Em alta, Bolsonaro tem 39% dos votos válidos e Haddad, 25%, diz Datafolha

Publicado em 04/10/2018 19:32
Folha de S. Paulo diz que num segundo turno, deputado e ex-prefeito empatam; rejeição a ambos segue alta e estável

O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) ampliou sua vantagem sobre os concorrentes na disputa pelo Palácio do Planalto, aponta pesquisa do Datafolha.

Ele tem agora 39% dos votos válidos, que excluem brancos, nulos e indecisos, estando a 11 pontos percentuais do patamar para a vitória no primeiro turno, faltando três dias para o primeiro turno da eleição.

O petista Fernando Haddad manteve-se estável na segunda posição isolada, com 25% dos votos válidos. Ele está empatado com Bolsonaro na simulação de segundo turno.

No pelotão inferior, se mantiveram estáveis Ciro Gomes (PDT), com 13% dos válidos, e Geraldo Alckmin (PSDB), que registrou 9%.

O Datafolha ouviu 10.930 eleitores em 389 cidades do país na quarta e nesta quinta (4). A margem de erro do levantamento, contratado pela Folha e pela TV Globo, é de dois pontos percentuais para mais ou menos.

CURVA ASCENDENTE

Quando analisada a evolução em votos totais (pesquisa estimulada), Bolsonaro foi o único que oscilou acima da margem de erro, confirmando o espraiamento de seu voto em diversos segmentos — se a onda será suficiente (para os 50% mais um voto necessários) para a vitória no domingo, é incerto.

Ele subiu de 32% para 35% desde o levantamento divulgado na terça (2). A curva já vinha ascendente: na semana passada, ele tinha 28% dos votos totais entre 26 e 28 de novembro.

A pesquisa anterior havia registrado um aumento de sete pontos na sua intenção de voto entre mulheres, ocorrido após as manifestações de cunho feminista do EleNão do fim de semana.

Agora, oscilou um ponto para cima, atingindo 28% dos votos totais no segmento feminino. Entre homens, cresceu quatro pontos de terça para cá, atingindo 42%.

Seu melhor desempenho foi entre os mais ricos, onde subiu nove pontos e chegou a 53% dos votos totais. Aqui, Alckmin teve uma sangria de quatro pontos, sugerindo uma adesão dos tucanos a um voto antipetista. Nos outros estratos de renda, houve estabilidade.

Regionalmente, Bolsonaro subiu três pontos no populoso Sudeste, chegando a 39% totais, contra 16% de Haddad. Cresceu mais ainda no Norte (cinco pontos) e Centro-Oeste (quatro pontos).

Ciro e Alckmin mantiveram suas posições da terça. O pedetista segue com 11% dos votos totais e o tucano, mesmo dispondo da maior artilharia de tempo no horário gratuito, segue estagnado: oscilou negativamente de 9% para 8%.

Marina Silva (Rede) encabeça o bloco final com 4%, empatada tecnicamente com João Amoêdo (Novo, 3%), Alvaro Dias (Podemos, 2%), Henrique Meirelles (MDB, 2%) e Cabo Daciolo (Patriota, 1%).

Nas simulações de segundo turno, o fator rejeição é central. Aqui, tanto Bolsonaro quanto Haddad, os candidatos mais competitivos para chegar lá, mantiveram altos índices estáveis nesta semana.

REJEIÇÃO: BOLSONARO 45% X 40% HADDAD

O deputado seguerejeitado por 45% e o ex-prefeito paulistano oscilou de 41% para 40% o índice daqueles que não votam nele de jeito nenhum. Exemplificando a polarização da disputa, seus eleitores são os mais convictos hoje: 86% dos bolsonaristas e 83% dos pró-Haddad dizem estar certos do voto.

Num hipotético segundo turno com Haddad, Bolsonaro empata tecnicamente com o petista. Manteve os 44% que tinha na terça, enquanto o adversário oscilou positivamente um ponto, para 43%. Segue perdendo para Ciro (42% a 48%) e empata na margem com Alckmin (42% a 43%).

