Lula decide retirar o pedido de liberdade no STF para tentar impedir inelegibilidade

Publicado em 06/08/2018 08:46
Tanto o pedido de liberdade quanto o da elegibilidade poderiam ser discutidos no dia 9. Lula preferiu não correr riscos.

BRASÍLIA (Reuters) - A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva requereu nesta segunda-feira a retirada de uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) que pede sua liberdade.

O movimento foi feito a pedido do próprio Lula, diante da possibilidade que a corte julgue na mesma matéria a inelegibilidade do petista, disse a jornalistas o candidato a vice na chapa presidencial petista, Fernando Haddad.

Na petição, encaminhada ao ministro Edson Fachin à qual à Reuters teve acesso, os defensores afirmaram que os "limites" do pedido é o restabelecimento da liberdade do petista.

"As referências ao art. 26-C na LC 64/90 foram laterais e decorrentes da existência de pedido baseado nesse dispositivo de lei federal no recurso extraordinário que originou a medida cautelar — e não nestes autos", disse o advogado, numa referência à questão inelegibilidade.

A petição da defesa pede que Fachin homologue o pedido de desistência da ação.

Mais cedo, o ex-prefeito de São Paulo explicou em Curitiba que o Lula não quis correr esse risco porque deseja que a chapa presidencial petista seja registrada dia 15 com seu nome.

"É um pedido de liberdade, só que a impressão que causou, pelas declarações, é de que ia ser usado esse expediente no pedido de liberdade para julgar a elegibilidade, o que não constava do pedido", disse Haddad.

"É um pedido de liberdade, só que a impressão que causou, pelas declarações, é de que ia ser usado esse expediente no pedido de liberdade para julgar a elegibilidade, o que não constava do pedido", disse Haddad em Curitiba a jornalistas, após visitar Lula com a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann.

"Então, para não correr risco, e o Lula sempre deixou claro 'eu não troco a minha dignidade pela liberdade', ele está retirando esse pedido hoje, porque a dignidade dele é mais importante do que a liberdade nesse momento, e para deixar claro que no dia 15, como nós anunciamos, nós vamos levar a registro a nossa chapa, que foi homologada ontem", acrescentou.

Na semana passada, o ministro do STF relator da ação, Edson Fachin, sugeriu que seria melhor que a corte definisse a situação de Lula antes do prazo final para o registro das candidaturas, que é o dia 15. [nL1N1US1B9]

A partir daí passou-se a especular que o STF poderia aproveitar para julgar juntamente com o pedido de liberdade a inegibilidade do ex-presidente.

Lula está preso em Curitiba desde abril, cumprindo pena pela condenação por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá. Como foi condenado em segunda instância, a expectativa é que sua candidatura seja barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com base na Lei da Ficha Limpa.

Debate na Band sem Lula

O Tribunal Regional Federal da Quarta Região (TRF-4) rejeitou nesta segunda-feira pedido do PT para tentar obrigar a TV Bandeirantes a convidar Lula para o debate com os presidenciáveis na quinta-feira.

O TRF-4 considerou que o partido não pode fazer esse tipo de pedido em favor de Lula.

“Nessa perspectiva, não se pode descuidar que muito embora avance sucintamente sobre questões atinentes à eventual situação de inelegibilidade --matéria estranha à jurisdição criminal, repita-se--, a decisão de primeiro grau é taxativa ao destacar que o Partido dos Trabalhadores (PT) carece de legitimidade”, disse.

PT ‘terá que batalhar’, diz Limongi

“O PT jogou pesado”, anuncia Fernano Limongi no início de sua coluna no Valor. ‘Asfixiou’ a candidatura de Ciro Gomes (PDT), sacrificou Marília Arraes em Pernambuco e fez diversas alianças com o objetivo de diminuir a competição.

Mesmo assim, a transferência de votos de Lula para Fernando Haddad não será fácil, analisa Limongi. Marina Silva leva parte desse eleitorado, como mostram as pesquisas. “A disputa pelos eleitores que declaram que votariam em Lula continua aberta. O PT não é o herdeiro natural desse legado. Terá que batalhar para conquistá-lo.”

Todos contra Bolsonaro (1)

No primeiro debate entre candidatos sociais Planalto, que será feito pela Band, nesta quinta, há um consenso: Jair Bolsonaro, líder nas pesquisas que não incluem Lula, será atacado por todos.

Nao será uma surpresa. Quem se destaca nas pesquisas, sempre se torna o alvo preferencial, como acontecerá agora com Bolsonaro. Candidatos de viés mais conservador, como Geraldo Alckmin, Henrique Meirelles e Álvaro Dias, sabem que disputam com Bolsonaro o mesmo eleitor. Mas candidatos mais à esquerda, como Marina Silva e Ciro Gomes também querem pontuar sua insatisfação com as propostas do candidato do PSL. /M.M.

Todos contra Bolsonaro (2)

Nas sabatinas das quais tem participado, Jair Bolsonaro tem conseguido sair sem comprometer sua posição nas pesquisa sobre de intenção de voto. O que leva seus adversários a procurarem a estratégia mais eficiente para tentar desconstruir sua sólida candidatura.

A ideia dos oponentes de Bolsonaro é tentar deixar claro seu despreparo para governar o País. Não pretendem investir nas suas posições mais polêmicas, como defesa da ditadura militar ou liberação de uso de armas para segurança pessoal. A prioridade é mostrar que o candidato não entende de governar.

Bolsonaro diz que escolheu Mourão por 'critério de governabilidade'

Durante encontro na Federação das Indústrias do Rio (Firjan), nesta segunda-feira, Jair Bolsonaro disse que o critério usado para a escolha de Mourão foi o “da governabilidade”. Além disso, afirmou que vai ter “um montão” de militares em seu governo. 

Para uma plateia de cerca de 170 empresários, sendo sete mulheres, Bolsonaro disse que “não escolheu uma mulher como vice só para ganhar voto”, mas admitiu que muitos assustaram-se por ter escolhido um general. “Tem partido, candidato, que escolhe o vice para fins eleitoreiros, que tem que ser de tal gênero. Eu quero governabilidade. Eu não faço acordo com o diabo para chegar lá”, disse.

Bolsonaro disse ainda que precisa de um vice “que meta o pé na porta”. Além disso, afirmou que o general Mourão é “uma pessoa culta, patriota e que tem responsabilidades e virtudes”. “O País tem problemas seríssimos para resolver e tem que ter um vice que trabalhe junto comigo e que não seja uma peça decorativa”, disse.

Mourão: ‘indolência’ dos índios e ‘malandragem’ dos negros

O general da reserva Hamilton Mourão parece que não vai ficar atrás do cabeça da chapa, Jair Bolsonaro, no quesito declarações polêmicas. Em seu primeiro evento como candidato à vice-Presidência, Mourão disse que o Brasil herdou a “indolência” dos índios e a “malandragem” dos negros, segundo a Veja.

“Temos uma certa herança da indolência, que vem da cultura indígena. Eu sou indígena. Meu pai é amazonense. E a malandragem, Edson Rosa (vereador negro de Caxias do Sul), nada contra, mas a malandragem é oriunda do africano. Então, esse é o nosso cadinho cultural. Infelizmente gostamos de mártires, líderes populistas e dos macunaímas”, disse Mourão durante reunião-almoço da Câmara de Indústria e Comércio de Caxias.

 

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Fonte:
Agência Brasil

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1 comentário

  • eriveuton mauri São Gabriel da Palha - ES

    Porque esse povo nao esquece dessa zerda(lula) deixa essa desgraça presa.!!! e vida que segue.

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