Dólar renova máxima em um ano, mas se afasta de R$ 4,20 após atuação do BC

Publicado em 27/08/2019 17:35

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Por José de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar engatou a quarta alta consecutiva frente ao real nesta terça-feira, cravando uma nova máxima em cerca de um ano, mas terminou longe dos picos da sessão, em dia em que o Banco Central anunciou operação extraordinária de dólares no mercado à vista no momento em que a moeda ameaçava o patamar de 4,20 reais.

A atuação do BC não foi conjugada com nenhum outro instrumento. Foi a primeira vez em dez anos que a autoridade monetária recorreu a uma oferta direta de dólar no mercado spot sem relação com outras ferramentas e sem compromisso de recompra.

Há pouco, a autoridade monetária anunciou que ofertará na quarta-feira até 1,5 bilhão de dólares em dólar à vista com compromisso de recompra, além de realizar leilões de venda de até 550 milhões de dólares à vista conjugados com oferta de swaps cambiais reversos.

O dólar à vista subiu 0,45%, a 4,1581 na venda. É o maior patamar desde 14 de setembro de 2018 (4,1667 reais na venda).

Na máxima intradiária, a cotação bateu 4,1956 reais na venda. Pela taxa de compra, o pico foi de 4,1943 reais, maior patamar durante os negócios desde 17 de setembro do ano passado (4,2033 reais na compra).

Foi justamente depois de o dólar bater essa máxima que o BC anunciou a operação de venda de dólar à vista.

Para analistas, a atuação do BC adiciona um fator "imprevisibilidade" no mercado, o que pode ter efeito de impor um "teto" para o dólar.

"O BC mostrou os dentes", disse Italo Lombardi, estrategista para mercados emergentes do Crédit Agricole em Nova York. "O BC colocou seu limite, percebeu que o movimento estava exagerado", acrescentou.

A atuação extraordinária ocorreu após o salto do dólar na esteira de comentários do presidente da instituição, Roberto Campos Neto, que foram interpretados como sinal de falta de disposição da autarquia em atuar de forma mais incisiva no câmbio.

"O real nos últimos dias tem tido desvalorização um pouquinho acima, mas está bem dentro do padrão normal", disse Campos Neto em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, nesta terça-feira.

A alta do dólar tem sido alimentada pelo exterior, onde a moeda também tem se valorizado diante da busca dos investidores por segurança num cenário de guerra comercial entre EUA e China e desaceleração de economias centrais.

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Fonte:
Reuters

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2 comentários

  • Paulo Henrique Carvalho Almeida Cuiabá - MT

    Assim começa a afundar o Brasil, historicamente começa vendendo dólar, e termina fazendo empréstimos ao FMI. incompetência do executivo!

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      Sr. Paulo Henrique Almeida, eu concordo com voce que interferencia do BC do Brasil no mercado de cambio é péssimo para o país..., por outro lado a desvalorização cambial é pior. Divirjo fortemente quanto à responsabilidade por isso..., a culpa toda é do legislativo e leia-se aqui, bancada ruralista e FPA. Todos quietinhos sobre esse problema criado pelos comunistas porque querem também se apropriar do estado brasileiro com plenos poderes de tributar quem quiserem, de aniquilar quem quiserem..etc...etc...etc...

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  • julio monken silva ponta grossa - PR

    Só agora??? vamos ver se este BC tem café no bule de verdade ...

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