Guedes diz que dívida bruta/PIB voltará a cair em 2020; Reforma administrativa não vai mexer em direitos
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira que a dívida bruta em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) voltará a cair em 2020 após recuo visto em 2019 e pontuou que, com os juros básicos mais baixos, a economia com o pagamento de juros da dívida pública será de 120 bilhões de reais este ano.
Falando em evento em Brasília, Guedes também afirmou que o país mudou seu modelo, abandonando o de "juro na lua e câmbio baixo, desindustrializando o Brasil".
"Por exemplo, câmbio a 1,8 (real por dólar), e juros a 14%. Vamos fazer o contrário? Bota juros a 4% e o câmbio a 4 (reais) também. É melhor 4 a 4 do que 1,8 (real) com juros de 14%", disse.
"Não estamos fazendo nada, só estamos fazendo a política direitinho. O juro é um pouco mais baixo, o que é bom para todo mundo. Vamos investir, consumir mais e, ao mesmo tempo, um câmbio um pouquinho mais alto, o que é bom para todo mundo. Mais exportação, mais substituições de importações. Inclusive, em setores muito intensivos em mão de obra, como turismo", completou ele.
Guedes chegou a dizer que, num quadro de dólar a 1,80 real, as exportações caíam, mas o país tinha "todo mundo indo para Disneylândia, empregada doméstica indo para Disneylândia".
Reforma administrativa não vai mexer em direito adquirido, diz Guedes
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, reiterou nesta quarta-feira que a reforma administrativa proposta pelo governo vai mexer em critérios de estabilidade para futuros servidores, sem afetar direitos adquiridos ou alterar salários.
O objetivo da reforma, segundo o ministro, é estabelecer um Estado com meritocracia e um menor número de carreiras. "Em vez de 300 carreiras, que fossem 20, 30", afirmou o ministro, em discurso durante evento em Brasília.
Guedes reafirmou que, quando usou o termo "parasita" ao falar sobre a reforma administrativa na semana passada, se referia ao Estado brasileiro, e não aos servidores.
"Quando os gastos com funcionalismo devoram 95%, 100% da receita, o Estado está virando parasitário. Não é o funcionário público, é o Estado", afirmou.
Guedes: governos passados compraram respeito da Faria Lima com juros nas alturas
O ministro da Economia, Paulo Guedes, destacou nesta quarta-feira , 12, a queda dos gastos com a dívida pública. Ao comentar que no primeiro ano do governo Bolsonaro a equipe trabalhou para atacar o "principal fonte" de despesa, que é a Previdência. Guedes lembrou que a segunda grande fonte de despesas são os "rentistas". "São R$ 400 bilhões em juros da dívida, inaceitável".
Como mostrou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, cálculos do Ministério da Economia indicam que a redução da Selic gerou, apenas no ano passado, uma economia de R$ 68,9 bilhões no serviço da dívida. O montante é superior a todo o investimento feito pelo governo federal em 2019, de R$ 56,6 bilhões. Em quatro anos, até 2022, sem mudanças nas condições, essa economia seria de R$ 417,6 bilhões, sendo R$ 120 bilhões só neste ano.
"Gastamos R$ 70 bi a menos em juros em 2019, economia será de R$ 120 bi em 2020", disse Guedes, que participa de evento promovido pelo Grupo Voto.
O ministro da Economia ainda afirmou que os gastos com a dívida eram ignorados pelos governos anteriores, o que deixou a iniciativa privada "apanhando", enquanto o setor financeiro celebrava. "Coloca juros na lua e todo mundo te respeita na Faria Lima. Governos passados compraram respeito da Faria Lima com juros nas alturas", disse. "Sei porque estava do outro lado da cerca. Era muito bom. Setor privado apanhando e o setor financeiro sempre celebrando. ministro da Fazenda, Banco Central Ministro feliz que vai em todos os jantares com banqueiros. Com apenas R$ 10 bilhões no Bolsa Família, PT ganhou 4 eleições seguidas", disse.
