"...se não arregaçar as mangas, vai afundar logo ali"... ALERTA AOS BRASILEIROS

Publicado em 02/09/2018 08:40
"O QUE ESTÁ EM JOGO: OU ACABA POPULISMO E SE ATACA CASTAS PRIVILEGIADAS, OU O CAOS", por RODRIGO CONSTANTINO, na GAZETA DO POVO
"Em artigo publicado hoje no Valor, o economista-chefe e sócio da JGP, Fernando Rocha, expõe o que está em jogo nessas eleições. Para ele, teremos um antagonismo entre quem quer expandir ainda mais o tamanho do estado, ignorando a insustentabilidade do modelo atual, e quem quer seguir um caminho de reformas liberais, com graus distintos. PT e Ciro de um lado, Bolsonaro e Alckmin do outro, e Marina no meio. Diz Rocha:
 
Diante do exposto, o mercado financeiro se divide entre cenários antagônicos, flutuando ao sabor das probabilidades atribuídas a cada um. Do ponto de vista da sociedade, há um grande antagonismo, o que pode se refletir no Congresso, na dificuldade de aprovar uma ou outra agenda. Marina, Ciro e Bolsonaro carecem de base parlamentar ampla. Alckmin teria mais facilidade nesse aspecto. O PT poderia trazer um certo revanchismo e um risco institucional. O certo é que a margem de manobra para erros nunca esteve tão pequena. O que está em jogo dessa vez é maior do que nas eleições anteriores, talvez o maior divisor de águas do período pós-redemocratização.
 
Difícil discordar. A situação fiscal do país está péssima, e sem reformas liberais vamos afundar. Enquanto isso, o presidente Temer, demonstrando fragilidade, sucumbe à pressão da casta de privilegiados do estado e concede aumentos inaceitáveis. Isso foi tema do editorial do GLOBO de hoje:
 
O presidente Michel Temer desperdiçou mais uma chance de manter alguma sintonia com a sociedade. A 120 dias da sua despedida do Palácio do Planalto, decidiu dar um extraordinário aumento na remuneração da casta de servidores públicos, que já vive de supersalários.
 
[…] A decisão presidencial é chocante para um país que completa um quinquênio em profunda recessão econômica, convive com extrema fragilidade nas contas públicas e assiste à situação pré-falimentar da maioria dos estados e prefeituras. Ela confronta a racionalidade na condução do governo. Reforça o espírito de casta no Estado brasileiro, cuja folha de pagamento abriga cerca de três milhões de servidores.
 
[…] Dados do governo Temer mostram que 67% dos servidores civis federais pertencem ao estrato dos 10% mais ricos da população. Nesse grupo também figuram 45% dos servidores estaduais e 20% dos municipais, informa o Ministério do Planejamento.
 
[…] Em proporção, o Brasil gasta mais com o funcionalismo do que Japão, China, Alemanha, EUA, Reino Unido e Itália. Países ricos mantêm um nível de gasto com pessoal equivalente a 10% do PIB — essa conta se restringe aos ativos, ou seja, não inclui inativos nem pensionistas. No Brasil, esse tipo de despesa pública alcança 10,5% do PIB, ressalta o Planejamento.
 
É retrocesso a opção pelo privilégio à casta do setor público. Há dois anos, Temer anunciou uma ponte para o futuro. Termina o mandato numa pinguela em direção ao passado.
 
É verdade que Temer, apesar disso tudo, foi o melhor presidente eleito por petistas (o que não é grande coisa, convenhamos). Mas representa mais do mesmo, de um establishment que perdeu qualquer contato com o real, com o povo, e segue em sua bolha, alimentando seus privilégios enquanto a população paga o pato. As soluções, porém, não podem ser populistas. O Brasil não aguenta mais. Merval Pereira, em sua coluna de hoje, resume livro novo de Giambiagi sobre o tema:
 
Em todas as entrevistas, sabatinas e debates de que têm participado, os candidatos à presidência da República mais viáveis até o momento apresentam ao eleitor metas sem levar em consideração a realidade das contas públicas. Sempre que confrontados com a dissonância entre suas propostas e a falta de recursos de que se queixam com razão – o orçamento do primeiro ano do próximo governo já está feito pelo atual Congresso, com medidas aprovadas que provocam mais gastos públicos- todos, sem exceção, que com ele no Palácio do Planalto tudo será diferente.
 
