Ibovespa recua com conflito EUA-Irã no radar, mas encerra semana no azul

Publicado em 03/01/2020 18:24

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SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa paulista teve leve baixa nesta sexta-feira, seguindo a tendência de mercados internacionais, após um ataque aéreo dos Estados Unidos matar uma importante autoridade iraniana, agravando as tensões no Oriente Médio.

O Ibovespa <.BVSP> caiu 0,09%, esvaziando as perdas na parte final do pregão, fechando a 118.469,49 pontos, mas avançou 2,44% na semana, de acordo com dados preliminares. O volume financeiro do pregão somava 19,3 bilhões de reais.

Conflito EUA-Irã pesa e Ibovespa fecha em queda de 0,73%

Por Peter Frontini

SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa paulista recuou nesta sexta-feira, seguindo os mercados internacionais, após um ataque dos Estados Unidos matar uma importante autoridade iraniana agravando as tensões no Oriente Médio.

O Ibovespa caiu 0,73%, a 117.706,66 pontos, mas avançou 1,78% na semana. O volume financeiro da sessão somou 29,1 bilhões de reais.

A cautela prevaleceu no plano internacional, após um ataque dos Estados Unidos no Iraque matar um importante comandante militar iraniano, escalando as tensões no Oriente Médio. Os EUA informaram que a ação visava interromper um "ataque iminente" que colocaria em risco os norte-americanos na região.

No pior momento da sessão, o Ibovespa caiu 1,2%. À tarde, as perdas foram esvaziadas e o índice chegou a operar no azul.

Para Raphael Guimarães, operador de renda variável da RJ Investimentos, a tensão no Oriente Médio pode ser prolongada com o desenrolar da história afetando o mercado no longo prazo.

"O mercado está aguardando o posicionamento do Irã sobre uma potencial retaliação aos EUA e as consequências que isso pode desencadear", afirmou, acrescentando que espera que os preços do petróleo continuem sendo puxados no médio prazo.

Além do impacto no petróleo, mercados internacionais refletiram a preocupação de agentes com a questão. Na Europa, O índice FTSEurofirst 300 caiu 0,17%, enquanto em Nova York, o S&P 500 perdeu 0,71%.

DESTAQUES

- GOL PN e AZUL PN despencaram 3,42% e 3,47%, respectivamente, com o setor aéreo prejudicado pelo salto nos preços do petróleo, com o recrudescimento da tensão EUA-Irã.

- PETROBRAS PN perdeu 0,81% e PETROBRAS ON cedeu 2,47%, após terem segurando alta durante grande parte do pregão. O presidente Jair Bolsonaro afirmou que tentou falar com o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, e com o ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre riscos de uma possível alta de combustíveis no país.

- BRASKEM PNA disparou 4,44%, após acertar com autoridades federais e estaduais de Alagoas acordo de 2,7 bilhões de reais para reparação de prejuízos a milhares de vítimas de fenômeno de afundamento e rachaduras de solo que atinge a capital do estado há meses. A cifra inclui gastos com fechamento de poços de mineração de sal na região.

- B3 ON perdeu 2,88%, em sessão de ajuste após ter saltado cerca de 5,8% na véspera, na sequência de anúncio de redução e simplificação de tarifas.

- ITAÚ UNIBANCO recuou 1,05%. SANTANDER BR UNIT fechou estável, enquanto BRADESCO PN subiu 0,05%.

- GRUPO NATURA ON saltou 6,97%, diante da conclusão da compra da Avon, que fará a companhia brasileira ser o quarto maior grupo de beleza do mundo.

- CYRELA disparou 5,43%. Fora do índice, BR PROPERTIES disparou 6,12% e GAFISA teve incremento de 4,53% estendendo o rali recente da construção civil.

S&P 500 quebra série de ganhos com Wall St em queda por tensão no Oriente Médio

NOVA YORK (Reuters) - Os principais índices de Wall Street recuaram de recordes nesta sexta-feira, depois que um ataque aéreo norte-americano no Iraque aumentou as tensões no Oriente Médio. O movimento também foi guiado pela divulgação de uma contração maior do que a esperada no setor industrial dos Estados Unidos.

O Dow Jones caiu 0,81%, para 28.634,88 pontos. O S&P 500 perdeu 0,71%, para 3.234,85 pontos. O Nasdaq recuou 0,79%, para 9.020,77 pontos.

O declínio desta sexta-feira fez o S&P 500 acumular baixa na semana, interrompendo uma série de cinco altas semanais.

Na semana, o Dow teve variação negativa de 0,04%, o S&P 500 recuou 0,17%, e o Nasdaq subiu 0,16%.

A demanda por ativos de refúgio disparou conforme o Irã prometeu vingança pela morte de Qassem Soleimani, comandante da elite das Forças Quds do Irã, em um ataque aéreo autorizado pelo presidente norte-americano, Donald Trump.

Em um outro revés ao sentimento do mercado norte-americano, os dados do Instituto de Gestão do Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) mostraram que a atividade fabril dos EUA contraiu em dezembro no ritmo mais intenso em uma década.

"Houve um reforço (do mau humor) com a atividade industrial fraca e você teve uma faísca geopolítica", disse Michael Antonelli, estrategista de mercado da Robert W. Baird em Milwaukee. "Isso está no topo do sentimento de que o mercado esteve excessivamente comprado."

As ações do segmento bancário do S&P 500 recuaram 1,6%, com o noticiário levando o rendimento do Treasury de dez anos anos ao seu nível mais baixo desde 12 de dezembro.

As ações de companhias aéreas também caíram, com os preços do petróleo subindo cerca de 3%. Os papéis da American Airlines depreciaram 5%, enquanto as ações da United Airlines caíram 2,1%.

Entre os 11 principais setores do S&P 500, apenas os segmentos imobiliário e de serviços públicos --ambos considerados defensivos-- terminaram em alta.

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Fonte:
Reuters

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