Cancelamento de cúpula da Apec no Chile lança novo obstáculo a acordo comercial EUA-China
Por Andrea Shalal e Steve Holland e Lusha Zhang
WASHINGTON/PEQUIM/CINGAPURA (Reuters) - Líderes dos Estados Unidos e da China encontraram na quarta-feira um novo obstáculo em sua luta pelo fim da guerra comercial, quando a cúpula onde deveriam se reunir foi cancelada devido a protestos violentos.
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta semana que esperava assinar um acordo comercial provisório com o colega chinês Xi Jinping durante a cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico de 16 e 17 de novembro, no Chile. No entanto, autoridades chilenas disseram que cancelaram a cúpula para se concentrarem em restaurar a lei e a ordem no país.
A Casa Branca disse depois do cancelamento que os Estados Unidos ainda esperam assinar um acordo comercial inicial com a China no próximo mês, mas não foi definido um local alternativo para Xi e Trump se encontrarem.
O Ministério do Comércio da China disse em comunicado nesta quinta-feira que as negociações bilaterais continuarão como planejadas anteriormente e que os principais negociadores comerciais de ambos os países falarão por telefone na sexta-feira.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Geng Shuang, também afirmou nesta quinta-feira que Trump e Xi têm mantido contato sobre uma reunião bilateral para o acordo comercial, sem dar detalhes.
A Casa Branca pretende oferecer alguns lugares nos EUA como alternativas para a cúpula da Apec, de acordo com uma fonte. Alasca e Havaí poderiam ser opções potenciais que seriam aceitas pela China, disse uma segunda fonte familiarizada com a questão.
A China também sugeriu Macau como possível local, de acordo com uma fonte comercial chinesa.
A Casa Branca não fez comentários imediatos sobre locais alternativos, e a declaração do Ministério do Comércio chinês nesta quinta-feira não abordou se Trump e Xi ainda vão se reunir no próximo mês. Mas especialistas em comércio disseram que organizar uma cúpula a curto prazo seria difícil.
"Essas cúpulas - especialmente uma envolvendo 21 líderes - são um empreendimento grande, e mudar uma com duas semanas de antecedência é praticamente impossível", disse Matthew Goodman, ex-funcionário do Conselho de Segurança Nacional dos EUA.
A Casa Branca está "sinalizando claramente que realmente quer que as negociações bilaterais Trump-Xi avancem", disse Goodman. "Mas parece mais provável que eles tenham ministros ou embaixadores do comércio assinando a 'fase um' do acordo e deixem a reunião dos líderes para mais tarde".
A Bloomberg informou nesta quinta-feira, citando fontes não identificadas, que as autoridades chinesas continuam a ter dúvidas sobre se podem conseguir um acordo comercial de longo prazo com Washington.
As autoridades chinesas estão preocupadas sobre a natureza impulsiva de Trump e o risco de que ele possa dar as costas para o acordo provisório que ambos os lados querem assinar nas próximas semanas, disse a notícia.
0 comentário
Irã lança dezenas de mísseis balísticos contra Israel
Gastos com construção nos EUA caem em agosto
Campos Neto diz que Brasil precisará de choque fiscal positivo para conviver com juros mais baixos
Dólar sobe em meio à pressão de cortes graduais do Fed e conflito no Oriente Médio
Wall St abre em baixa com investidores na espera de dados de emprego dos EUA
Expansão da indústria do Brasil ganha força em setembro com melhora da demanda, mostra PMI