Vice-PGR diz no STF que declarações de Bolsonaro configuram crime de racismo

Publicado em 28/08/2018 16:23

LOGO REUTERS

BRASÍLIA (Reuters) - O vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia, defendeu nesta terça-feira que a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal torne réu o candidato à Presidência pelo PSL, deputado federal Jair Bolsonaro (RJ), pelo crime de racismo.

A denúncia criminal contra Bolsonaro --líder nas pesquisas de intenção de voto em cenários sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva— foi oferecida pela Procuradoria-Geral da República em abril e se refere a uma palestra que o candidato deu no Clube Hebraica do Rio de Janeiro ano passado.

Na ocasião, na avaliação da PGR, Bolsonaro fez um discurso de incitação ao ódio e preconceito direcionado a diversos grupos, como culpar indígenas pela não construção de hidrelétricas em Roraima.

Em sustentação na turma, o representante do Ministério Público Federal disse que estão presentes os elementos de "ódio racial" e que a narrativa permite se chegar a essa conclusão.

"Claramente, as palavras proferidas pelo denunciado são capazes de configurar um delito", disse.

"Palavras constroem mundos ou destroem vidas. Palavra tem poder e poder tem limites. O discurso de ódio racista é essencialmente desumanizador", afirmou Mariz Maia, lembrando a grande presença de Bolsonaro nas redes sociais.

O advogado Antonio Moraes Pitombo, defensor do deputado, pediu a rejeição da denúncia.

A turma concedeu um intervalo e volta depois, com a tomada de votos dos integrantes do colegiado.

(Reportagem de Ricardo Brito)

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Reuters

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário