Bovespa: Cautela prevalece em março com Previdência sob holofotes; exterior segue no radar
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - Março começa com estrategistas mais cautelosos com as ações brasileiras, enquanto aguardam novidades sobre a tramitação da reforma da Previdência no Congresso Nacional, bem como acompanham eventos externos, principalmente as negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China.
O governo apresentou na penúltima semana de fevereiro proposta que muda as regras de aposentadoria, com previsão de economia de 1 trilhão de reais em dez anos. O texto agradou a investidores, mas há receios sobre a capacidade de articulação do presidente Jair Bolsonaro para aprová-la.
O BTG Pactual fez ajustes em sua carteira recomendada para mês, argumentando que a intenção é dar um tom mais defensivo antecipando um período de mais volatilidade com as discussões da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, de acordo com relatório assinado por Carlos Sequeira e Bernardo Teixeira.
Ainda assim, afirmam que continuam "confiantes de que o Ibovespa manterá uma tendência de alta no médio/longo prazo, com a aprovação de uma reforma da Previdência social que poderia trazer economias consideráveis para as contas fiscais brasileiras", de acordo com relatório a clientes.
A equipe de análise e estratégia da XP Investimentos comandada por Karel Luketic também afirmou em relatório continuar otimista com a bolsa, avaliando que o caminho para o Ibovespa atingir 125 mil pontos permanece delineado para 2019, mas vê o índice sem direcionamento claro no curto prazo.
"O foco agora está na interlocução do governo com a Câmara, e o tamanho da diluição da reforma", ressaltaram a clientes.
Fevereiro encerrou com o Ibovespa a 95.584,35 pontos, uma queda de 1,86 por cento no acumulado do mês. A performance no ano, contudo, ainda mostra ganho de 8,76 por cento, dada a alta de 10,8 por cento em janeiro.
Do cenário externo, sinais de estímulos econômicos pela China e a possibilidade de acordo comercial entre Washington e Pequim entram como componentes positivos para o mês, assim como o discurso mais brando do banco central norte-americano em relação à normalização da política monetária dos EUA.
A BB Investimentos acrescenta ainda que o Brexit tende a trazer volatilidade aos mercados, com a saída do Reino Unido da União Europeia marcada para o próximo dia 29. "Ainda não estão confirmados como serão os procedimentos ou se haverá postergação", afirmou em relatório a clientes.
Veja abaixo quatro carteiras de ações para fevereiro compiladas pela Reuters:
BB Investimentos Peso
Alupar 10%
Gerdau 10%
IRB 10%
Itaú Unibanco PN 10%
Klabin 10%
Lojas Renner 10%
MRV 10%
Pão de Açúcar PN 10%
Petrobras PN 10%
Via Varejo 10%
BTG Pactual
Petrobras PN 15%
Bradesco PN 10%
Ambev 10%
Lojas Renner 10%
Rumo 10%
Localiza 10%
Cosan 10%
Equatorial 10%
Iguatemi 10%
Oi 5%
Terra Investimentos
Petrobras PN 20%
Gerdau 15%
BRF 15%
Braskem PNA 15%
Via Varejo 10%
Qualicorp 15%
Fleury 10%
XP Investimentos
AES Tiête 5%
Azul 10%
B2W 5%
Banco do Brasil 15%
Itaú Unibanco PN 15%
JBS 10%
Localiza 5%
Petrobras PN 15%
Suzano 5%
Vale 15%
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