Lava Jato investiga propina de R$ 22 mi em contratos da Transpetro com Estre; 3 mandados de prisão
Por Pedro Fonseca
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A força-tarefa da operação Lava Jato deflagrou nova fase da operação, nesta quinta-feira, para cumprir três mandados de prisão como parte de investigação sobre contratos suspeitos da Transpetro, subsidiária da Petrobras, com o Grupo Estre que envolvem pagamentos de propina de ao menos 22 milhões de reais, informou o Ministério Público Federal do Paraná.
De acordo com o MPF, há suspeitas de irregularidades em 36 contratos fechados pela Transpetro com o Grupo Estre para serviços na área ambiental, reabilitação de dutos e construção naval que totalizam mais de 682 milhões de reais entre 2008 e 2017.
A Justiça Federal do Paraná expediu 3 mandados de prisão temporária e 15 mandados de busca e apreensão a serem cumpridos em São Paulo contra suspeitos de envolvimento no esquema, que foi revelado pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado em acordo de delação firmado com o MPF.
Entre os alvos dos mandados de prisão está Wilson Quintella Filho, acionista e ex-presidente de empresas do Grupo Estre, informaram as autoridades. Em nota, a Estre Ambiental informou que vem colaborando com a operação e permanecerá à disposição das autoridades competentes para prestar todos os esclarecimentos necessários e colaborar com as investigações.
Segundo o MPF, além dos 22 milhões de reais já identificados como pagamento de propina no âmbito do esquema, a atuação criminosa de Quintella e seu grupo possivelmente alcançou outras áreas, inclusive do sistema Petrobras.
"O colaborador (Machado) revelou que ajustou com Wilson Quintella o pagamento de propinas de pelo menos 1 por cento dos contratos firmados pelo Grupo Estre (Estre Ambiental, Pollydutos e Estaleiro Rio Tietê) com a estatal", disse o MPF em comunicado.
Segundo os procuradores, os depoimentos de Machado "encontraram corroboração em oitivas de testemunhas e em ampla prova documental".
Procurada, a Petrobras não se manifestou de imediato. A empresa afirma, sempre que citada na operação Lava Jato, que coopera com as investigações e tem sido reconhecida pelas autoridades como vítima dos malfeitos descobertos pelas investigações.
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