EUA e China se desentendem por "expectativas extravagantes" em acordo comercial
Por Ben Blanchard e David Lawder
PEQUIM/WASHINGTON (Reuters) - A China acusou os Estados Unidos nesta segunda-feira de manterem "expectativas extravagantes" para um acordo comercial, destacando o abismo entre os dois lados no momento em que a ação dos EUA contra a gigante de tecnologia chinesa Huawei começa a afetar o setor de tecnologia global.
O Google, da Alphabet Inc, também suspendeu os negócios com a Huawei Technologies Co Ltd [HWT.UL] que exigem a transferência de hardware, software e serviços técnicos, exceto aqueles publicamente disponíveis via licensiamento de fonte aberta, disse à Reuters uma fonte familiarizada com o assunto no domingo, em um golpe para a empresa que o governo dos EUA buscou colocar em uma lista negra em todo o mundo.
As ações das fabricantes de chips europeias Technologies, AMS e STMicroelectronics recuavam com força nesta segunda-feira, em meio a preocupações de que os fornecedores da Huawei Technologies possam suspender os embarques para a empresa chinesa devido à ação dos EUA na semana passada.
A adição pelo governo norte-americano da Huawei a uma lista negra de comércio na quinta-feira permitiu imediatamente restrições que tornarão extremamente difícil fazer negócios com empresas dos EUA.
Em uma entrevista com o Fox News Channel gravada na semana passada e divulgada no domingo à noite, o presidente norte-americano, Donald Trump, disse que os EUA e a China "tinham um acordo bastante forte, tínhamos um bom acordo, e eles o mudaram. E eu disse 'está bem, vamos tarifar os produtos deles'".
Em Pequim o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lu Kang, disse não saber do que Trump estava falando.
"Não sabemos que acordo é esse que os EUA estão falando. Talvez os EUA tinham um acordo para o qual havia expectativas extravagantes, mas com certeza não é o chamado acordo com o qual a China concordou", disse ele em entrevista à imprensa.
O motivo pelo qual a última rodada de negociações não chegou a um acordo foi porque os EUA tentaram "alcançar interesses injustificados através de pressão extrema", disse Lu.
Agência chinesa alerta sobre notícia falsa sobre trégua em disputa comercial com EUA
PEQUIM (Reuters) - A agência oficial de notícias Xinhua, da China, condenou a divulgação de "notícias falsas" nesta segunda-feira, depois que alguns sites publicaram um alerta de um ano atrás anunciando um cessar-fogo na disputa comercial iniciada pelos Estados Unidos contra o país.
A nota de uma linha, publicada originalmente em 20 de maio de 2018, não deu detalhes, mas o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, disse na ocasião que a guerra comercial com a China estava "paralisada" após um acordo para estabelecer um quadro para lidar com os desequilíbrios comerciais.
A notícia antiga circulou amplamente entre usuários do aplicativo chinês de mensagens Wechat como se fosse nova. Ela também foi propagada por vários meios de comunicação tradicionais, incluindo o aplicativo de notícias JinriToutiao, Tencent News e Phoenix News.
Não ficou imediatamente claro por que a notícia de 2018 voltou a circular.
"Condenamos o ato de espalhar notícias falsas em nome da Xinhua e nos reservamos o direito de responsabilizá-lo de acordo com a lei", disse a Xinhua em um comunicado publicado em suas contas de mídia social em chinês e inglês.
A disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo explodiu nas últimas semanas, com Pequim e Washington anunciando aumentos de tarifas de importação de seus produtos e nenhum sinal de retomada nas negociações comerciais no curto prazo.
Os EUA ameaçam impor tarifas sobre mais 300 bilhões de dólares em produtos chineses e colocou a gigante chinesa Huawei em uma lista negra que torna muito difícil para empresas fazerem negócios com companhias norte-americanas.
A China tem reiterado que não tem medo de uma guerra comercial e que é capaz de lidar com qualquer conflito do tipo.
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