China pode cumprir promessa de comprar US$ 40 bi em produtos agrícolas dos EUA, diz JCI

Publicado em 20/12/2019 19:36

PEQUIM (Reuters) - A China deve cumprir sua promessa de adquirir mais de 40 bilhões de dólares por ano em produtos agrícolas dos Estados Unidos, medida que faz parte do acordo comercial de "fase um" recém-atingido pelos países, disse a principal consultoria agrícola da nação asiática nesta sexta-feira.

Sob o pacto que visa solucionar a prolongada guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, as compras de bens agrícolas norte-americanos pela China devem avançar para um valor entre 40 bilhões e 50 bilhões de dólares por ano dentro dos próximos dois anos, de acordo com o representante de Comércio dos EUA, Robert Lighthizer.

O acordo ainda precisa ser assinado, o que tem alimentado algum ceticismo quanto à possibilidade de a China importar uma quantia tão grande de produtos agrícolas dos EUA.

"A maior parte da imprensa estrangeira não acredita que a China possa cumprir seus compromissos", disse em nota a consultoria JCI, sediada em Xangai. "Mas como uma empresa chinesa de consultoria no mercado agrícola, a JCI acredita firmemente que a China possui a capacidade e vai cumprir sua promessa."

A JCI estima que a China pode adquirir um total de cerca de 41,3 bilhões de dólares em produtos agrícolas dos EUA por ano, incluindo cerca de 18,7 bilhões de dólares --ou 45 milhões de toneladas-- de soja.

As projeções da JCI, que são baseadas em um "estudo cuidadoso" do volume passado de importações agrícolas de produtos norte-americanos, consideram condições climáticas e preços favoráveis, disse a empresa.

A consultoria destacou que as importações de soja dos EUA pela China atingiram uma máxima recorde de 33,66 milhões de toneladas em 2016.

A JCI espera que outros 2,1 bilhões de dólares venham de compras de 1 milhão de toneladas de carne suína congelada e de miúdos. Os embarques de trigo atingiriam 1,4 bilhão de dólares. As projeções não incluem volumes comprados para reservas estatais.

Tive ótimo telefonema com Xi sobre nosso grande acordo com China, diz Trump

São Paulo - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou há pouco no Twitter que teve "um telefonema muito bom" com o presidente da China, Xi Jinping, sobre "nosso acordo comercial gigante". Segundo ele, o país asiático já começou a fazer "compras em grande escala de produtos agrícolas e outras".

Trump afirmou que a assinatura formal do acordo está "sendo arranjada". Anteriormente, autoridades americanas haviam dito que o documento passava por revisões técnicas e outros passos, para então ser formalizado.

"Também falamos sobre a Coreia do Norte, em que temos trabalhado com a China, e sobre Hong Kong (progresso!)", afirmou Trump.

China critica lei dos EUA e a classifica de “interferência”

XANGAI (Reuters) - O principal órgão legislador da China criticou neste sábado o projeto de lei de Defesa que os Estados Unidos aprovaram nesta semana, classificando-o como “interferência”, informou a agência de notícias estatal Xinhua.

You Wenze, porta-voz do Comitê de Assuntos Estrangeiros do Congresso Nacional da China, expressou “forte insatisfação” com o National Defense Authorization Act (NDAA), aprovado facilmente no Senado dos EUA nesta semana.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu sancionar rapidamente o projeto de lei de 738 bilhões de dólares.

You afirmou que o fato de o projeto incluir Taiwan mina a paz e a estabilidade no estreito de Taiwan. A lei prevê que os Estados Unidos devem trabalhar para fortalecer o poderio militar taiuanês, a ilha autônoma que a China considera parte de seu território.

O projeto de lei também pede apoio aos manifestantes pró-democracia de Hong Kong, além de pedir um relatório sobre o tratamento dado à minoria muçulmana uigur em Xinjiang.

“O plano dos EUA da interferir nos assuntos internos de outros países sob a aparência de 'democracia' ou 'direitos humanos' nunca terá sucesso", disse You, de acordo com a Xinhua. “Assuntos relacionados a Xinjiang não têm a ver com direitos humanos, etnias ou religiões, mas sim com contraterrorismo e despolarização.”

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Fonte:
Reuters

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