Trump diz ter impedido sozinho repressão chinesa a protestos em Hong Kong
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira que impediu sozinho que a China massacrasse manifestantes em Hong Kong com um milhão de soldados ao defender suas tentativas de fechar um acordo comercial com Pequim em meio a temores de uma repressão chinesa aos protestos.
Em uma de suas declarações mais bombásticas sobre as relações com a China até hoje, Trump contou em uma entrevista na televisão que disse ao presidente chinês, Xi Jinping, que reprimir os manifestantes de Hong Kong teria "um impacto negativo tremendo" nos esforços para se firmar um acordo que encerre a guerra comercial de 16 meses entre os EUA e a China.
"Se não fosse por mim, Hong Kong teria sido aniquilada em 14 minutos", disse Trump no programa "Fox & Friends" da Fox News Channel.
"Ele tem um milhão de soldados posicionados nos arredores de Hong Kong que não estão entrando somente porque eu pedi a ele 'por favor, não faça isso, você estará cometendo um grande erro, isso terá um impacto negativo tremendo no acordo comercial', e ele quer fechar um acordo comercial", acrescentou, referindo-se a Xi.
Trump foi indagado sobre o que planeja fazer a respeito dos pedidos de alguns setores para que vete uma legislação do Congresso em apoio aos manifestantes de Hong Kong que causou grande revolta na China e pareceu ligá-la ao acordo comercial que vem buscando, mas não deu uma resposta clara.
"Veja, temos que estar ao lado de Hong Kong, mas também estou ao lado do presidente Xi. Ele é um amigo meu. Ele é um sujeito incrível."
"Mas eu gostaria que eles resolvessem isso. Certo? Temos que vê-los resolver isso. Mas estou ao lado de Hong Kong, estou ao lado da liberdade."
"Mas também estamos no processo de fechar o maior acordo comercial da história, e se pudermos fazer isso seria ótimo... se não fosse por mim, milhares de pessoas teriam sido mortas em Hong Kong agora mesmo e você não teria rebeliões, teria um Estado policial."
Trump acrescentou que um pacto comercial com Pequim está "potencialmente muito próximo".
Na quarta-feira, o Congresso dos EUA deu sua aprovação final a um projeto de lei que submete o tratamento especial que Hong Kong desfruta na lei norte-americana a um escrutínio mais rigoroso relacionado à autonomia que a China concede à cidade. O projeto ameaça impor sanções a autoridades responsáveis por violações de direitos humanos.
O presidente tem 10 dias, excluindo domingos, para sancionar um projeto de lei aprovado pelo Congresso, a menos que opte por usar seu poder de veto.
(Por David Brunnstrom, Steve Holland e Lisa Lambert)
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