BC estima que crédito total crescerá 8,1% em 2020 após melhorar alta para este ano a 6,9%

Publicado em 19/12/2019 09:45
Dados estão no Relatório de Inflação, divulgado trimestralmente

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SÃO PAULO (Reuters) - O Banco Central prevê que o estoque total de crédito crescerá 8,1% em 2020 no país, após uma alta estimada em 6,9% para 2019, conforme dados do seu Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira.

As projeções de antes, divulgadas em setembro, apontavam para um crescimento mais baixo do estoque de crédito este ano, de 5,7%, e no mesmo patamar visto agora para 2020, de 8,1%.

Pelos cálculos mais recentes do BC, o estoque de crédito às famílias deverá subir 11,8% neste ano (ante +11% projetados anteriormente) e 12,2% em 2020 (+11,2% antes).

Para as empresas, a estimativa de crescimento foi melhorada a uma expansão de 0,9% para 2019 (ante -0,9% no relatório passado), e para 2020, passou a uma alta de 2,5%, abaixo do patamar de 3,8% na leitura anterior.

Para o estoque de crédito livre, em que as taxas são pactuadas livremente entre bancos e tomadores, o BC projeta uma alta de 13,9% em 2019 (+12% antes) e de 12,9% em 2020 (+11,4% antes) e, para o crédito direcionado, que atende a parâmetros estabelecidos pelo governo, estima recuo de 1,3% em 2019 (-1,8% antes) e elevação de 1,6% no ano que vem (+3,6% antes).

Segundo o BC, os empréstimos para pessoas físicas financiados com recursos livres continuam sendo o principal vetor de crescimento do crédito no país.

(Por Camila Moreira)

BC eleva estimativa para crescimento do PIB em 2019 e 2020

O Banco Central (BC) aumentou a projeção para o crescimento da economia neste ano e em 2020. A informação foi divulgada hoje (19) no Relatório de Inflação, feito trimestralmente.

A previsão para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, em 2019 passou de 0,9%, previsto em setembro, para 1,2%. Para 2020, a projeção para o crescimento do PIB foi revisada de 1,8% para 2,2%.

2019

Segundo o BC, o ajuste na projeção “repercute os resultados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o terceiro trimestre do ano, a revisão da série histórica do PIB e o conjunto de informações setoriais disponíveis para o trimestre em curso”.

Para o crescimento do quarto trimestre deste ano, o BC destacou o impulso decorrente das liberações extraordinárias de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do Programa de Integração Social (PIS)/Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep).

No âmbito da oferta, a previsão para a variação anual da agropecuária passou de 1,8% para 2%, “refletindo revisão das contas trimestrais e aumento da previsão de abates, em cenário de forte elevação dos preços de carnes”.

Segundo o BC, a projeção para o desempenho da atividade industrial passou de 0,1% para 0,7%, em decorrência dos aumentos nas estimativas para indústria extrativa (de -1,6% para -0,4%), indústria de transformação (de -0,2% para 0,2%) e, principalmente, construção civil (de 0,1% para 2,1%), setor que apresentou crescimento significativo ao longo dos últimos dois trimestres, revertendo tendência observada ao longo dos últimos anos.

A projeção de expansão da atividade do setor de serviços em 2019 foi ligeiramente revisada (de 1% para 1,1%), com destaque para elevações nas projeções para comércio (de 1,2% para 2%) e serviços de informação (de 2,5% para 3,5%). Em sentido oposto, as estimativas para outros serviços e administração, saúde e educação públicas foram reduzidas para 1,2% e -0,2%, na ordem, ante projeções anteriores de 1,6% e 0,1%.

A estimativa de crescimento para o consumo das famílias foi revista de 1,6% para 2%, enquanto para os investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo - FBCF), de 2,6% para 3,3%. A estimativa para o consumo do governo foi revisada de -0,3% para -0,6%.

Para a exportação e importação de bens e serviços, as estimativas ficaram em -3% e 1,7%, em 2019, respectivamente, ante projeções anteriores de -0,5% e 1,9%.

2020

Para o BC, o maior impulso da economia em 2020 está condicionado ao cenário de continuidade das reformas e ajustes na economia brasileira.

Para 2020, as previsões para agropecuária, indústria e serviços foram revistas, respectivamente, para 2,9%, 2,9% e 1,7%, ante 2,6%, 2,2% e 1,4% no Relatório de Inflação anterior, divulgado em setembro. “A elevação na previsão da atividade no setor primário repercute os primeiros prognósticos para a safra de 20203 e as boas perspectivas para a pecuária. Na indústria e em serviços, a elevação nas previsões foi bastante disseminada entre atividades, repercutindo melhores perspectivas para os diversos setores da economia”, diz o BC.

O BC estima expansão de 2,3% para o consumo das famílias e de 4,1% para a FBCF, ante 2,2% e 2,9%, respectivamente, na previsão anterior. “Parte da alta na previsão para a FBCF está associada a prognóstico mais favorável para a construção civil”, destaca.

A projeção para o consumo do governo foi alterada de 0,5% para 0,3%. A estimativa para o crescimento das exportações foi revista de 1,7% para 2,5%, enquanto a projeção para as importações passou de 1,6% para 3,8%. “O aumento na previsão para as exportações está associado, entre outros fatores, a elevações nas estimativas de crescimento da produção agropecuária e extrativa mineral, setores voltados ao mercado externo. O aumento na projeção para as importações reflete as perspectivas favoráveis para a indústria de transformação e para a FBCF, com consequente aumento da demanda por insumos, máquinas e equipamentos, bem como o aumento na projeção para o consumo das famílias”, conclui o BC.

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Fonte:
Agência Brasil / Reuters

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