Número de mortos pelo coronavírus chega a 56 na China; Xi fala em 'situação grave'
PEQUIM - A Comissão Nacional de Saúde da China informou neste sábado, 25, que o número de mortes decorrentes da infecção por coronavírus subiu para 56. O país registra 1.975 pessoas com diagnóstico da doença. O informe mais recente sobre o vírus relatou 15 novas mortes e 688 novos contágios.
Entre os pacientes, há 324 em estado grave e outros 49 conseguiram superar a infecção, tendo recebido alta, informou a comissão. O vírus tem origem na cidade de Wuhan, na região de Hubei, e já se espalhou para Pequim e Xangai, além de ter chegado a outros países como os Estados Unidos, Tailândia, Coreia do Sul, Japão, Austrália, França e Canadá.
Neste sábado, o presidente chinês Xi Jinping destacou o avanço acelerado das infecções, o que criou uma grave situação no país, segundo ele classificou. A área de Wuhan está isolada e o governo impôs novas restrições de viagem na região de Hubei, com vetos a ônibus entre as províncias. As viagens internacionais em grupo também foram proibidas pela administração chinesa.
As agências de viagens foram instruídas a interromper excursões em grupo e pacotes de viagens para reduzir o fluxo de passageiros em meio ao surto, informou o jornal estatal chinês Daily China, citando a Associação Chinesa de Serviços de Viagem. Segundo a Associação Chinesa de Serviços de Viagem, grupos de turismo que partiram podem concluir a viagem conforme programado, mas atenção deve ser dada à saúde dos viajantes, disse a associação.
A preocupação é que as viagens de turistas intensifiquem a disseminação do surto em todo o país e no exterior. A grande maioria das infecções e todas as mortes ocorreram na China continental, mas novos casos estão surgindo. A Austrália e a Malásia registraram seus primeiros casos neste sábado e o Japão, o terceiro. A França confirmou três casos nesta sexta-feira, sendo o primeiro país europeu a informar sobre a ocorrência da doença. Os EUA, por sua vez, identificaram seu segundo caso.
No centro do surto, Wuhan, onde os 11 milhões de habitantes já estão impedidos de transitar livremente. E enfrentarão, a partir deste domingo, a proibição de circulação no centro da cidade da maior parte dos veículos, incluindo carros particulares, informou a mídia estatal. Apenas veículos autorizados que transportam suprimentos e outros itens de primeira necessidade seriam permitidos, afirmou o noticiário. A cidade designará 6 mil táxis para diferentes bairros, sob a gestão de comitês locais, para ajudar as pessoas a se locomoverem, se necessário, informou o China Daily.
Em Hong Kong, a líder Carrie Lam disse que seu governo aumentará o nível de resposta para "emergência", a classificação mais alta, e fechará as escolas primárias e secundárias por mais duas semanas, além do feriado do Ano Novo Lunar da próxima semana, até 16 de fevereiro. Ela disse que voos diretos e viagens de trens provenientes de Wuhan seriam bloqueados.
Em um sinal da crescente tensão no sistema de saúde de Wuhan, a agência oficial de notícias Xinhua informou que a cidade planejava construir um segundo hospital improvisado com cerca de 1 mil leitos. A cidade anunciou anteriormente a construção de um hospital do mesmo tamanho, que deveria ser concluído em 3 de fevereiro.
A China cortou trens, voos e outras ligações para Wuhan na última quarta-feira, bem como o transporte público dentro da cidade, e expandiu o bloqueio para 16 cidades vizinhas, com uma população combinada de mais de 50 milhões de pessoas.
O feriado mais festivo da China, o Ano Novo Lunar, aconteceu neste sábado, à sombra do novo vírus. As autoridades cancelaram uma série de eventos e fecharam os principais destinos turísticos e cinemas.
A Comissão Nacional de Saúde relatou um salto no número de pessoas infectadas para 1.287. A contagem mais recente, de 29 províncias e cidades da China, incluiu 237 pacientes em estado grave. Das 41 mortes, 39 ocorreram na província de Hubei, onde fica Wuhan, um caso foi registrado na províncias de Hebei e outro em Heilongjiang. A maioria das mortes foi de pacientes idosos, embora um homem de 36 anos em Hubei tenha morrido esta semana.
