Sem pressão das carnes, IPCA teria sido de 3,54% no ano de 2019
Rio - O choque de preços das carnes impulsionou a inflação oficial no País tanto em dezembro quanto no fechamento do ano. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA encerrou dezembro com taxa de 1,15%, mas essa variação teria sido de 0,64% se não tivesse ocorrido a pressão das carnes. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No fechamento de 2019, o IPCA subiu 4,31%, mas essa alta teria sido de 3,54%, se neutralizada a pressão das carnes.
Em dezembro, as carnes ficaram 18,06% mais caras, item de maior impacto individual na inflação do mês, o equivalente a uma contribuição de 0,52 ponto porcentual.
Efeito para outros itens
O avanço pressionou a demanda e, consequentemente, os preços também de outras proteínas: o frango inteiro subiu 5,08%, enquanto os pescados aumentaram 2,37%.
"Tem um efeito substituição, então outras proteínas acabam sendo afetadas. A pessoa vê que a carne está cara, ela procura outras proteínas. Isso aumenta a demanda por essas outras proteínas, e aumenta o preço também", explicou Pedro Kislanov, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE.
Outros alimentos
O custo da alimentação no domicílio cresceu 4,69% em dezembro. As famílias também pagaram mais pelo feijão carioca (23,35%) e tomate (21,69%). Por outro lado, ficaram mais baratos a cebola (-8,76%) e o pão francês (-0,68%), ambos com contribuição de -0,01 ponto porcentual para a inflação do mês.
A alimentação fora do domicílio subiu 1,04% em dezembro, após uma alta de 0,21% no mês anterior. A refeição ficou 1,31% mais cara em dezembro, enquanto lanche aumentou 0,94%.
"Muito provavelmente é inflação de custos. Como teve aumento nas carnes, provavelmente influenciou na refeição e lanche fora. E tem um componente sazonal também do mês de dezembro", explicou Kislanov.
Participação do grupo
O gasto das famílias com alimentação e bebidas teve uma elevação de 3,38% em dezembro, respondendo por 0,83 ponto porcentual do IPCA do mês. A taxa do grupo foi a mais elevada desde dezembro de 2002, quando os preços dos alimentos subiram 3,91%.
No ano, o grupo Alimentação e Bebidas avançou 6,37%, maior impacto de grupo no IPCA, o equivalente a 1,57 ponto porcentual. As carnes ficaram 32,40% mais caras no ano, maior impacto individual na inflação, de 0,86 ponto porcentual.
IPCA é o maior para dezembro desde 2002; índice de 2019 é o maior desde 2016
Rio - A alta de 1,15% registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em dezembro foi o maior resultado para o mês desde 2002, quando a taxa avançou 2,10%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Considerando todos os meses, o IPCA de dezembro foi o mais elevado desde junho de 2018, quando a greve de caminhoneiros levou o índice a um avanço de 1,26%.
Em dezembro de 2018, o IPCA ficou em 0,15%.
Como resultado, a taxa acumulada pelo IPCA em 12 meses acelerou de 3,27% em novembro para 4,31% em dezembro, acima do centro da meta de 4,25% perseguida pelo Banco Central este ano.
O IPCA de 2019 foi o maior desde 2016, quando a inflação foi de 6,29%.
Acima das expectativas
O resultado de dezembro de 2019 superou a mediana das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que era positiva em 1,08%. O intervalo de previsões ia de 0,70% a 1,18%.
A taxa acumulada pela inflação no ano de 2019 foi de 4,31%, também acima da mediana (4,24%) e dentro das projeções (3,84% a 4,34%).
0 comentário
Ibovespa testa mínima em três meses em meio a balanços e sem anúncio fiscal; Vale cai 3,5%
S&P 500 e Dow caminham para melhor semana do ano com vitória de Trump e corte nos juros
Negociação Mercosul-UE avança bem e objetivo é fechar acordo este ano, diz secretário do Itamaraty
BR-101 segue como rodovia com maiores preços médios de combustíveis em outubro, aponta Edenred Ticket Log
Produção de óleo de palma da Indonésia deve se recuperar em 2025, mas biodiesel restringe oferta
Gabinete da China aprova medidas para impulsionar crescimento do comércio