aprenda a lição de agir rápido.
"O mundo está em dívida com vocês", disse Aylward de Pequim ao povo de Wuhan. "As pessoas daquela cidade passaram por um período extraordinário e ainda estão passando."
A onda de casos fora da China continental provocou quedas acentuadas nos mercados globais de ações uma vez que os investidores buscavam ativos seguros.
Mas o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, alertou para não tirar conclusões precipitadas sobre o impacto na economia global ou nas cadeias de suprimentos, dizendo que era muito cedo para saber.
Aylward afirmou que várias fontes de dados sugerem que a taxa de infecção em Wuhan está caindo: "Eles estão em um ponto agora em que o número de pessoas curadas saindo dos hospitais a cada dia é muito maior do que os doentes que entram."
O chefe da OMS Tedros Adhanom Ghebreyesus afirmou que usar o termo "pandemia" não se encaixa nos fatos. "Temos que nos focar em contenção ao mesmo tempo em que nos preparamos para uma potencial pandemia", disse ele a repórteres em Genebra, acrescentando que o mundo não está testemunhando uma disseminação descontrolada nem mortes em larga escala.
CASOS
Excluindo a província central de Hubei, centro do surto, a China continental informou 11 novos casos, menor quantidade desde que a autoridade nacional de saúde começou a publicar dados diários em 20 de janeiro.
O coronavírus infectou quase 77 mil pessoas e matou mais de 2.500 na China.
No geral, a China informou 409 novos casos, contra 648 um dia antes, levando o número total de infecções a 7.150 em 23 de fevereiro. O número de mortos subiu em 150, para 2.592.
Mas houve algum alívio para a China, já que mais de 20 jurisdições, incluindo Pequim e Xangai, não informaram nenhuma nova infecção, melhor resultado desde que o surto começou.
For a da China continental, o surto se espalhou para cerca de 29 países e territórios, com um total de mortos e cerca de duas dezenas, de acordo com contagem da Reuters.
A Coreia do Sul registrou 231 novos casos, totalizando 833. Muitos estão em sua quarta maior cidade, Daegu, que ficou mais isolada com a Asian Airlines e a Korean Air suspendendo voos para lá até o próximo mês.
Kuwait, Barein, Omã, Afeganistão e Iraque registraram seus primeiros casos de coronavírus, todas pessoas que estiveram no Irã, onde houve 12 mortes e 61 infectados. A maior parte das infecções foram na cidade sagrada xiita muçulmana de Qom.
O maior surto na Europa é na Itália, com cerca de 150 infecções, contra apenas três antes de sexta-feira, e uma sexta morte.
Brasil acompanha situação na Itália, diz chanceler Ernesto Araújo
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou que o Brasil está acompanhando a situação do novo coronavírus na Itália e seguirá as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para evitar que a epidemia chegue ao País. "Não faríamos nada isoladamente", disse o ministro ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, nesta segunda-feira, 24
Segundo o chanceler, o acompanhamento está sendo feito por meio do Ministério da Saúde. Após surgir na China e provocar mais de 2.500 mortes no país asiático, os casos do novo coronavírus começaram a se propagar com velocidade na Itália. Foram ao menos 219 casos registrados e seis mortes, segundo os últimos relatos
Diante da situação, o governo italiano colocou ontem ao menos 11 cidades no norte do país sob quarentena numa tentativa de conter a propagação do vírus.
Mais cedo, ao Broadcast, o embaixador do Brasil em Roma, Helio Vitor Ramos Filho, afirmou que tem feito relatos diários ao governo brasileiro sobre a situação do novo coronavírus no país europeu.
"Desde a primeira incidência, temos feito relatórios diários para Brasília, sobre o tratamento da doença na Itália e todas as orientações que os italianos estão comunicando", disse Ramos Filho.
Araújo confirmou que tem recebido os relatórios e que não há qualquer recomendação para que brasileiros não viagem à Itália, mas que seguirá as orientações da OMS para eventuais restrições de circulação.
Por enquanto, o embaixador do Brasil em Roma afirmou que ainda não há sugestão para que as pessoas deixem de visitar a Itália.
Nesta segunda, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, considerou "profundamente preocupante" o aumento de casos de coronavírus registrado na Itália, no Irã e na Coreia do Sul.
Em pronunciamento nesta segunda-feira, ele disse que há especulação de que esses casos em novos países podem significar que o avanço do vírus já caracteriza uma pandemia. "No momento, não vemos avanço global incontido do vírus e não vemos mortes em alta escala", disse ele. "O vírus tem potencial pandêmico? Com certeza. Estamos lá? Achamos que ainda não."
G-20: Estamos preparados para tomar novas medidas contra riscos como o coronavírus
O G-20 aumentará sua atividade de monitoramento de riscos globais, "incluindo a recente epidemia de COVID-19 (coronavírus)", informa comunicado divulgado após reunião de ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais do bloco encerrada ontem em Riad, Arábia Saudita. Outros riscos para o crescimento econômico mundial citados foram tensões geopolíticas e comerciais, além de incertezas políticas. "Estamos preparados para tomar novas ações para lidar com esses riscos", completa a nota.
A menção ao vírus foi breve, e o restante do comunicado abordou formas de os países alcançarem crescimento sustentável. "A política fiscal deve ser flexível e voltada ao crescimento ao mesmo tempo que assegura que a relação entre dívida e PIB está em caminho sustentável", diz um trecho do documento. Para política monetária, a recomendação e de continuidade do suporte à atividade econômica e da busca por assegurar estabilidade de preços.
O grupo também concordou em desenvolver uma agenda de tecnologia de infraestrutura - chamado de "InfraTech" -, para estimular o uso de novidades tecnológicas em projetos de infraestrutura.
G-20: Estamos preparados para tomar novas medidas contra riscos como coronavírus
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