Otimismo menor no exterior e dificuldades com Previdência deixam mercados avessos a risco
Sob o anúncio de um PIB de crescimento menor em 2018 e indicadores de confiança dos empresários mais baixos neste início de ano, a quinta (28) está encaminhada por notícias que elevam a aversão ao risco e com a volatilidade acentuada às portas do feriadão. Do mundo e de Brasília.
A divisa americana segue maior nesta parte do dia (11hs), em torno dos 0,24%/R$ 3,739, após a perda de 0,45% na véspera. Na bolsa, o Ibovespa volatilziado recua em torno dos 0,50/0,60% e o índice Futuro oscilando muito, em 0,80% também na tabela negativa.
Seguem os futuros de Wall Street em baixa, tanto quanto o Índice Dólar na paridade com outras moedas fortes, diante das dificuldades expressas pelo secretário de comércio dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, quanto a um acordo com China, em pontos importantes para acordos, quanto as garantias de cumprimento dos mesmos. Apesar de mantida a declaração de Donald Trump de prorrogação das sanções, que deveriam entrar em vigor a partir deste dia 1º.
O mercado interno chinês também voltou a preocupar, com dados de desaceleração da atividade industrial, acentuando um 2019 difícil depois da baixa de 2018, a maior em 30 anos da economia.
Na soma dos fatos, o petróleo em Londres também recua.
Enquanto o presidente americano volta do encontro terminado antes com o líder da Coreia do Norte, sem acordo, autoridades do Federal Reserve continuam no foco com os investidores esperando opiniões sobre a economia local, se vai ou não ser mantida a política de menos aperto monetário, enquanto o PIB do 4º trimestre vai ser anunciado com espectativas que mostre desaceleração sobre o trimestre anterior.
Na órbita brasileira, os mercados ficam atentos, como de costume agora, aos pontos que devem exigir muitas negociações na reforma da Previdência, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e aposentadoria do trabalhador rural, que os presidentes do Senado e da Câmara já reiteram que haverá resistência. Inclusive na quarta, quando estiveram com o ministro Paulo Guedes.
Ou seja, a expectativa agora é quanto capital tem o presidente Jair Bolsonaro para evitar desidratação acentuada na reforma abaixo do limite de economia desejada de pouco mais de R$ 1 trilhão em 10 anos.
Com isso entrando na cena empresarial, já se nota recuo no índice de confiança dos empresários, em indicadores da FGV sobre janeiro e o Índice de Expectativas, que aponta para o futuro.
E o PIB de 2019 terá o efeito de carrego de um crescimento mais magro do que o esperado em 2018, em 1,1%.
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