Bolsonaro tem sua maior rejeição entre mulheres (50%), mais jovens (50%) e mais pobres (52%). Haddad, entre mais ricos (acima de 10 salários mínimos mensais, 66%, e entre 5 e 10 salários, 58%) e escolarizados (57%).

Bolsonaro precisa de 9 milhões de votos

Para vencer as eleições no primeiro turno, Bolsonaro precisa conquistar, até domingo, mais 9 milhões de votos. No mercado financeiro, apesar do apoio ao capitão da reserva, são poucos os que acreditam que o presidenciável do PSL conseguirá liquidar a fatura no primeiro turno. A probabilidade de vitória de Bolsonaro no primeiro turno é, hoje, de 20%, segundo os especialistas. 

No segundo turno, dizem analistas financeiros, Bolsonaro tem entre 55% e 60% de chances de vitória. O mercado acredita que, mesmo sendo uma incógnita, o capitão da reserva terá mais compromisso com reformas constitucionais, como a da Previdência, além de combater, de forma enfática, a segurança que tanto assusta o país.

Desde o fim da semana passada, Bolsonaro já subiu sete pontos percentuais nas pesquisas gerais. Seus aliados ainda acreditam que a onda a favor do candidato se acelerará nos próximos três dias.

A vitória do antipetismo

O crescimento de Fernando Haddad nas pesquisas da semana passada pode resultar – paradoxalmente – em sua derrota.

Os eleitores se apavoraram com a possibilidade de um retorno do PT ao poder, sob o comando do criminoso condenado pela Lava Jato.

O #EleNão contribuiu para isso, mostrando que essa gente ainda é capaz de mobilizar uma parcela importante da sociedade e da imprensa.

O antipetismo disparou de sábado para cá, e não foi por causa de meia dúzia de idiotices no WhatsApp. O antipetismo disparou porque o petismo se tornou um risco real, impulsionando a vitória de Jair Bolsonaro no primeiro turno ou no segundo.

Voto feminino em Bolsonaro dobrou desde agosto

O voto feminino em Jair Bolsonaro dobrou desde o início das pesquisas eleitorais, registra o Estadão.

Em agosto, o presidenciável do PSL tinha 13%, agora tem 26% das intenções de voto entre as mulheres, segundo o Ibope.

“O que percebemos é que as mulheres que hoje declaram voto ao Bolsonaro têm um perfil mais semelhante ao dos homens: renda mais alta, maior escolaridade e mais concentrado em Sul e Sudeste”, afirmou hoje a diretora do Ibope, Márcia Cavallari, à Rádio Eldorado.

Metade dos evangélicos vota em Bolsonaro

Quase metade dos evangélicos diz que optará por Jair Bolsonaro na eleição deste domingo, destaca a Folha entre os resultados da nova pesquisa Datafolha.

O segmento pretende dar 48% dos votos válidos –que excluem eleitores indecisos, brancos e nulos– para o candidato do PSL. É um desempenho acima da média geral de Bolsonaro, que tem 39% dos votos válidos.

Fernando Haddad tem 30 pontos a menos entre os evangélicos: 18% dos votos válidos. Entre os católicos, o deputado federal tem 35%, e o ex-prefeito tem 29%.

Haddad é o petista com menor apoio no Nordeste desde 2002

Após ser confirmado como candidato do PT, Fernando Haddad, o poste de Lula, saltou de 5% para 38% da intenção de voto na região em menos de um mês, segundo o Datafolha.

Mas o crescimento arrefeceu –em vez de continuar subindo, “Andrade” oscilou negativamente para 36% no Nordeste, segundo o Datafolha da última terça-feira.

Em votos válidos, são 43% –segundo a BBC Brasil, é o menor apoio a um candidato do PT no Nordeste no primeiro turno desde 2002.