Segundo o ministro, depois de devolver R$ 126 bilhões no ano passado ao Tesouro, o BNDES vai devolver bastante dinheiro à União também neste ano. Guedes não citou quanto o banco de fomento pagará antecipadamente ao Tesouro em 2020.
Guedes mais uma vez citou a mudança de mix entre câmbio e juros no País. "É melhor termos juros a 4% e câmbio a R$ 4,00, do que câmbio a R$ 1,80 e juros de 14%, nas alturas", repetiu.
Parasitas e hospedeiros, por Celso Ming, no ESTADÃO
Os funcionários públicos protestaram com veemência quando o ministro da Economia, Paulo Guedes, declarou que eles são “parasitas”, que estão matando o hospedeiro. Mas, por experiência própria, a população tende a concordar com o ministro.uedes chegou a pedir desculpas. Disse, ainda, que a declaração foi tirada do contexto. Então, vai aqui a íntegra do que ele falou na Fundação Getúlio Vargas, dia 7, no Rio:
“O governo está quebrado. Gasta 90% da receita com salário e é obrigado a dar aumento de salário. O funcionalismo teve aumento de 50% acima da inflação, tem estabilidade de emprego, tem aposentadoria generosa, tem tudo, o hospedeiro está morrendo, o cara virou um parasita, o dinheiro não chega no povo e ele quer aumento automático. Não dá mais. A população não quer isso, 88% da população são a favor inclusive de demissão de funcionalismo público, de reforma. Nos Estados Unidos, o cara fica quatro, cinco anos sem reajuste. De repente, quando sai um reajuste, todo mundo diz: ‘Oh, muito obrigado, prazer’. Aqui o governo é obrigado a dar, porque o dinheiro está carimbado, e ainda leva xingamento, ovo, não pode andar de avião.”
As generalizações são perigosas. Ninguém mete nesse pacote nem os professores, nem os funcionários da Polícia Federal, nem os diplomatas. Mas todos sabemos o que é enfrentar a falta de empenho do pessoal lotado em tantas repartições públicas.
Não é à toa que este ainda é o país dos cartórios e dos despachantes – esses profissionais remunerados para conseguir dar andamento na papelada sempre enroscada. Para abrir ou fechar uma empresa é um calvário. E, no Judiciário, todos sabemos o quanto demora a canetada final de quem está lá para dirimir divergências e punir culpados.
Apesar de tudo, não dá para ignorar os progressos. A Receita Federal, por exemplo, facilitou em muito a vida do contribuinte quando digitalizou a declaração de rendimentos. As prefeituras passaram a trabalhar com nota fiscal digital. Foi enorme o benefício que o cidadão comum obteve com a criação dos sistemas de poupa tempo. O Judiciário vem digitalizando os processos. Até mesmo o voto passou a ser eletrônico, sistema que reduziu o tempo e os erros na apuração.
Pode-se argumentar ainda que a maior parte dessa lerdeza é consequência do excesso de burocracia e não propriamente do encostamento do corpo do servidor. A verdade é que fica mesmo difícil separar uma coisa e outra. Todos sabemos o quanto a criação de dificuldades, especialmente no setor público, é a principal razão para o despacho de facilidades e de soluções que deveriam ser automáticas.
Mas o ministro Paulo Guedes tem razão quando diz que a população se ressente dos privilégios concedidos ao funcionalismo público. Enquanto o setor privado amarga o desemprego de 12,6 milhões de pessoas e o emprego informal de outros 38,4 milhões enfrenta queda de renda e a redução das aposentadorias, os funcionários públicos gozam de estabilidade de emprego, reajustes mais generosos de salários e benefícios especiais nas aposentadorias.
O ministro Paulo Guedes não se notabiliza por usar luvas de pelica e pode não estar sendo politicamente correto em suas falas. Mas tem lá sua parcela de razão. E são essas coisas e outras parecidas que estão aí a exigir reforma administrativa radical. (por Celso MIng, no Estadão).
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