Colômbia fecha fronteiras para evitar participação de estrangeiros em protesto
BOGOTÁ (Reuters) - A Colômbia fechará suas fronteiras terrestres e fluviais em uma iniciativa para impedir a possível infiltração em uma jornada de manifestações nacionais convocada para a próxima quinta-feira e que o governo teme que possa desencadear atos de violência e vandalismo, anunciou nesta terça-feira a autoridade de imigração do país.
A medida estará em vigor na primeira hora de quarta-feira até a manhã de quinta-feira em 12 postos de controle migratório nas fronteiras com o Brasil, Equador, Peru e Venezuela, afirmou a jornalistas o diretor da Migración Colombia, Christian Krüger.
"O governo nacional, na intenção de garantir a tranquilidade das marchas no próximo dia 21 de novembro tomou a decisão de fechar as fronteiras terrestres e fluviais, são 12 pontos de entrada e saída de cidadãos nacionais e estrangeiros", explicou o diretor.
"Esta é uma medida que pretende evitar que estrangeiros ingressem no território nacional com a intenção de alterar a ordem pública e a segurança", acrescentou Krüger.
Os protestos convocados por estudantes, setores da esquerda e sindicatos buscam rechaçar medidas como uma reforma trabalhista e outra previdenciária que estão sendo promovidas pelo governo do presidente Iván Duque, que negou repetidamente as intenções de atrapalhar a jornada de paralisações.
O governo colombiano teme que os protestos acabem em atos de violência e distúrbios como os que foram vistos nas últimas semanas em cidades latino-americanas como Quito, Santiago e La Paz.
Bloqueios de apoiadores de Morales causam escassez em cidades da Bolívia
- Apoiadores do ex-presidente boliviano Evo Morales protestam em Cochabamba
LA PAZ (Reuters) - Os bolivianos estão começando a sentir os efeitos colaterais das semanas de tumultos no país sul-americano, já que os bloqueios dos apoiadores do ex-presidente Evo Morales em rotas de transporte cruciais estão agravando a falta de combustíveis e deixando os mercados desabastecidos de produtos básicos.
Em La Paz, a sede do governo, as ruas estão tranquilas porque as pessoas estão economizando gasolina, e a procura de alimentos básicos cria filas. Pessoas se alinhavam com galões de gasolina perto da usina de combustível interditada de Senkata, na vizinha El Alto, nesta terça-feira.
"Infelizmente isso está acontecendo há 3-4 semanas, então as pessoas estão desesperadas para comprar tudo que encontram", disse Ema Lopez, aposentada de 81 anos de La Paz. O país vive transtornos desde a eleição contestada de 20 de outubro.
Daniel Castro, trabalhador de 63 anos que mora na capital, culpa Morales, que renunciou no início deste mês em meio à pressão causada por alegações de fraude eleitoral que surgiram depois que uma auditoria internacional apontou irregularidades sérias na vitória do líder de esquerda.
"É terrorismo alimentar, e é o terrorismo do chefe que já foi embora. Isso é caos, e vocês estão vendo caos na Praça Villarroel (de La Paz) com mais de 5 mil pessoas que estão lá só para escolher uma galinha", disse.
Na semana passada, Morales fugiu para o México, onde denunciou o que qualificou como um golpe da direita. Ele insinuou que pode voltar ao país, mas prometeu não se candidatar a uma nova eleição que o governo provisório tenta organizar.
Desde então, seus apoiadores intensificaram os protestos contra a presidente interina, Jeanine Áñez, pedindo que ela renuncie e que Morales volte. Nove plantadores de coca foram mortos na semana passada durante confrontos com forças de segurança em protestos pelo retorno de Morales.
A Assembleia Legislativa da Bolívia, controlada pelo partido Movimento Ao Socialismo (MAS) de Morales, iria se reunir na noite desta terça-feira, com a expectativa de votação pela rejeição da renúncia de Morales –uma manobra que poderia agravar a instabilidade da nação provocando uma disputa dos dois campos pela Presidência.
Mas parlamentares leais a Morales disseram que a Assembleia, onde são maioria, tinha suspendido a sessão prevista.
Militares da Bolívia utilizam veículos blindados para liberar bloqueio a instalação de gás
- Bolivianos fazem fila com butijões ao lado de instalação de gás na cidade de El Alto, perto de La Paz, Bolívia 19/11/2019 REUTERS/David Mercado
LA PAZ (Reuters) - A polícia e as forças militares da Bolívia utilizaram veículos blindados e helicópteros para desobstruir o acesso a uma grande instalação de gás na cidade de El Alto nesta terça-feira, em uma demonstração de força após os bloqueios na entrada da planta terem interrompido a oferta de combustível a La Paz.
Os helicópteros sobrevoaram estradas nas proximidades da instalação de gás de Senkata, operada pela estatal YPFB, que estavam bloqueadas por diversos pneus incendiados, de acordo com testemunha da Reuters. Os manifestantes demandam o retorno do ex-presidente Evo Morales.
Morales renunciou em 10 de novembro, em meio a protestos contra seu governo e a crescente pressão causada pelas alegações de fraudes eleitorais, após uma auditoria da Organização dos Estados Americanos (OEA) encontrar graves irregularidades no pleito de 20 de outubro.
Desde então, porém, apoiadores de Morales ampliaram suas manifestações, exigindo a renúncia da presidente em exercício Jeanine Áñez e o retorno do ex-presidente. A crescente violência no país já resultou na morte de mais de 20 pessoas em disputas nas ruas.
DESESPERO
Os bolivianos estão começando a sentir os efeitos colaterais das semanas de tumultos no país sul-americano, já que os bloqueios dos apoiadores de Evo Morales em rotas de transporte cruciais estão agravando a falta de combustíveis e deixando os mercados desabastecidos de produtos básicos.
Em La Paz, a sede do governo, as ruas estão silenciosas porque as pessoas estão economizando gasolina, enquanto a procura por alimentos cria filas. Pessoas se alinharam com galões de gasolina perto da instalação de combustível interditada de Senkata nesta terça-feira.
Imagens mostraram alguns caminhões-tanque aparentemente furando os bloqueios, com uma forte presença militar e policial.
"Infelizmente isso está acontecendo há três, quatro semanas, então as pessoas estão desesperadas para comprar tudo que encontram", disse Ema Lopez, aposentada de 81 anos de La Paz.
Daniel Castro, trabalhador de 63 anos que mora na capital, culpa Morales pelo que chamou de "terrorismo alimentar".
"Isso é o caos, vocês estão vendo o caos na Praça Villarroel (de La Paz), com mais de 5 mil pessoas esperando para ter um frango", disse.
O ministro de Hidrocarbonetos do país, Victor Hugo Zamora, afirmou nesta terça-feira que está tentando liberar o fornecimento de combustíveis para La Paz. Ele pediu que os movimentos pró-Morales se juntem às negociações e permitam que as atividades econômicas sejam retomadas.
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