Risco-país cai para o menor nível em 9 anos; melhoram os índices da indústria e das micro-empresas

Publicado em 16/12/2019 20:35

O risco- país do Brasil recuou hoje (16) para o menor nível em nove anos. O Credit Default Swap (CDS) de cinco anos do Brasil estava em 100,2 pontos por volta das 17h, mas chegou a bater em 98,2 pontos por volta das 14h, a pontuação mais baixa desde novembro de 2010 (96,9 pontos), quando o país ainda tinha grau de investimento – selo de bom pagador.

O CDS funciona como um termômetro informal da probabilidade de um país dar calote no mercado financeiro global próximos cinco anos. Quanto mais baixo o indicador, maior é a confiança dos investidores internacionais.

Por meio da rede social Twitter, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Jorge de Oliveira Francisco, comemorou a redução do risco país. “Risco Brasil chegou a 100 pontos, o menor desde 2012. Na última semana também tivemos a máxima histórica da Bolsa, que fechou cima de 112 mil pontos. Esses números demonstram que o Brasil tem se tornado um país cada vez mais propício para a geração de empregos e o investimento”, escreveu.

Apenas na última semana, o risco país do Brasil caiu 14,43%, principalmente depois que a agência de classificação de risco Standard & Poor’s elevou de estável para positiva a expectativa da nota da dívida pública brasileira . A redução do CDS de países emergentes ganhou impulso após a conclusão da primeira fase das negociações comerciais entre Estados Unidos e China.

O otimismo com o alívio das tensões comerciais entre as duas maiores economias do planeta contribuiu para reduzir o risco país de diversas economias emergentes. Às 17h, o CDS do México estava em 73,91 pontos; e o da Colômbia, em 69,79 pontos. Outros países emergentes, no entanto, estão com risco mais alto que o do Brasil. O CDS da África do Sul estava em 173,68 pontos; e o da Turquia, em 289,03 pontos no mesmo horário.

Custo da indústria cai 0,9% no terceiro trimestre

 Indicador de Custos Industriais, que acompanha os custos das empresas do setor do Brasil, caiu 0,9% no terceiro trimestre em relação ao trimestre anterior, de acordo com dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgados nesta segunda-feira (16).

Em comparação com o mesmo período de 2018, a redução foi de 2,1%. Conforme a confederação, a redução foi influenciada pela queda nos custos tributário e de capital. e provocou aumento de lucro e de competitividade industrial tanto no mercado doméstico quanto no externo.

Na comparação com o segundo trimestre, o componente custos tributários teve redução de 3,9%, influenciado pelo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas), que teve uma expansão maior em proporção ao aumento da arrecadação.

“A retração do custo tributário pode estar relacionada ao fato de a arrecadação tributária não ocorrer simultaneamente à produção, o que faz com que, em momentos de retomada do crescimento da produção, o PIB industrial cresça antes da arrecadação”, diz estudo da CNI.

Para a economista da CNI Maria Carolina Marques, a queda da taxa básica de juros, a Selic, reduziu o custo de captação dos bancos, permitindo que repassem a redução do custo, ao menos em parte, aos tomadores de empréstimo.

Adicionalmente, a queda da Selic reduz a rentabilidade dos títulos da dívida pública, o que faz com que os bancos emprestem menos para o governo e mais para o setor privado, ou seja, para as famílias e para as empresas. "O aumento da oferta de crédito também contribui para a redução dos juros”, afirmou.

O terceiro componente do indicador, o Índice de Custo de Produção, apresentou queda de 0,3%, influenciada pela redução do custo com energia.

Índice de satisfação de micro e pequena indústrias melhora em novembro

O índice de satisfação das micro e pequenas indústrias (MPIs) do estado de São Paulo atingiu 118 pontos em novembro (ante 110 pontos em outubro), de acordo com o Indicador de Atividade da Micro e Pequena Indústria de São Paulo, encomendado pelo Sindicato da Micro e Pequena Indústria (Simpi) ao Instituto Datafolha. O índice é baseado na avaliação da empresa, faturamento e margem de lucro e varia de 0 a 200.

A pesquisa mostrou que o faturamento está em 111 pontos (no mês anterior eram 101) e a margem de lucro está em 108 (contra 98 pontos no mês anterior).

Segundo os dados, a avaliação da empresa chegou a 134 pontos em novembro (em outubro ficou em 132 pontos. No sentido contrário, o índice de investimento das micro e pequenas indústrias paulistas registrou queda de 14 pontos em novembro, ao passar de 38 para 24. 

"Tivemos uma melhora no índice de satisfação, mas este bom resultado não se refletiu nos demais indicadores, como o índice de investimentos, que teve uma queda, e o de capital de giro, que se manteve e repetiu o resultado do mês anterior, com 48% dos empresários afirmando ter exatamente o que precisavam de capital para o mês. Precisamos de um crescimento econômico para que as micro e pequenas indústrias possam melhorar em todos os indicadores”, disse o presidente do Simpi, Joseph Couri.

No capital de giro, a porcentagem de empresas que têm exatamente o que precisa se manteve em 48%, mesmo número do mês anterior. Os que têm capital insuficiente ou muito pouco somam 42% das MPIs. O cheque especial continua sendo a modalidade mais utilizada para financiar o capital de giro, sendo usada por 16% das MPIs que precisam ter acesso ao capital.

De acordo com a pesquisa, 54% das MPIs consideram que a crise econômica está mais fraca e afeta um pouco os negócios, mas acreditam que a economia deve voltar a crescer nos próximos meses.

Em outubro esse percentual era 50%. Já os que acreditam que a crise ainda é forte, afeta muito os negócios e não dá para prever quando a economia voltará a crescer totalizam 42%, enquanto no mês anterior eram 46%.

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Fonte:
Agência Brasil

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