Em clima de renovação, Bolsonaro participa da Cúpula do Mercosul
Com propostas de renovação e abertura para novos acordos de livre comércio com todo o mundo, o presidente Jair Bolsonaro e os demais presidentes dos países que integram o Mercosul e nações associadas realizam hoje (17), em Santa Fé, Argentina, a 54ª. Cúpula de Chefes de Estado do bloco sul-americano, com o objetivo de consolidar os novos rumos da instituição.
Hoje, durante a cúpula do Mercosul, o presidente argentino Maurício Macri passará o posto de presidente pro tempore (cargo rotativo) do Mercosul ao presidente brasileiro Jair Bolsonaro. A presidência pro empore do Mercosul é cargo exercido durante seis meses por um chefe de Estado de um dos países-membros.
Em sessão preparatória para a cúpula de chefes de chefes de estado, os ministros de Relações Exteriores do Mercosul e de países convidados reuniram-se ontem (16), na mesma cidade argentina, para dar os últimos retoques da nova dinâmica do bloco sul-americano. “Estamos fazendo coisas muito ambiciosas”, disse o chanceler Ernesto Araújo, em uma referência ao recente acordo fechado com a União Europeia e aos acordos previstos para este ano com o EFTA (grupo de países formados por Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça) e Canadá e no próximo ano com a República da Coreia.
“Nossa proposta é consolidar esse novo Mercosul. Estamos renovando [o bloco] em grande parte a partir propostas brasileiras”, disse Araújo. “E também criar avanços muito específicos que vão fazer a diferença na vida de outras pessoas”, acrescentou, ao citar o acordo aprovado ontem que retira a cobrança de taxas extras para quem usa o telefone celular pelo sistema roaming em viagens dentro do Mercosul. “Isso faz uma redução muito grande de custos, facilitação de negócios, inclusive, facilitação para a vida de turistas, todo mundo que viaja para outros países”, disse o chanceler brasileiro. A eliminação da cobrança do roaming no Mercosul depende porém da aprovação do Congresso Nacional de cada país.
Ao falar sobre futuros acordos a serem assinados pelo Mercosul, Ernesto Araújo disse que a expectativa do governo brasileiro é “conseguir acordos bons para o Brasil e para outros países [do Mercosul] no comércio internacional”.
A cúpula de Chefes de Estado do Mercosul se realizará no Centro de Convenções Estação Belgrano, em Santa Fé. Além dos presidentes Jair Bolsonaro e Maurício Macri, também estarão presentes os presidentes do Uruguai, Tabaré Vázquez, e do Paraguai, Mario Abdo Benítez. Presidentes de dois estados associados estarão igualmente presentes: do Chile, Sebastián Piñera, e da Bolívia, Evo Morales.
Venezuela
O chanceler argentino Jorge Faurie disse ontem (16), após a reunião dos ministros das Relações Exteriores do Mercosul, que a Venezuela poderá se reintegrar ao bloco “no momento em que recupere a sua democracia em plenitude”. Ele afirmou, porém, que isso levará “um longuíssimo tempo”.
Países do Pacífico
O secretário das Relações Econômicas da chancelaria argentina, Horacio Reyser, disse que é intenção do Mercosul uma aproximação estratégica com a Aliança do Pacífico. A Aliança do Pacífico é um bloco comercial latino-americano criado formalmente em 2012, no Chile. Os membros-fundadores foram Chile, Colômbia, México e Peru. A Costa Rica incorporou-se ao grupo em 2013.
“Nós [argentinos] já temos livre comércio com três dos quatro países da Aliança do Pacífico: Chile, Colômbia e Peru”. Segundo ele, está faltando apenas o livre comércio com o México.
*Com informações da agência argentina Télam
Mercosul busca acelerar aplicação de acordo com a UE
Por Maximilian Heath
SANTA FÉ, Argentina (Reuters) - Os países do Mercosul se reunirão nesta quarta-feira na Argentina para agilizar a entrada em vigor do tratato de livre comércio fechado recentemente com a União Europeia e acelerar a assinatura de novos acordos.
Os presidentes de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai se encontrarão em Santa Fé menos de um mês depois de o Mercosul ter fechado com a UE acordo comercial.
O acordo deveria ser ratificado, a princípio pelos Parlamentos nacionais, mas os membros do Mercosul buscam agora evitar esse passo.
"Todos somos a favor de que (o acordo) possa ter uma entrada provisória em função da discussão que cada um (dos membros do Mercosul) está tendo diante de seus respectivos Parlamentos", disse na terça-feira à noite a jornalistas o chanceler argentino, Jorge Faurie.
Segundo o secretário de Relações Econômicas Internacionais da Argentina, Horacio Reyser, só é necessária a aprovação do acordo por parte do Parlamento europeu --e não de cada um de seus Estados membros --para que o tratado entre em vigor de maneira provisória.
A aprovação de maneira individual dos Congressos dos quatro membros do Mercosul e dos 28 Estados membros da UE poderia adiar em anos a ratificação e entrada em vigor do acordo.
Além disso, o Mercosul também está em negociações com o bloco EFTA --composto por Islândia, Noruega, Liechtenstein e Suíça-- e com o Canadá para alcançar tratados similares ao acordo com a UE. Os dirigentes buscarão também acelerar esses acordos.
Faurie disse que o Mercosul poderia chegar a um acordo com o EFTA na segunda metade do ano e com o Canadá no primeiro semestre de 2020.
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