Índice recua após máxima recorde, mas segue ao redor de 114 mil pontos
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista mostrava alguma fraqueza nesta quinta-feira, após novas máximas na véspera, mas com o Ibovespa ainda ao redor dos 114 mil pontos, em meio a um quadro relativamente tranquilo nas praças externas e com perspectivas favoráveis para o Brasil.
Às 11:43, o Ibovespa caía 0,29%, a 113.989,19 pontos. O volume financeiro somava 3,2 bilhões de reais.
Profissionais têm citado que faltam catalisadores relevantes à bolsa brasileira, mas que as expectativas para a economia no próximo ano tendem a sustentar o ambiente benigno no pregão nos últimos dias de 2019 e atenuar movimentos de realização de lucros.
Para a equipe da Guide Investimentos, a defesa de uma nova CPMF pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, pode gerar algum desconforto, mas, na visão dos analistas, não será o suficiente para atrapalhar o bom desempenho do mercado doméstico.
Guedes afirmou na noite de quarta-feira que o imposto sobre transações é "inescapável" num contexto de desoneração da folha de pagamento das empresas.
Em outra frente, o Banco Central melhorou sua projeção de crescimento do PIB no próximo ano (+2,2%), enquanto reiterou estimativas para o IPCA nos próximos três anos abaixo do centro da meta de inflação.
Na visão da equipe da corretora Safra, o relatório sustenta a visão da casa de que cabem mais cortes nos juros. A taxa Selic em mínimas recordes tem sido um dos principais suportes para o desempenho positivo das ações brasileiras.
Entre os destaques no exterior, Donald Trump se tornou na noite de quarta-feira o terceiro presidente dos Estados Unidos a ter um impeachment aprovado pela Câmara dos Deputados ao ser formalmente acusado pela Casa de abuso de poder e obstrução do Congresso, em uma votação histórica que vai acirrar as tensões partidárias em um país profundamente dividido.
Os profissionais da Guide, contudo, avaliam que a notícia não deve repercutir nos mercados no momento por não ter implicações na prática. "Evento já precificado, com o processo sendo apenas monitorado pelo mercado por enquanto."
DESTAQUES
- COGNA ON cedia 4,81%, entre as maiores quedas, tendo no radar renúncia do diretor de relações com investidores, além de eleição do vice-presidente financeiro para a diretoria financeira da Cogna e Saber, conforme fato relevante. No setor, YDUQS ON recuava 0,35%.
- MARFRIG ON caía 4,29%, dando continuidade às perdas dos últimos dois pregões, após precificar na terça-feira oferta de ações a 10 reais por papel.
- ITAÚ UNIBANCO PN tinha variação positiva de 0,11%, enquanto BANCO DO BRASIL ON recuava 0,83%, SANTANDER BRASIL ON caía 0,11%, BTG PACTUAL ON cedia 0,78% e BRADESCO PN subia 0,47%.
- PETROBRAS PN oscilava ao redor da estabilidade, com o noticiário envolvendo a empresa incluindo aprovação de juros sobre capital próprio de 2,35 bilhões de reais e decisão do conselho de buscar alternativas para a área Comperj após cancelamento de projeto com a chinesa CNPC.
- VALE ON subia 0,28%, tendo de pano de fundo a alta dos preços futuros do minério de ferro na China. No setor de mineração e siderurgia, GERDAU PN subia 1,51%.
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