Fonte: Associated Press
Cada pessoa com coronavirus infecta outras duas ou três, alerta especialista
LONDRES (Reuters) - Cada pessoa infectada com coronavírus está transmitindo a doença para entre duas e três outras pessoas, em média, nas taxas de transmissão atuais, de acordo com duas análises científicas separadas da epidemia.
Se o surto continuará a se espalhar a esse ritmo depende da eficácia das medidas de controle, disseram os cientistas que conduziram os estudos. Mas, para poder conter a epidemia e mudar a maré de infecções, as medidas de controle teriam que interromper a transmissão em pelo menos 60% dos casos.
O número de mortos pelo surto de coronavírus saltou para 42 neste sábado, com mais de 1.400 pessoas infectadas em todo o mundo - a grande maioria na China.
"No momento, não está claro se esse surto pode ser contido na China", disse Neil Ferguson, especialista em doenças infecciosas do Imperial College de Londres, que coliderou um dos estudos.
A equipe de Ferguson sugere que até 4.000 pessoas em Wuhan já estavam infectadas em 18 de janeiro e que, em média, cada pessoa infectada estava infectando duas ou três outras.
Um segundo estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Lancaster, no Reino Unido, também calculou a taxa de contágio em 2,5 novas pessoas, em média, infectadas por cada pessoa já infectada.
"Se a epidemia continuar inabalável em Wuhan, prevemos que será substancialmente maior até 4 de fevereiro", escreveram os cientistas.
Eles estimaram que a cidade de Wuhan, no centro da China, onde o surto começou em dezembro, terá cerca de 190.000 casos de infecção até 4 de fevereiro, e que "a infecção será estabelecida em outras cidades chinesas, e as importações para outros países serão mais frequentes".
Centro Chinês para Controle e Prevenção de Doenças refuta reportagem sobre superespalhador; "Não há necessidade de entrar em pânico"
Beijing, 25 jan (Xinhua) -- O chefe do Centro Chinês para Controle e Prevenção de Doenças (CCCPD), Gao Fu, refutou no sábado uma reportagem alegando que um paciente ''superespalhador'', ou um portador do vírus altamente contagioso, havia surgido em meio ao surto do novo coronavírus.
Gao, um virologista e imunologista renomado e membro de uma equipe de especialistas de alto nível da Comissão Nacional de Saúde, disse que um paciente que supostamente infectou 14 profissionais de saúde em um hospital de Wuhan não deveria ser chamado de ''superespalhador'' pelo fato de ter sido transferido entre as alas hospitalares múltiplas vezes.
"Não há necessidade de entrar em pânico", disse Gao.
Outros especialistas em medicina preventiva entrevistados pela Xinhua ecoaram a opinião de Gao.
Gao disse anteriormente em uma coletiva de imprensa que não havia evidências até o momento sobre o suposto paciente altamente contagioso.
A pneumonia causada pelo novo coronavírus surgiu inicialmente na cidade chinesa de Wuhan e se alastrou rapidamente para todo o país. Até a sexta-feira, a doença já matou 41 pessoas e 1.287 casos foram confirmados em 30 regiões provinciais.
"Estamos acompanhando de perto a situação. O que devemos focar agora é a prevenção e o tratamento alinhados com a ciência", indicou Gao
Mortes por coronavírus na China aumentam para 41; infectados chegam a 1.287
As mortes pelo novo coronavírus na China aumentaram para 41 e o número de infectados já chega a 1.287, segundo novo balanço divulgado pela TV estatal chinesa na noite desta sexta-feira, 24. A maioria dos registros segue concentrada em Wuhan, na província de Hubei, onde o surto começou.
O aumento de casos ocorre no mesmo dia que a doença chegou à Europa, com três casos confirmados na França, de acordo com o Ministério da Saúde do país.
Além da China, onde o surto começou, já são 10 os países a confirmar casos da doença: França, Japão, Coreia do Sul, Singapura, Estados Unidos, Vietnã, Arábia Saudita, Taiwan, Nepal e Tailândia. Nos EUA, dois casos já foram confirmados e mais de 60 registros suspeitos estão em investigação.
No Brasil, o Ministério da Saúde colocou o País em alerta para o risco de transmissão do coronavírus, mesmo sem nenhum caso suspeito em território nacional. Profissionais de saúde e hospitais já estão sendo orientados de como agir caso o vírus chegue. O ministério descartou os cinco casos suspeitos que foram notificados por não se enquadrarem na definição estabelecida pela OMS.
