RTI (inflação): ciclo econômico atual recomenda cautela na condução da política econômica

Publicado em 19/12/2019 09:29

O Banco Central (BC) voltou a indicar nesta quinta-feira, 19,, por meio do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), que "o atual estágio do ciclo econômico recomenda cautela na condução da política monetária". Na semana passada, o colegiado reduziu a Selic (a taxa básica de juros) de 5,00% para 4,50% ao ano. Foi o quarto corte consecutivo no atual ciclo de baixa da taxa básica, após 16 meses de estabilidade.

No RTI, agora divulgado, o BC também repetiu uma ideia contida no comunicado da decisão da semana passada e na ata do encontro, publicada na última terça-feira, 17: a de que "seus próximos passos continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação".

Na semana passada, economistas do mercado financeiro haviam avaliado, com base nestes comentários, que o BC tende a ser mais cauteloso na decisão de fevereiro do Copom. A expectativa é de que a Selic seja mantida em 4,50% ao ano em fevereiro ou passe por um corte menor, de 0,25 ponto porcentual.

Emergentes

O BC reafirmou nesta quinta, por meio do RTI, que os estímulos monetários adotados pelas principais economias, "em contexto de inflação abaixo das metas", têm sido capazes de "produzir ambiente relativamente favorável para economias emergentes".

Esta avaliação já havia sido feita no comunicado da semana passada do Copom, quando a Selic caiu de 5,00% para 4,50% ao ano Ela também apareceu na ata do encontro do colegiado, publicada na última terça-feira.

FGV: confiança da indústria sobe 3 pontos em dezembro ante novembro, diz prévia

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) apurado na prévia da sondagem de dezembro teve um avanço de 3,0 pontos em relação ao resultado fechado de novembro, para 99,3 pontos, maior patamar desde julho de 2018, quando ficou em 99,5 pontos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira, 19

Houve melhora tanto das expectativas dos empresários quanto da percepção sobre a situação atual. O Índice de Situação Atual subiu 3,7 pontos, para 99,5 pontos, enquanto o Índice de Expectativas teve uma alta de 2,3 pontos, para 99,1 pontos.

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) da indústria indicou uma queda de 0,2 ponto porcentual em relação ao patamar de novembro, passando de 75,3% para 75,1% em dezembro

A prévia dos resultados da Sondagem da Indústria abrange a consulta a 799 empresas entre os dias 2 e 17 de dezembro. O resultado final da pesquisa será divulgado no próximo dia 27 de dezembro.

Projeção do IPCA/2019 no cenário de mercado permanece em 4% no RTI, como na ata

O Banco Central (BC) manteve sua projeção de inflação para 2019 no cenário de mercado. Segundo o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado nesta quinta-feira, 19, este cenário indica um IPCA de 4,0% para este ano. O porcentual é o mesmo verificado na ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), publicada na terça-feira (17).

No RTI divulgado em setembro deste ano, o BC projetava alta do índice oficial de preços de 3,3% pelo cenário de mercado. Para 2020, o cenário de mercado indica que o IPCA ficará em 3,5%, porcentual também igual ao visto na ata. No RTI de setembro, a projeção era de 3,6%.

Para 2021, o cenário de mercado indica que o IPCA ficará em 3,4%, porcentual também igual ao visto na ata. No RTI de setembro, a projeção era de 3,7%.

Já a projeção para o IPCA de 2022, pelo cenário de mercado, está em 3,4%, indicou o RTI divulgado agora. No relatório anterior, de setembro, o porcentual calculado era de 3,8%.

O cenário de mercado utiliza como parâmetros as previsões dos analistas, contidas no Relatório de Mercado Focus, para a taxa de câmbio e os juros no horizonte da previsão.

Para 2019, a meta de inflação perseguida pelo BC é de 4,25%, com margem de 1,5 ponto (taxa de 2,75% a 5,75%). No caso de 2020, a meta é de 4,0%, com margem de 1,5 ponto (taxa de 2,5% a 5,5%). Para 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 (taxa de 2,25% a 5,25%). Para 2022, a meta é de 3,50%, com margem de 1,5 (taxa de 2,00 a 5,00%).

Cenário de referência

O BC alterou sua estimativa de inflação para 2019 no cenário de referência, que utiliza câmbio e juros constantes para o horizonte de projeções. Segundo o RTI divulgado nesta quinta, este cenário indica um IPCA de 4,0% para este ano. No relatório anterior, de setembro, a projeção era de 3,4%.

Para 2020, o cenário de referência indica que o IPCA ficará em 3,6%, como no documento de setembro. A projeção para o IPCA de 2021, pelo cenário de referência, está em 3,7%, também como estava calculado no RTI anterior. Para 2022, a projeção seguiu em 3,9%.

Nos cálculos do cenário de referência, o BC considerou uma Selic de 5,00% ao ano e um dólar a R$ 4,20.

Preços administrados

O Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira, mostra que o Banco Central prevê alta de 5,1% para os preços administrados em 2019, considerando o cenário de mercado. O porcentual é o mesmo informado na ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na terça-feira. No RTI de setembro, a projeção era de 3,5%.

No caso de 2020, a projeção está em 3,6%, como na ata. No RTI de setembro, o porcentual era de 4,5%. No caso de 2021, a projeção está em 3,5%, como na ata. No RTI de setembro, o porcentual era de 4,2%.

Para 2022, a projeção para os preços administrados no cenário de mercado é de alta de 3,6%. No RTI de setembro, a projeção era de 4,4%.

O cenário de mercado leva em consideração a taxa de juros e o câmbio projetados no Relatório de Mercado Focus. Na última segunda-feira, 16, o Focus mostrou que os analistas projetavam alta dos preços administrados de 5,11% em 2019, 4,00% em 2020, 4,00% em 2021 e 3,75% em 2022.

Estouro do teto da meta

O Banco Central indicou que, em seu cenário de mercado, a probabilidade de a inflação de 2019 ficar acima do teto da meta, de 5,75%, está "próxima de zero". No documento anterior, divulgado em setembro, ela já era de zero. O cálculo tem como base câmbio e Selic variáveis conforme a Pesquisa de Mercado Focus. Já a probabilidade de a inflação ficar abaixo do piso da meta em 2019, de 2,75%, passou de 16% para zero.

No caso de 2020, a probabilidade de estouro do teto de 5,5% da meta foi de 9% para 7%. Já a possibilidade de estouro do piso de 2,5% da meta do próximo ano foi de 21% para 23%.

No caso de 2021, a probabilidade de estouro do teto de 5,25% da meta foi de 13% para 9%. Já a possibilidade de estouro do piso de 2,25% da meta passou de 15% para 20%.

Para 2022, a probabilidade de estouro do teto de 5,00% da meta foi de 19% para 12%. Já a possibilidade de estouro do piso de 2,00% da meta foi de 10% para 16%.

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Fonte:
Agência Estado

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