Congresso dos EUA faz pedidos de documentos em investigação contra Trump
Por David Morgan e Sarah N. Lynch
WASHINGTON (Reuters) - Um painel do Congresso dos EUA disse nesta segunda-feira que enviou pedidos de documentos para 81 agências governamentais, entidades e indivíduos em uma investigação sobre acusações de obstrução de justiça e outros abusos que teriam sido cometidos pelo presidente norte-americano, Donald Trump, e outros.
Entre os que estão na mira do Comitê Judiciário da Câmara dos Deputados, liderada por democradas, estão os filhos do presidente, Donald Trump Jr. e Eric Trump, o WikiLeaks, o assessor da Casa Branca e genro de Trump Jared Kushner, o vice-presidente financeiro das Organizações Trump, Allen Weisselberg, o ex-procurador-geral dos EUA Jeff Sessions e o ex-conselheiro da Casa Branca Don McGahn.
"Nós vimos o dano causado às nossas instituições democráticas nos dois anos em que o Congresso se recusou a conduzir uma supervisão responsável. O Congresso precisa fiscalizar os abusos de poder", disse o presidente do Comitê Judiciário da Câmara, Jerrold Nadler, em um comunicado.
Entre os objetivos do painel está determinar se Trump pode ter obstruído a justiça ao destituir supostos inimigos do Departamento de Justiça, como o ex-diretor do FBI James Comey, e abusado de seu poder presidencial ao oferecer perdões ou interferir com testemunhas.
"A carta do Comitê Judiciário da Câmara foi recebida pela Casa Branca", disse Sarah Sanders, porta-voz da Casa Branca. "O Gabinete do Conselho (da Casa Branca) e autoridades relevantes da Casa Branca vão analisá-la e responder no momento apropriado."
A porta-voz do Departamento de Justiça, Kerri Kupec, disse que o departamento recebeu a carta do comitê e está avaliando o pedido.
Os republicanos no Congresso acusam os democratas de perseguirem uma agenda de impeachment como parte de uma estratégia política para reivindicar a Casa Branca na eleição de 2020.
Comey liderou uma investigação sobre as atividades da Rússia na eleição presidencial dos EUA em 2016 e possível conluio com a campanha de Trump quando o presidente norte-americano o demitiu em maio de 2017.
A investigação foi posteriormente assumida pelo conselheiro especial Robert Mueller, que deve encerrar sua investigação e relatar suas descobertas ao procurador-geral William Barr nas próximas semanas.
Nadler disse que Mueller e os promotores que conduzem investigadores no gabinete do procurador de Manhattan estão cientes da ação do comitê.
"Vamos agir rapidamente para coletar essas informações, avaliar as evidências e seguir os fatos onde elas levam com total transparência para com o povo norte-americano", disse Nadler.
Trump afirma que sua campanha não foi conivente com a Rússia e atacou repetidamente a investigação, Mueller e a equipe de Mueller no Twitter.
(Por David Morgan e Sarah N. Lynch)
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