Secretário-geral do PSDB diz que “onda Bolsonaro é impressionante” em Minas

O PT aposta tudo em Minas Gerais — e se animou após a divulgação do último recorte da pesquisa Ibope. Mas Marcus Pestana, secretário-geral do PSDB e deputado federal pelo estado, disse a O Antagonista que, mais uma vez, o resultado em Minas será decisivo.

“Aqui sempre reproduz o padrão nacional. Minas é a melhor síntese do Brasil.”

O tucano acrescentou que “a onda Bolsonaro é impressionante” no estado, algo observado também por Bonifácio de Andrada — reveja aqui.

“Mistério sociológico”, afirmou Pestana.

Datafolha em SP: Doria 26%, Skaf 22%, França 16%

O Datafolha começou a divulgar suas novas pesquisas sobre os governos estaduais.

Em São Paulo, João Doria oscilou de 25% para 26%, Paulo Skaf manteve seus 22% e Márcio França oscilou dois pontos, de 14% para 16%. Luiz Marinho vem bem atrás, com 6%.

Na disputa pelo Senado, Eduardo Suplicy continua na frente, com 25%. Em seguida vêm a tucana Mara Gabrilli, com 21%, e Major Olímpio, do PSL, com 17%.

Datafolha em MG: Anastasia 32%, Pimentel 21%

Em Minas Gerais, registra o Datafolha, o tucano Antonio Anastasia continua na liderança das intenções de voto –oscilou negativamente de 33% para 32%.

O petista Fernando Pimentel perdeu três pontos e foi de 24% para 21%. Como a margem de erro desse levantamento é de três pontos, diz-se que ele “oscilou negativamente”.

A surpresa foi a subida de Romeu Zema, o candidato do Partido Novo ao governo –de 9% para 15% desde o levantamento anterior, em 28 de setembro.

Na corrida pelo Senado, Dilma Rousseff continua na frente, com 27%. A disputa pela segunda vaga é acirrada: Rodrigo Pacheco tem 19%, Carlos Viana tem 16% e Dinis Pinheiro tem 15%.

Datafolha no Rio: Paes 24%, Romário 16%

No Rio, na primeira pesquisa que o Datafolha fez sem Anthony Garotinho –barrado pelo TSE–, Eduardo Paes mantém a liderança, com 24% das intenções de voto.

Romário vem em segundo, com 16%. Em seguida, empate técnico entre Índio da Costa, do PSD (10%), Wilson Witzel, do PSC, e Tarcísio Motta, do PSOL (9% cada um).

Na disputa pelo Senado, Flávio Bolsonaro tem 30% e Cesar Maia, 29%, o que configura empate técnico. Lindbergh Farias tem 20%.

“O fascismo da elite”

Mariliz Pereira Jorge, colunista da Folha de S. Paulo, explicou por que Fernando Haddad vai perder:

“Fernando Haddad culpou o ‘fascismo da elite’ pelo aumento de sua rejeição. O PT não aprende. Não entende que o crescimento, e possível vitória, de um candidato raso de ideias e grosso no autoritarismo não é porque a ‘elite’, da qual a classe média faz parte, é fascista. É porque ela está de saco cheio de ser tratada como tal e apontada como responsável por todos os males do país, enquanto o partido dele age como se não tivesse nada com isso.

Há diferença entre o eleitor-raiz de Bolsonaro e aquele que apenas votará nele num eventual segundo turno contra Haddad. No entanto, o que eles têm em comum é que a maioria cansou não apenas da roubalheira do PT, mas também de ser chamada de machista, racista, homofóbica. Está exausta de ouvir que rico não tolera pobre em avião ou na universidade (há gente assim, mas uma parte ínfima e risível da sociedade). Cada vez que alguém diz que todo homem é um estuprador em potencial, que tem nojo da elite, que Lula será solto, Bolsonaro fica mais perto da Presidência.”

