Ibovespa fecha em alta, mas tem 2ª semana seguida de queda
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa reduziu as perdas da semana com uma tímida alta nesta quinta-feira, com balanços trimestrais ditando o ritmo dos negócios e papéis de Petrobras impedindo um avanço maior.
O Ibovespa subiu 0,47%, a 106.556,88 pontos, mas recuou 1% na semana, a segunda seguida no vermelho. O giro financeiro da sessão somou 17,96 bilhões de reais.
A agência de classificação de risco Fitch reafirmou a nota de crédito soberano do Brasil em "BB-", com perspectiva estável, e ponderou que uma melhora segue limitada por fatores como elevado endividamento público, rígida estrutura fiscal e um Congresso "fragmentado".
Na visão da agência, o cenário político dificulta o progresso oportuno das reformas fiscais e econômicas.
O presidente Jair Bolsonaro afirmou que está empenhado em realizar reformas necessárias ao país, durante cúpula dos Brics.
Na mais recente notícia do embate comercial entre as duas maiores economias do mundo, a alfândega da China informou nesta quinta-feira que suspendeu restrições à importação de carne de aves dos Estados Unidos, com efeito imediato. Mas no final do dia, o secretário de Justiça dos Estados Unidos, William Barr, afirmou que Huawei Technologies e ZTE Corp "não são confiáveis" e classificou as companhias chinesas como um risco à segurança.
DESTAQUES
- VIA VAREJO ON avançou 8,26%. A varejista teve prejuízo operacional líquido de 244 milhões de reais no terceiro trimestre, mas executivos afirmaram que a empresa está bem posicionada para recuperar participação de mercado à medida que acelera vendas no período de maiores vendas no ano.
- JBS ON perdeu 2,56%. A processadora de carne divulgou pela manhã lucro líquido de 356,7 milhões de reais para o terceiro trimestre, e informou que pode pagar dividendos extraordinários no longo prazo.
- MAGAZINE LUIZA ON subiu 4,12%, em sessão de ajustes após a forte queda da véspera. B2W GLOBAL ON ganhou 4,27%.
-PETROBRAS PN e ON caíram 2% e 2,1%, respectivamente, exercendo peso negativo sobre o índice. Nos EUA, os contratos futuros do petróleo eram negociados em queda.
- ITAÚ UNIBANCO PN subiu 0,65%, enquanto BRADESCO PN recuou 0,42% e SANTANDER BR UNT avançou 1,9%.
- MRV ON caiu 3,7%, marcando sua oitava sessão seguida de baixa. As ações da empresa acumulam desvalorização de 7,85% nos sete pregões anteriores.
- BR MALLS ON ganhou 4,57%, com a empresa informando que vê tendência de continuidade na demanda dos consumidores nos próximos trimestres, após reportar lucro ajustado 51% maior no 3º tri.
-BRASKEM PNA despencou 5,5%. A empresa, que divulga balanço ainda nesta noite, havia acumulado alta de mais de 10% neste mês até a sessão da véspera.
- VIVARA NM subiu 3,8%, após seu primeiro balanço trimestral como companhia listada. A rede de joalherias teve lucro líquido ajustado de 43 milhões de reais no terceiro trimestre, crescimento de 8,2% na comparação anual.
Fitch reafirma rating do Brasil em "BB-", mas alerta sobre risco às reformas por Congresso fragmentado
(Reuters) - A agência de classificação de risco Fitch reafirmou nesta quinta-feira a nota de crédito soberano do Brasil em "BB-", com perspectiva estável, e ponderou que uma melhora segue limitada por fatores como elevado endividamento público, rígida estrutura fiscal e um Congresso "fragmentado".
Na visão da Fitch, o cenário político difícil, marcado também por questões ligadas à corrupção, dificulta o progresso oportuno das reformas fiscais e econômicas.
Em contrapartida, a agência afirmou que a nota do Brasil é amparada pela capacidade do país de absorver choques externos, diante de um regime de câmbio flutuante, baixos desequilíbrios externos, robustas reservas internacionais e mercados domésticos de dívida pública.
Do lado negativo, a Fitch frisou que a dívida bruta já está num patamar alto, rondando 79% do Produto Interno Bruto (PIB), sendo que a perspectiva, nas contas da agência, é que suba ainda mais na próxima década.
Para a Fitch, um resultado primário positivo em cerca de 3%do PIB é necessário para estabilizar o indicador, "o que pode ser desafiador no ambiente atual de fraco crescimento econômico e polarização política, a menos que haja um aumento na tendência de crescimento ou uma mudança descendente duradoura nos custos de empréstimos do governo".
A visão contrasta com a da equipe econômica, que estimou recentemente que o resultado primário necessário para estancar o crescimento da dívida já seria de 1% do PIB em meio à diminuição da taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 5% ao ano. [nL2N26I0JB]
A Fitch previu que a dívida pública passará de 80% do PIB já no ano que vem, embora tenha reconhecido desaceleração nesse ritmo diante do ciclo de afrouxamento monetário.
REFORMAS
Apesar de ter avaliado como positivo o envio recente de medidas de cunho fiscal, incluindo as propostas de emenda à Constituição (PECs) para instituir o pacto federativo e um plano de emergência para diminuição dos gastos obrigatórios, a Fitch ponderou que a tramitação dessas matérias terá um caminho árduo pela frente.
"Muitas dessas propostas envolvem mudanças na Constituição e diluição, atrasos e cortes em certas reformas não podem ser descartados. As perspectivas para a cooperação entre o Legislativo e o Executivo para as reformas não são claras, enquanto a priorização relativa e a sequência de reformas podem mudar", disse a agência.
"A falta de uma base estável e confiável do governo (Jair) Bolsonaro no Congresso pode dificultar e impor mais tempo às reformas, principalmente as que exigem emendas constitucionais. As eleições municipais em outubro de 2020 também podem reduzir a janela de reformas. Por fim, as perspectivas de reforma também poderão sofrer caso a economia tenha um desempenho inferior nos próximos meses", acrescentou.
De acordo com a Fitch, o país deve crescer 0,8% este ano, acelerando o ritmo a 2% em 2020 e 2,5% em 2021.
A agência retirou o grau de investimento do Brasil no fim de 2015, quando a nota foi diminuída de BBB- para BB+. De lá para cá, a nota sofreu outros dois rebaixamentos, até chegar ao nível atual de BB-.
Os ratings BBB‐ e acima são considerados "seguros", e os "BB+" e abaixo são considerados "vulneráveis".
Na semana passada, o ministro da Economia, Paulo Guedes, estimou à Reuters que o Brasil reconquistará o grau de investimento já em 2020, cinco anos depois de ter perdido o selo de bom pagador, na esteira das mudanças que têm sido promovidas na política econômica. [nL2N27O17X]
"Nós trocamos o mix de política econômica, estamos firmes no fiscal e o juros desabou", afirmou o ministro.
(Por Marcela Ayres e José de Castro)
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