Eleição de Bolsonaro pacificará o país, afirma general Mourão

Publicado em 05/10/2018 07:39

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SÃO PAULO (Reuters) - O candidato à vice-presidência da chapa de Jair Bolsonaro, o general da reserva Hamilton Mourão, defendeu nesta quinta-feira que a vitória do presidenciável do PSL pacificará o país, assim como fez Duque de Caxias, patrono do Exército Brasileiro, onde ambos fizeram carreira.

"Lembrem-se: Bolsonaro e eu viemos do Exército Brasileiro. Quem é o nosso patrono? É Duque de Caxias, aquele que pacificou todas as guerras de povos que ocorreram no Século 19 e quase dividiram o país, mas ele fez muito mais do que pacificar", disse Mourão após participar de um evento promovido por seu partido, o PRTB, em Guarulhos, em São Paulo.

"A cada termo de intervenção, ele concedia a anistia e trazia todos aqueles brasileiros para o seio da nação", disse Mourão. "É isso que o Bolsonaro vai fazer, nós todos somos brasileiros, não existe nós e eles, existe Brasil e seus habitantes", afirmou o general da reserva.

Mourão tem estado no centro de polêmicas ao longo das últimas semanas, quando Bolsonaro ficou hospitalizado após ser esfaqueado durante um evento de campanha em Juiz de Fora (MG).

Em um evento em Manaus, o general afirmou que famílias de mães e avós, sem pais ou avôs, são "fábricas de elementos desajustados e que tendem a ingressar em narco-quadrilhas".

Em outra ocasião, durante uma palestra a empresários no Rio Grande do Sul, Mourão se referiu ao décimo terceiro salário, um benefício garantido ao trabalhador pela Constituição, como "jabuticaba brasileira" e defendeu a realização de uma reforma trabalhista séria.

Após a declaração, Bolsonaro, ainda hospitalizado naquele momento, recorreu ao Twitter para se posicionar e afirmou que quem critica o benefício demonstra desconhecer a Constituição.

(Reportagem de Laís Martins)

Bolsonaro diz que não dissemina fake news, mas não tem controle sobre ação dos apoiadores

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(Reuters) - O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, afirmou em entrevista exibida na TV noite desta quinta-feira, que não dissemina fake news, mas admitiu que não tem controle sobre eventuais apoiadores que repassam informações falsas.

"Não tenho controle sobre milhões de pessoas que me seguem, um ou outro acaba extrapolando. Agora, quando o seguidor meu extrapola a culpa cai em cima de mim como se eu fosse o capitão e tivesse uma tropa ao meu comando para fazer aquilo que eu falo. Nós não pregamos fake news", disse o candidato em entrevista gravada à TV Record.

O presidenciável afirmou que alimenta suas redes sociais com "verdades" e que conta com um exército de seguidores para divulgá-las.

Na quarta entrevista dele divulgada no dia, ele voltou a atacar o provável adversário dele na disputa do segundo turno, o petista Fernando Haddad, por disseminar informações falsas.

"O candidato do PT, agora no Nordeste, andou espalhando que nós vamos acabar com o Bolsa Família. Eles fazem isso em todas as eleições, nós combatemos isso. Lógico é duro combater porque eles vão, com seus militantes, praticamente em todos os locais pregando isso aí, mas em grande parte temos sucesso com esse fake news de que queremos acabar com o Bolsa Família", disse.

Bolsonaro afirmou ainda que a candidatura petista é conduzida de dentro da cadeia pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que indicou o "fantoche" que é Haddad. Ele disse que Haddad foi incompetente na gestão da prefeitura paulistana que não conseguiu sequer chegar ao segundo turno. O petista foi derrotado pelo tucano João Doria no primeiro turno em 2016.

O presidenciável afirmou que aqueles que o acusam de racista, homofóbico e outros tipos de críticas só o fazem porque não pode chamá-lo de "corrupto".

A entrevista de Bolsonaro foi ao ar no mesmo instante em que começava o debate com os principais adversários dele na TV Globo, emissora líder de audiência do país. O candidato do PSL decidiu não ir ao debate da Globo por recomendação médica --ele se recupera em casa, no Rio de Janeiro, de um ataque à faca após ficar 3 semanas hospitalizado.

O candidato do PSL levantou novamente a suspeita em relação à investigação feita pela Polícia Federal sobre o atentado a que foi vítima. Ele afirmou que a condução do inquérito foi feita por um delegado que, disse, por dois anos foi homem de confiança do governador de Minas Gerais, o petista Fernando Pimentel. Bolsonaro disse que poderia ser outro delegado a conduzir o caso, "para buscar isenção".

"Não queremos fabricar o responsável nem esse ou aquele grupo ideológico, queremos buscar a verdade", disse, ao destacar que não acredita que o autor do atentado agiu de forma isolada.

"Acredito ainda que a Polícia Federal possa dar uma resposta a isso", completou o candidato, para quem é preciso que isso seja feito "brevemente".

(Por Ricardo Brito, em Brasília)

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Fonte:
Reuters

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