BC da China injetará 1,2 trilhão de yuans (174 bilhões de dólares) no mercado aberto nesta 2ªfeira
São Paulo - O Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) anunciou neste domingo que injetará 1,2 trilhão de yuans por meio de operações no mercado aberto, na segunda-feira (3). Em comunicado, a instituição diz que atua para "manter liquidez razoável e adequada no sistema bancário e uma operação sólida do mercado monetário durante o período de prevenção e controle da epidemia" de coronavírus.
O PBoC informa ainda que a liquidez em todo o sistema bancário é 900 bilhões de yuans maior do que a de igual período do ano passado.
O comunicado é divulgado no momento em que a China se prepara para ter mercados novamente abertos nesta segunda-feira, após autoridades estenderem o feriado prolongado do Ano-Novo Lunar para tentar conter a disseminação do coronavírus.
China injetará 174 bilhões de dólares nos mercados na segunda-feira (Reuters)
XANGAI (Reuters) - O Banco Central da China afirmou que vai injetar na segunda-feira 1,2 trilhão de iuans (174 bilhões de dólares) de liquidez nos mercados em forma de operações de recompra (repos) reversa. O dia marcará a reabertura do mercado em meio a uma epidemia do novo coronavírus que já pressionou as principais bolsas de valores do mundo nas semanas anteriores.
Autoridades chinesas prometeram usar várias ferramentas de política monetária para garantir liquidez no mercado e apoiar empresas afetadas pela epidemia, que já causou 305 mortes, 304 delas na China.
O Banco do Povo da China anunciou as medidas em comunicado emitido neste domingo, acrescentando que a liquidez total do sistema bancário será 900 bilhões de iuans maior do que no mesmo período de 2019.
De acordo com cálculos da Reuters, baseados nos dados oficiais do banco central, 1,05 trilhão de iuans em repos reversos devem vencer na segunda-feira, o que significa que a injeção real será de 150 bilhões de iuans.
Investidores esperam um dia muito volátil nos mercados chineses quando os mercados reabrirem na segunda-feira, depois de uma pausa pelo Ano Novo Lunar, que acabou estendida pelo governo em função da epidemia. Os mercados de ações, moedas e títulos da dívida estão fechados na China desde 23 de janeiro e deveriam ter sido reabertos na sexta-feira passada.
Mas a reabertura não será mais adiada, de acordo com o regulador do mercado de seguridades, em entrevista ao jornal People’s Daily.
O órgão fiscalizador dos mercados financeiros da China, CSRC, informou que tomou a decisão após avaliar diversos fatores e acredita que o impacto da epidemia no mercado será de curto prazo.
Para apoiar empresas afetadas pela epidemia, a CSRC afirmou que companhias com contratos na bolsa poderão pedir prorrogações e que solicitará aos investidores para estender as datas de vencimento.
A comissão também considera lançar ferramentas de hedging para o mercado “A-Share” para ajudar a aliviar o pânico, e suspenderá sessões da noite de trading futuro na segunda-feira.
“Acreditamos que a introdução e implementação sucessiva de políticas vai melhorar as expectativas do mercado e evitar comportamentos irracionais”, disse a comissão ao jornal.
A China está enfrentando um crescente isolamento, com outros países implementando proibição de viagens, companhias aéreas suspendendo voos e governos retirando seus cidadãos, o que se configura em um alto risco de desaceleração da segunda maior economia do mundo.
A agência de notícias estatal Xinhua informou neste domingo que a economia da China é resistente para conter o choque causado pelo vírus, e afirmou que comentários feitos por uma autoridade federal norte-americana de que o vírus poderia levar os empregos de volta aos Estados Unidos eram “egoístas, antiprofissionais e antiéticos”.
O secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, afirmou na semana passada que o vírus pode forçar as empresas a reavaliar suas cadeias de suprimentos, potencialmente retornando alguns empregos para os EUA.
“Os comentários só servem para manchar a imagem dos EUA como um player global”, informou a Xinhua. “Uma epidemia de uma doença como essa não pode servir de base para multinacionais que fazem investimentos sérios e de longo prazo na China. Se a economia chinesa desacelerar dramaticamente, a economia dos EUA também sofrerá.” (Reportagem adicional de Samuel Shen e Winni Zhou em Xangai)
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