Não será, sabemos todos, mas há soluções não populistas que, em boa hora, aponta o livro “Apelo à Razão – A reconciliação com a Lógica Econômica”, a ser lançado nos próximos dias pela editora Record, dos economistas Fabio Giambiagi e Rodrigo Zeidan.
 
O objetivo do livro é apresentar um roteiro de propostas concretas para que o Brasil deixe de flertar com o populismo, com o atraso. Embora se saiba de antemão que a maioria orgânica do Congresso, que não será renovado a ponto de esquecer velhas práticas fisiológicas, será um obstáculo a qualquer proposta que mexa com seus interesses imediatos.
 
[…] Os números mais recentes indicam que, em 2060, haverá 63 indivíduos com mais de 60 anos, para cada 100 pessoas na faixa de 15 a 59 anos.  O caminho é a elevação da exigência de idade para aposentadoria e o desmonte dos privilégios a determinadas categorias. Mas de difícil aceitação, como vimos nas recentes tentativas de aprovar uma reforma da Previdência.
 
[…] O próximo presidente terá questões prementes a resolver: as reformas da previdência, tributária e política, a crise da segurança pública, desemprego e caos na saúde, com ressurgimento de doenças e aumento da mortalidade infantil, déficit escolar, produtividade da economia, e formação de mão -de-obra.
 
Mas o futuro pertence unicamente aos brasileiros e não está nas mãos de um salvador da pátria, reforçam os autores no desfecho do livro. Não à toa a palavra “razão” ganha destaque na capa do livro. As soluções propostas são duras, mas possíveis, avaliam. Falta combinar com os eleitores.
 
Nossos desafios são enormes, gigantescos. Na área da Previdência, por exemplo, ou partimos para reformas mais drásticas, ou vamos ver nossa economia implodir. A proposta mais interessante é a de Paulo Guedes, para se criar contas de capitalização individuais, como aconteceu no Chile. Resta saber se Bolsonaro realmente tentaria ir por esse caminho, e qual seria a resistência no Congresso.
 
Se com os candidatos tidos como mais à direita não há garantia alguma, se vencer alguém com perfil mais à esquerda teremos a certeza de um desastre. É esse o grau de tensão no ar, que explica em parte a disparada do dólar. O “mercado” sabe que se o Brasil não arregaçar as mangas e aprovar algumas reformas necessárias, vai afundar logo ali na frente. Não há mais espaço para erros, retrocessos.
 
Que o eleitor tenha em mente a dimensão do problema, para votar de forma consciente, avaliando propostas concretas e histórico, em vez de se encantar com promessas vazias e populistas.
 
Rodrigo Constantino
 

A nova década perdida

Mantido o ritmo atual de baixo crescimento, é possível afirmar que o Brasil vive o pior desempenho econômico em uma década desde o início do século passado.

O economista-chefe da Tullett Prebon disse à Folha que a expansão média anual do PIB entre 2011 e 2020 deverá ser inferior a 1%, “levando à estagnação da renda per capita”.

Com esse resultado, será uma nova década perdida.

"APRENDIZADO ESTAGNADO HÁ MAIS DE DÉCADA: UMA FÁBRICA DE ANALFABETOS FUNCIONAIS"

Deu no GLOBO:
 
Mais de 70% dos concluintes do ensino médio no Brasil não atingem o nível básico de conhecimentos em língua portuguesa e matemática, apontam os resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) divulgados pelo Ministério da Educação (MEC) nesta quinta-feira. Os dados revelam uma estagnação dessa etapa escolar desde 2009, com viés de queda.
 
Em matemática, a proficiência média despencou de 275 para 270 pontos entre 2009 e 2017 no ensino médio. A variação em língua portuguesa foi mais discreta, de 269 para 268 pontos no mesmo período, mas também com tendência de diminuição.
 