Bolsonaro acena aos nordestinos

Jair Bolsonaro acenou ao eleitorado do Nordeste no Twitter:

“A essência do povo nordestino é uma das principais belas formas da diversidade cultural do Brasil. Graças a estes homens e mulheres o Brasil é um gigante hoje. Preservando nossos valores familiares e com o que temos em material humano e natural, podemos e seremos maiores ainda!”

BANCADA EVANGÉLICA CONFIRMA APOIO A BOLSONARO

A Frente Parlamentar Evangélica está com Jair Bolsonaro.

O presidente da bancada acaba de divulgar a seguinte nota:

“A Frente Parlamentar Evangélica (FPE), através de seu presidente, Deputado Takayama, vem por meio desta carta declarar, oficialmente, apoio a candidatura de Jair Messias Bolsonaro (PSL) à presidência da República.

A Frente reúne 199 deputados e 4 senadores e entende que Jair é o candidato mais adequado para lutar em prol das pautas defendidas por seus membros. Mais que uma questão natural, é uma questão espiritual. Está acima de qualquer doutrina partidária. É a defesa dos valores da família Cristã.

Entendemos que a defesa dos valores cristãos, da vida e da família estão acima de tudo! Proteger nossas crianças de um futuro desastroso é nosso dever como legisladores e homens de bem.

Portanto, certos de nosso compromisso com os quase 86,8% de cristãos de todo o território nacional, declaramos nosso amplo apoio aos candidatos da Frente em todo o Brasil, bem como o nosso apoio a Jair Messias Bolsonaro. Nosso intuito é evitar que candidatos filiados a extrema esquerda assumam, mais uma vez, a direção do país causando ainda mais crises do que as que atravessamos nos últimos anos.

Deputado Takayama

Presidente da FPE”

Para vencer as eleições no primeiro turno, Bolsonaro precisa conquistar, até domingo, mais 9 milhões de votos. No mercado financeiro, apesar do apoio ao capitão da reserva, são poucos os que acreditam que o presidenciável do PSL conseguirá liquidar a fatura no primeiro turno. A probabilidade de vitória de Bolsonaro no primeiro turno é, hoje, de 20%, segundo os especialistas.

 

No segundo turno, dizem analistas financeiros, Bolsonaro tem entre 55% e 60% de chances de vitória. O mercado acredita que, mesmo sendo uma incógnita, o capitão da reserva terá mais compromisso com reformas constitucionais, como a da Previdência, além de combater, de forma enfática, a segurança que tanto assusta o país.

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Fonte:
Reuters/O Antagonista

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1 comentário

  • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

    Então João batista esta pesquisa esta OK???Edmilson...esta beleza...ta certa???? Os petistas...ciristas..Alckimistas...marinista falam que não...

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    • EDMILSON JOSE ZABOTT PALOTINA - PR

      Dalzir , não seja demagogo , o assunto Política Brasileira , e os destinos do Brasil , são extremamente sérios e exige de todos consciência e comprometimento .

      Você talvez não esteja acreditando não só nas pesquisas , mas na realidade e capacidade do Bolsonaro e sua equipe.

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      Caro Edmilson... nas pesquisas sempre afirmei que se forem feitas de modo correto os resultados representam a realidade naquele momento...sobre não acreditar na capacidade do bolsonaro ...ate que enfim você acertou uma....e te pergunto como acreditar num cara que em 30 anos deputado federal NADA FEZ.....

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      Publicou minha frase pela metade

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    • Valdomiro Rodante Junior Porangatu - GO

      Dalzir, por quê vc não enxerga os erros cometidos pela esquerda, tem tantos.., vc querer falar de Moro vá morar na Venezuela e ai poderemos novamente conversar após o seu retorno....

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      Caro Valdomiro...você já morou na Venezuela????onde vou ou deixo de ir não é você que decide...afinal seus argumentos são desprovidos de base....aprenda o olhar sem raiva...sem prepotência e tenha gabarito a argumentar quando as pessoas pensam diferente de você..

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