Macron diz que "bom" acordo entre UE e Mercosul cumpre exigências da França

Publicado em 29/06/2019 10:56
G20 alerta para desaceleração econômica global, mas não denuncia protecionismo

PARIS (Reuters) - O presidente francês, Emmanuel Macron, disse, neste sábado, que o acordo entre a União Europeia o Mercosul é “bom” e correspondia a exigências essenciais da França. 

A UE e o grupo de países sul-americanos concordaram um tratado de livre comércio na sexta-feira, concluindo duas décadas de discussões entre os blocos. 

A França, que regularmente expressou preocupação sobre o risco de um crescimento de exportações de produtos agrícolas à Europa, recebeu de bom grado medidas que protegem produtos alimentícios certificados de origem europeia e limita exportações do Mercosul de açúcar e carne, disse Macron. 

“Considero este acordo bom, a esta altura, porque as exigências que fizemos foram levadas em consideração pelos negociadores”, disse Macron em entrevista coletiva ao fim da cúpula do G20 no Japão. 

Macron havia ameaçado esta semana não assinar o acordo entre UE e Mercosul caso o Brasil se retirasse do acordo climático de Paris. 

O presidente francês saudou o compromisso do presidente Jair Bolsonaro com o Acordo de Paris, o que ele disse permitir que o comunicado final do G20 reitere o apoio do grupo ao acordo climático, com exceção dos Estados Unidos. 

A reunião do G20 também levou a uma trégua entre EUA e China em sua disputa comercial, e Macron afirmou que a cúpula havia conseguido “evitar o pior”, em um momento de tensões sobre o comércio internacional e o Irã.

Bolsonaro: “Convidei Macron para conhecer a região amazônica”

Em Osaka, onde participou da reunião do G20, Jair Bolsonaro afirmou que convidou o presidente francês Emmanuel Macron para uma viagem na região amazônica.

“Eu convidei [Macron] para conhecer a região amazônica. Falei para ele [de fazermos] uma viagem de Boa Vista a Manaus. É pouco mais de duas horas. A gente poderia até voar a uma altura mais baixa, demoraria mais tempo, em um avião da Força Aérea, para ele ver que não existe o desmatamento tão propalado.”

G20 alerta para desaceleração econômica global, mas não denuncia protecionismo

OSAKA (Reuters) - Líderes do G20, grupo das 20 maiores economias do mundo, advertiram neste sábado sobre riscos crescentes para a economia global, mas não chegaram a denunciar o protecionismo, apenas fazendo um apelo por um ambiente de comércio livre e justo, após conversas que alguns membros descreveram como difíceis.

Em um comunicado no final de uma reunião de dois dias na cidade de Osaka, no oeste do Japão, os líderes disseram que o crescimento global continua baixo e que os riscos permanecem, à medida que as tensões comerciais e geopolíticas cresceram.

"Nós nos esforçamos para criar um ambiente de comércio e investimento livre, justo, não discriminatório, transparente, previsível e estável, e para manter nossos mercados abertos", disseram, em um segundo comunicado seguido sem citar a necessidade de resistir ao protecionismo.

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, disse que os líderes do G20 tinham muito em comum, como o reconhecimento compartilhado da necessidade de o grupo continuar sendo o principal motor do crescimento global.

"O G20 concordou com os princípios fundamentais que apóiam um sistema de livre comércio", disse Abe, acrescentando que o grupo também prometeu uma ação mais forte para melhorar o sistema de solução de controvérsias da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Ao preparar o comunicado do G20, o Japão, que presidiu as reuniões, buscou um terreno comum entre os Estados Unidos, que se opõem às críticas ao protecionismo, e outras nações que buscam um alerta mais forte contra a tensão comercial.

"Não houve decisões inovadoras, mas... todos os participantes confirmaram sua aspiração de trabalhar mais na melhoria do sistema global de comércio, incluindo a aspiração de trabalhar na reforma da OMC", disse o presidente russo, Vladimir Putin, em entrevista coletiva neste sábado.

"O fato de que todos confirmaram a necessidade deste processo e sua prontidão para trabalhar nesse processo já é positivo", acrescentou.

As consequências da guerra comercial entre EUA e China sacudiram os mercados ultimamente, testando a determinação dos membros do G20 de apresentarem uma frente unida para evitar uma recessão global.

Os Estados Unidos e a China concordaram em reiniciar as negociações comerciais, oferecendo alguma esperança de que as duas maiores economias do mundo possam resolver a amarga disputa.

Ao mesmo tempo, a União Europeia e o Mercosul fecharam um acordo de livre comércio na sexta-feira, comprometendo-se com mercados mais abertos, desafiando a onda crescente de protecionismo.

A cúpula do G20 do ano passado em Buenos Aires foi a primeira a abandonar a linguagem sobre a necessidade de denunciar o protecionismo, de acordo com um pedido dos Estados Unidos, que são sensível às críticas às tarifas que estão adotando contra alguns membros do G20.

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Fonte:
Reuters

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