Novo texto da Previdência também acaba com a possibilidade de eliminar o passivo do Funrural, admite Jeronimo Goergen

Publicado em 03/07/2019 10:23
Relatório da Previdência acaba com a isenção sobre as exportações agropecuárias, alerta o deputado PP do RS

Em sua página internet, o deputado Jeronimo Goergen traz novos esclarecimentos sobre as medidas que dificultam a eliminação do passivo do Funrural. Goergen diz que o relator da Reforma da Previdência, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) incluiu em seu relatório final uma medida extremamente amarga para o agronegócio brasileiro.

O relator da Previdência acatou uma proposta do governo que acaba com a imunidade sobre as exportações de commodities. Dessa forma, produtos como soja, algodão, milho e carne bovina serão tributados com uma alíquota que vai variar entre 1,3% e 2,05% sobre a receita bruta da comercialização da produção.

De acordo com o deputado Jerônimo Goergen (Progressistas-RS), que vinha negociando o tema com governo nas últimas semanas, o Palácio do Planalto está instituindo a cobrança do Funrural sobre as exportações por meio de Emenda Constitucional, algo que será muito difícil de reverter caso seja aprovada.

-- “Isso vai representar uma arrecadação anual de R$ 8 bilhões para os cofres da União. E vai mexer direto na renda do produtor. Além disso, havia o compromisso de não tratar de aumento de tributos dentro da Reforma. Isso é um crime contra um setor econômico que passa por sérias dificuldades”, criticou.

O parlamentar está construindo a apresentação de um destaque para tentar reverter o fim da imunidade sobre as exportações ainda na Comissão Especial.

-- “É preciso mobilização total embora ache muito difícil conseguir neste momento da tramitação. Quando fizemos o alerta muitas lideranças do setor não entenderam que isso era verdade. Além disso, abre um precedente muito perigoso para os Estados também tributarem as exportações”, acrescentou.

Para Jerônimo, não é possível entender como o governo que fecha um acordo com a União Europeia e, ao mesmo tempo, tributa as exportações tirando a competitividade da nossa produção. “Isso é um absurdo. Mais uma vez o agro é chamado para pagar a conta”, disparou.

Passivo do Funrural

Outra péssima notícia para o setor produtivo é a manutenção de uma trava legal que, na prática, impede qualquer negociação envolvendo uma solução para o passivo bilionário do Funrural. O relator da proposta manteve o dispositivo que impede a concessão de parcelamentos, remissão ou anistia de contribuições previdenciárias.

-- “O presidente Jair Bolsonaro gosta muito usar a metáfora do casamento para se referir a uma relação que vai bem ou mal. O que posso dizer neste momento é que o agronegócio ainda precisa do convite para o casamento. A relação não passou do namoro”, alertou Jerônimo.

Solução para o passivo

O setor produtivo nacional reivindica a remissão do passivo bilionário gerado entre os anos de 2010 e 2017, período no qual o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou inconstitucional o recolhimento dessa contribuição. Jerônimo Goergen é autor do PL 9252/2017, que extingue uma dívida que é considerada indevida pelos produtores rurais.

-- “Foi promessa de campanha do então candidato Jair Messias Bolsonaro. Muitos produtores não aderiram ao Refis do Funrural no final do ano passado apostando que o assunto seria resolvido pelo presidente eleito. Hoje, eles não conseguem tirar as certidões negativas na Receita Federal para acessar o crédito oficial”, argumentou.

Com a trava presente na Reforma da Previdência não será possível resolver o problema. “Por enquanto, estamos no pior dos mundos. Ficamos com a cobrança do passado e seremos taxados no futuro. A trava coloca pelo governo exige que o presidente da República tome uma decisão antes da promulgação da PEC da Previdência.

-- "Agora, mais do que nunca, essa solução não pode demorar em virtude do próprio impedimento colocado pelo governo no texto da Reforma”. finalizou Jerônimo.

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Fonte:
NA/Jeronimo Goergen

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3 comentários

  • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

    Jeromin, como é que andam os processos da turma do PP do RS na lava jato? Sabe me dizer? Todos citados né? Que beleza. Apesar disso ainda há um vídeo que assisti com você tirando sarro do meu amigo Valdir Fries, pedindo prá que ele não apertasse muito teus colegas nessa questão do funrural, lembra disso? Vida boa aí em Brasilia né? Pois é, eu tenho aqui um artigo do meu amigo Valdir Fries de abril de 2018, onde ele de certa forma comemora a construção de um entendimento entre vocês, parlamentares, lideranças e produtores rurais. Tava lá a ministra Tereza Cristina, o Caiado, e mais uma renca de deputadinhos feito você. E digo isso por que é mentira que as lideranças foram alertadas por você e não acreditaram. Sempre elogiei o trabalho do Valdir Fries, e cabe entrevista João Batista, porque sabia que seria útil quando um deputado mequetrefe usado desde sempre para fazer alarde viesse com conversa mole. O próprio presidente da república, esse que você chamou de criminoso, pediu regime de urgência para que Rodrigo Maia votasse de uma vez o projeto que é teu. O que faltou? Articulação politica? Aquela que a esquerda sempre acusou vocês de praticarem? È muito fácil culpar o governo quando vocês não fizeram o trabalho que deviam fazer. É coisa de moleque. Prá não espichar muito esse comentário, leiam o blog do Valdir, aqui: https://valdirfries.wordpress.com/2018/04/19/funrural-construido-o-entendimento-de-produtores-rurais-liderancas-do-agro-frente-parlamentar-da-agricultura-e-camara-dos-deputados/

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  • Namir Bertuol Londrina - PR

    Quando nao estao fazendo nada é o que fazem Enfiar impostos no povo e tentar acabar com o agronegócio. Quando vc acha que nao pode piorar mais piora. Brasil varonil...

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  • elcio sakai vianópolis - GO

    Burro de carga serve pra transportar peso, como o burro não reclama, coloca uma carga muitas das vezes acima do seu próprio peso, indo por estradas sinuosas, desfiladeiros, atravessando montanhas, etc. Sendo um animal muito rustico muitos desconhecem seu limite, porém todos temos limites e um animal debilitado e surrado jamais terá a mesma eficiência em comparação a outro animal sadio. No final da vida, depois de ter conquistado seu objetivo de transportar carga estes são abandonados ou sacrificados, já que o objetivo foi alcançado. Mera coincidência com muitos de nós é mero detalhe. Poderes executivos e Judiciários seriam os guias e domadores.

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