A baixa aprendizagem também é verificada no ensino fundamental. Em português, 39,32% dos estudantes do 5º ano e 60,51% dos que estão no 9º ano têm nível “insuficiente” de proficiência. Em matemática, a proporção é de 33,12% e 63,11%, respectivamente.
 
A Gazeta do Povo também comentou o resultado, com a seguinte chamada: “Avaliação mostra que nível do ensino médio está estagnado há 12 anos”. Diz a notícia:
 
Não há nada a comemorar com o resultado da última avaliação dos alunos de ensino médio no Brasil nas disciplinas de português e matemática, divulgado nesta quinta-feira (30) pelo Ministério da Educação (MEC). Apesar de apresentar índices ligeiramente elevados em relação à edição de 2015, as notas médias dos alunos dessa etapa da educação básica não saem do nível 2, tanto na escala de 8 degraus de língua portuguesa quanto na de matemática, com 10 etapas.
 
As notas estão no mesmo patamar desde 2005, quando o MEC mudou a metodologia do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), que examina, a cada dois anos, por meio de provas e questionários as escolas públicas e privadas no Brasil. O cenário pode melhorar ou piorar quando for divulgado na próxima segunda-feira (3) o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que cruza os dados da nota Saeb com outros fatores como taxas de aprovação e reprovação."
"Diante desses lamentáveis dados, só alguém muito dominado pela ideologia estatizante poderia defender que a solução passa por jogar mais recursos no modelo atual de ensino brasileiro. Nosso “ensino” claramente fracassou, e não é por falta de recursos, até porque gastamos uma média similar à da OCDE em relação ao PIB. O problema é que gastamos mal, e temos doutrinação ideológica em vez de educação real.
 
O patrono da nossa “educação” não poderia ser outro mesmo. Paulo Freire foi um comunista que levou o conceito de luta de classes para dentro da sala de aula. Quando não estava enaltecendo ditadores assassinos, estava repetindo que existem opressores e oprimidos em sala, e que o professor tinha tanto a aprender com o garoto favelado quanto o garoto tinha a aprender com o professor.
 
Temos ainda a questão da total falta de hierarquia e disciplina dentro das salas, um efeito direto da mentalidade esquerdista revolucionária dos anos 1960. Da mão à palmatória chegamos ao caos do vale tudo, em que os alunos desafiam os professores e fica por isso mesmo. Casos mais graves de agressão física não são raros. Leave them kids alone? Parece que “deu ruim”.
 
Não é por acaso que escolas militares têm apresentado indicadores melhores: há ao menos mais disciplina e hierarquia. Isso não quer dizer que a solução seja militarizar todas as escolas, mas o mínimo que podemos fazer é entender a necessidade de mais firmeza nas regras, o que é saudável para os próprios alunos.
 
Nossos professores, além do problema ideológico, padecem de falta de preparo muitas vezes. E aí vem aquele que talvez seja o principal ponto: os sindicatos, poderosos, protegem os incompetentes. Nosso ensino está todo dominado por esses sindicatos, que dificultam qualquer reforma séria.
 
Resolver essas questões não é nada fácil. Mas sem começar a apontar na direção certa não teremos chance, e sem educação de boa qualidade, o Brasil não terá chance de avançar. É um dilema e tanto. Alguns respondem com o projeto Escola Sem Partido, uma proposta que serve ao menos para lançar luz sobre o problema da doutrinação ideológica de esquerda. Outros apelam para o homoschool, que vem crescendo e será julgado pelo STF agora.
 
Nada disso, porém, ataca o cerne da questão. O buraco é bem mais embaixo, e levaremos gerações para reformular nosso sistema de ensino. O tamanho do desafio, contudo, não pode ser desculpa para o imobilismo. Temos uma epidemia destruindo o que há de mais precioso em nosso país: o capital humano, o cérebro de nossas crianças e jovens. Se não começarmos a inverter esse quadro, oferecendo educação verdadeira para essa turma, estaremos condenados ao país do futuro para sempre.
 
Rodrigo Constantino. 
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Fonte:
Blog Rodrigo Constantino

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