Dólar fecha em queda e volta à casa de R$ 4,16 em dia positivo para ativos brasileiros

Publicado em 23/01/2020 18:41

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Por José de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em queda nesta quinta-feira, com o real registrando o melhor desempenho global na sessão numa tarde de recuperação para ativos brasileiros em geral.

As operações domésticas desafiaram o viés de alta do dólar no exterior, onde a moeda se fortalecia ainda por preocupações sobre o surto de um vírus na China.

Operadores comentaram que a melhora do real esteve correlacionada, sobretudo na parte da tarde, à recuperação do Ibovespa. O índice de referência das ações brasileiras abandonou quedas de mais cedo e bateu novos recordes históricos, puxado pelo setor bancário --classe de ativo que, por ter ampla liquidez, costuma ser um ponto de entrada inicial de estrangeiros no mercado brasileiro.

Nem mesmo declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, interpretadas pelo mercado como inclinadas a afrouxamento monetário, minaram a recuperação do real.

Mais cedo, o IPCA-15 de janeiro mais alto que o esperado desestimulou novas apostas em cortes de juros pelo Banco Central. Um enfraquecimento dessas posições ajudaria, em teoria, a conter a perda de atratividade do real como ativo de investimento.

O dólar à vista caiu 0,22%, a 4,1668 reais na venda.

Na B3, o contrato de dólar futuro mais líquido tinha queda de 0,44%, a 4,1655 reais.

O índice do dólar frente a uma cesta de seis rivais subia 0,17% no fim da tarde, com várias divisas emergentes em desvalorização.

Apesar do mau começo de ano para o real --a divisa brasileira tem o pior desempenho global no acumulado de janeiro--, o Citi vê o dólar cair para 3,98 reais ao fim de 2020.

"Mais evidência de aceleração do crescimento econômico doméstico combinada com materialização de outras reformas estruturais amparam um real mais forte" até o fim do ano, junto com acomodação do conflito EUA-Irã e a aparente 'Fase 1" do acordo comercial EUA-China, disse o Citi em nota a clientes.

Dólar sobe ante euro e libra com aversão a risco causada por coronavírus (Ag Estado)

 

São Paulo - O dólar subiu ante a libra, o euro e moedas emergentes, em meio a um movimento de aversão a risco no mercado causado por temores de disseminação do novo coronavírus identificado na China e que já se espalhou para outros oito países. A moeda britânica, por sua vez, se enfraqueceu mais após anúncio do Banco Central Europeu (BCE).

No horário de fechamento em Wall Street, o dólar caía a 109,50 ienes, enquanto o euro recuava a US$ 1,1058 e a libra esterlina registrava baixa a US$ 1,3122. O índice DXY, que mede a variação da moeda dos EUA ante uma cesta de seis rivais fortes, fechou em alta de 0,17%, a 97,693 pontos.

Hoje, a China isolou oito cidades para tentar conter a disseminação do coronavírus. O número de pessoas infectadas subiu para pelo menos 644 e há 18 mortos. A Organização Mundial da Saúde (OMS), no entanto, decidiu não declarar emergência de saúde pública e disse que não há evidência de transmissão do coronavírus por contato humano fora da China.

"O iene japonês tem sido o maior beneficiário dos fluxos para ativos de segurança e esperamos que isso continue", comenta Kathy Lien, diretora-gerente de estratégia de câmbio do BK Asset Management.

O euro, por sua vez, se enfraqueceu mais após o BCE ter anunciado hoje uma revisão em suas estratégias de política monetária, depois de ter mantido os juros e sinalizado uma postura "dovish". "Em um dia em que a aversão ao risco dominou, os traders viram a decisão de taxa do BCE como um sinal verde para a fraqueza do euro", avalia Lien.

Ante divisas emergentes, o dólar subia a 18,7863 pesos mexicanos, a 60,0958 pesos argentinos e a 14,4123 rands sul-africanos, no final da tarde em Nova York.

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Fonte:
Reuters/Agencia Estado

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