Ibovespa fecha em leve queda, mas acumula alta em semana de recordes
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa paulista fechou em leve queda nesta sexta-feira, mas alta na semana marcada por máximas históricas, tendo de pano de fundo perspectivas favoráveis para a economia brasileira em 2020 e manutenção da trégua no embate comercial entre Estados Unidos e China após um acordo parcial.
O Ibovespa cedeu 0,12%, a 114.998,23 pontos, segundo dados preliminares, após renovar recorde intradia, a 115.170,58 pontos. O volume financeiro somava 15,66 bilhões de reais.
Na semana, também segundo informações antes do ajuste do fechamento, o Ibovespa valorizou-se 2,16%, ampliando a alta no mês para 6,25% e no ano a 30,8%.
Bolsa acumula ganho de 2,27% na semana, mantendo os 115 mil pontos
São Paulo - Em acomodação à recém-conquistada marca de 115 mil pontos, o Ibovespa ensaiou nesta sexta-feira, 20, uma realização de lucros após ter renovado máximas de fechamento em três sessões consecutivas até hoje, mas encerrou a sessão praticamente estável (-0,01%), a 115.121,08 pontos, acumulando ganho de 2,27% na semana - o terceiro avanço semanal em sequência - e de 6,36% no mês.
No fim da sessão, o índice acabou neutralizando a baixa que prevalecia ao longo do dia, com as ações de bancos, como Bradesco e ItaúUnibanco, limitando as perdas observadas mais cedo, e Gerdau PN na ponta positiva, em alta de 4,82% no fechamento.
A poucas sessões do fechamento do ano, o principal índice da B3 acumula até aqui ganho de 30,99% em 2019. Na mínima de hoje, o Ibovespa foi a 114.525,95 pontos e, na máxima do dia, a 115.170,58 pontos. O giro financeiro totalizou R$ 25,2 bilhões, mais uma vez acentuado bem perto do fechamento, em semana que teve vencimento de opções sobre ações, na segunda, e sobre o Ibovespa, na quarta-feira.
O dia também foi em geral positivo no exterior, com ganhos nos EUA e na Europa, tendência que tem prevalecido desde o rompimento do impasse sobre a fase 1 do acordo entre americanos e chineses, no fim da semana passada.
Hoje, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse ter mantido uma "ótima" conversa telefônica com o líder chinês, Xi Jinping, e que o país asiático "já começou a comprar em grande escala nossos produtos agrícolas".
Aqui como lá fora, o foco segue no noticiário corporativo, em geral positivo, e nos sinais favoráveis que chegam da economia, melhorando a perspectiva para 2020. "No ano que vem, pelo que temos de informação até agora, teremos algo como um IPO a cada oito dias úteis, em ritmo que não se via desde 2007-2008, antes da crise global", diz Arthur Ferrone, economista e assessor de investimentos na Criteria Investimentos.
"Hoje a ação da Vale rompeu a importante linha de resistência de R$ 54, em boa recuperação desde a ruptura de Brumadinho, quando havia deixado este nível em direção a R$ 45 ou R$ 46", aponta Ferrone.
Nesta sexta, a ação ordinária da mineradora fechou em alta de 1,46%, a R$ 54,79, com o minério de ferro apontando baixa de 2,28% em Qingdao.
Ferrone vê o Ibovespa a 140 mil pontos no fim de 2020 e perspectiva especialmente positiva para as ações do setor siderúrgico. "Com o ajuste de fim de ano dos fundos, é possível que o índice ande um pouco mais até o encerramento de 2019", acrescenta.
Ações da Vale têm máximas desde Brumadinho após declaração de juros sobre capital próprio
RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - As ações da mineradora Vale atingiram nesta sexta-feira uma máxima desde o rompimento de uma de suas barragens em Brumadinho, em 25 de janeiro, após o conselho de administração da empresa ter aprovado na véspera juros sobre capital próprio (JCP) no valor de 7,25 bilhões de reais, ou 1,414 real por ação.
Às 16:22, as ações da companhia operavam em alta de 1,3%, a 54,70 reais. Mais cedo na sessão, os papeis atingiram 54,99 reais por ação, máxima desde o desastre de Brumadinho, em Minas Gerais, que deixou mais de 255 mortos.
A empresa ressaltou, no entanto, que a aprovação dos juros sobre capital próprio, um tipo de distribuição de recursos aos acionistas, "não modifica a decisão do Conselho de Administração de suspender a política de remuneração ao acionista", de acordo com a ata, divulgada na quinta-feira.
A mineradora decidiu suspender pagamentos de dividendos e remuneração aos acionistas em 28 de janeiro, após o colapso da barragem. Bônus para executivos também foram suspensos.
Questionada pela Reuters nesta sexta-feira sobre o motivo da aprovação, apesar da suspensão de pagamentos, a empresa afirmou que "a declaração foi feita com base no dever fiduciário de aproveitamento fiscal, dado que o fato gerador deveria ocorrer ainda em 2019".
"O pagamento só poderá ocorrer após o restabelecimento da Política de Remuneração aos Acionistas", disse a empresa.
Apenas no caso de obter um resultado positivo no balanço financeiro de 2019, a companhia deverá pagar 25% do lucro líquido como dividendo obrigatório, conforme prevê seu estatuto, explicou a Vale, acrescentando que o resultado financeiro só será apurado em fevereiro.
A Vale pontuou também que ainda não há uma previsão para retornar a ter uma política de remuneração aos acionistas acima do mínimo obrigatório.
"Estamos focados na reparação das consequências do rompimento da barragem em Brumadinho", frisou a companhia.
As ações da Vale estão agora a pouco mais de 1 real da cotação de fechamento na véspera do desastre de Brumadinho, quando alcançaram 56,15 reais.
Os papéis da mineradora brasileira acumulam alta de cerca de 16% nos últimos 24 dias. No ano, as ações têm ganho acumulado de 7,5%.
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