Para ser classificado como caso suspeito, o paciente precisa apresentar os sintomas da doença (febre, tosse e dificuldade para respirar) e ter histórico de viagem para a região chinesa onde há surto.
A Secretaria da Saúde de São Paulo anunciou um plano para o monitoramento e resposta de casos suspeitos. A mobilização vai englobar os principais hospitais de referência, como Instituto de Infectologia Emílio Ribas e Hospital das Clínicas, e profissionais estão sendo treinados para fazer a detecção e notificação de possíveis casos da doença. (Com agências internacionais)
Cidade chinesa de Wuhan proibirá veículos motorizados para prevenir surto do coronavírus
Profissionais de saúde mostrando vigor e determinação na UTI (unidade de terapia intensiva) do Hospital Zhongnan da Universidade de Wuhan, na Província de Hubei, centro da China, em 24 de janeiro de 2020. (Xinhua/Xiong Qi)
Wuhan, 25 jan (Xinhua) -- A partir deste domingo, os veículos motorizados comuns serão proibidos nas rodovias do centro de Wuhan, a cidade mais atingida pelo surto do novo coronavírus na região central da China, anunciou o governo local.
Somente os veículos autorizados como os oficiais e os carros licenciados para transportar suprimentos e fornecer transporte gratuito poderão circular.
A cidade também recrutou 6 mil táxis para fornecer serviços grátis para os residentes, como entrega de comida e remédios, assim como tratamento médico emergencial para doenças não febris.
Os pacientes com febre devem ser transportados por veículos profissionais do departamento de prevenção epidêmica com adequadas medidas de isolamento para os motoristas.
China envia 450 médicos militares a Wuhan na luta contra coronavírus
Wuhan, 25 jan (Xinhua) -- A China enviou 450 profissionais de saúde militares, incluindo os com experiência na luta contra a SARS ou o Ebola, para Wuhan, a cidade mais afetada pelo coronavírus 2019-nCoV.
Os médicos, divididos em três equipes enviadas pelas universidades médicas do exército, da marinha e da força aérea do Exército de Libertação Popular, chegaram a Wuhan em uma aeronave militar na noite de sexta-feira.
Segundo as autoridades militares, as equipes, compostas por especialistas em saúde respiratória, doenças infecciosas, controle de contaminação hospitalar e unidade de terapia intensiva (UTI), serão enviadas aos hospitais de Wuhan com um grande número de pacientes com a pneumonia relacionada ao 2019-nCoV.
As autoridades de saúde chinesas anunciaram no sábado que 1.287 casos confirmados de pneumonia causada pelo 2019-nCoV, incluindo 237 em estado crítico, foram relatados no país até o final de sexta-feira.
O quadro epidêmico da pneumonia já resultou em 41 mortes, reportou a Comissão Nacional de Saúde.
Os médicos foram mobilizados de vários hospitais afiliados às universidades militares. Todos eles se voluntariaram para a missão.
"Enviamos nossos melhores profissionais de diversos departamentos clínicos. Eles possuem vasta experiência na luta contra doenças contagiosas", disse Zhou Xianzhi, presidente da Universidade Médica da Força Aérea. "Alguns deles participaram de missões importantes, como a batalha contra a SARS e a luta contra o Ebola na África, além de resgates em locais de terremotos".
Li Jun, enfermeira da ala pediátrica de UTI do Hospital de Xijing, disse que se sente "extremamente honrada" por se juntar a esta missão nacional.
Ela cancelou seus planos de passar o Ano Novo Lunar Chinês com sua família e e ingressou na missão após seu plantão no hospital na véspera do Ano Novo chinês.
A filha de 7 anos de Li chorou ao saber que sua mãe ficaria na área mais afetada pelo vírus por pelo menos um mês.
Na cerimônia de despedida, Li tentou evitar contato visual com sua filha, mas não conseguiu conter as lágrimas quando seu ônibus partiu.
Song Liqiang, 50 anos, é vice-chefe do Departamento Respiratório e de UTI do Hospital de Xijing. Ele passou pela experiência de trabalhar na UTI durante o surto de SARS em 2003.
"Não tenho dúvidas de que, com os esforços conjuntos de todo o país, controlaremos a situação", afirmou Song.
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