Tarifas de Trump custam US$35 bi à China e prejudicam ambas as economias, diz ONU
Por Emma Farge
GENEBRA (Reuters) - A guerra comercial entre as duas principais economias do mundo reduziu as importações norte-americanas de produtos chineses em mais de um quarto - ou 35 bilhões de dólares - no primeiro semestre deste ano, e elevou os preços para os consumidores dos Estados Unidos, mostrou um estudo da ONU nesta terça-feira.
A China e os EUA têm travado uma disputa comercial nos últimos 16 meses, embora haja esperanças de que um acordo inicial possa ser assinado este mês, o que ofereceria algum alívio.
Se isso falhar, quase todas as importações de mercadorias chinesas para os Estados Unidos - no valor de mais de 500 bilhões de dólares - poderão ser afetadas.
As importações da China para os EUA sujeitas a tarifas caíram para 95 bilhões de dólares entre janeiro e junho, ante 130 bilhões no mesmo período de 2018, mostrou um estudo divulgado pela agência de comércio e desenvolvimento das Nações Unidas, a UNCTAD.
"No geral, os resultados indicam que as tarifas dos Estados Unidos sobre a China estão prejudicando economicamente os dois países", afirmou o relatório. "As perdas nos Estados Unidos estão amplamente relacionadas aos preços mais altos para os consumidores, enquanto as perdas na China estão relacionadas a perdas significativas nas exportações".
Com o tempo, as empresas chinesas começaram a absorver alguns dos custos extras das tarifas com uma queda de 8% nos preços de exportação no segundo trimestre de 2019, mas isso ainda deixou 17% "nos ombros dos consumidores norte-americanos", disse o autor do relatório, Alessandro Nicita, economista da UNCTAD.
O setor mais afetado pelas tarifas dos EUA são as importações chinesas de máquinas de escritório e equipamentos de comunicação, que caíram em 15 bilhões de dólares. Com o tempo, a escala das perdas de exportação chinesas aumentou juntamente com as tarifas crescentes, segundo o estudo.
"Quanto mais a guerra comercial continuar, maior a chance de essas perdas e ganhos serem permanentes", afirmou Nicita.
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